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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

EU JURO, PROFESSORA!


As diferenças entre uma simples lorota e a mentira compulsiva.
Todo mundo mente, uns mais, outros menos. Desde um inocente "Essa roupa lhe cai muito bem!" - para agradar alguém de quem se gosta - até a usada em benefício próprio, como a clássica "Me atrasei porque meu despertador não tocou", a mentira impera nas relações sociais, parece que há até quem defenda que é um artifício necessário para a manutenção da ordem pública.
Mas quando a mentira é recorrente pela criança, é melhor ficar atento. Segundo a coordenadora pedagógica da Editora Positivo, Lucineyde Picelli, quando se flagra uma mentira é necessário descobrir se a criança está, de fato, faltando com a verdade ou apenas dando asas à imaginação. "Muitas crianças mentem de propósito, com defesa para uma situação difícil que estão vivenciando. Ela pode inventar que foi agredida pelo novo namorado da mãe, por exemplo, com uma tentativa de provocar a raiva do pai e unir novamente o casal separado", explica. Segundo a pedagoga, a mentira faz parte parte do processo do de individualização e separação entre criança e adulto, pois o pequeno descobre que o outro não sabe o que ele pensa, e a mentira pode aparecer como defesa à invasão do domínio adulto. Gradativamente a realidade vai sendo incorporada no processo do desenvolvimento infantil. " Porém, quando a mentira torna-se uma constante nas relações da criança é importante investigar, principalmente quando utilizam essa estratégia para se livrar de alguma responsabilidade ou levar vantagens", completa.
Independentemente da idade, crianças e adolescentes precisam entender que perdem ao mentir: perdem a confiaça do outro, a credibilidade. "A criança deve perceber que ao contar a verdade, por mais difícil que seja a situação, receberá a admiração dos adultos. Pais e professores muito serveros correm o risco de ouvirem mais mentiras, por medo do castigo", conta Lucineyde.

PINÓQUIO

Vários são que levam a criança a mentir. Pode ser para não decepcionar os pais ou para proteger de uma situação que não querem viver, como um castigo, por exemplo. Mas, em qualquer situação, deve-se evitar chamar a criança ou adolescente de mentiroso, pois é comportamento que deve ser criticado, não a pessoa. Brigar quando se percebe a mentira também não traz os resultados esperados. É melhor orientar a criança a falar sempre a verdade, explicando as consequências da mentira com exemplos reais. "Pais e professores podem criar um clima de confiança para favorecer a comunicação com as crianças, mas devem se preparar para ouvir, inclusive, coisas que vão de encontro aos seus princípios sem recriminá-las. Quando não se sentem seguras em dizer a verdade, é inevitável a omissão e a mentira", orienta a pedagoga, que aposta na intervenção do adulto, para que a verdade deixe de ser o dever imposto para se tornar um bem necessário.
Quando o comportamento da mentira persistir se apresentar exagerada, principalmente depois dos sete anos, é importante buscar uma ajuda profissional.
"A mentira pode envolver perigo, principalmente em tempos de internet, onde se recebe diariamente um convite à criação de uma vida paralela", alerta.
Portanto, diante do próximo "Roubaram minha lição de casa", investigue a fundo a origem dessa afirmação.

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