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sexta-feira, 28 de março de 2014

PM dá 'gravata' em idoso durante protesto em Santa Teresa, no Rio

Artista tentava impedir obra e não atendeu a pedidos de PMs; veja vídeos.
Manifestantes reclamam de 'caos' no trânsito e falta de informação.

Gabriel Barreira Do G1 Rio
Artista plástico foi agredido durante manifestação na quarta (26) (Foto: Carlos Lobo/Arquivo Pessoal)Artista plástico foi agredido durante manifestação na quarta (26) (Foto: Carlos Lobo/Arquivo Pessoal)
Uma parede grafitada com a frase "Mais amor, por favor", em Santa Teresa, região central do Rio, foi o pano de fundo de uma confusão envolvendo policial e pessoas que protestavam contra a demora nas obras e a falta de informação na reforma dos bondes do bairro, nesta terça-feira (25). O artista plástico Luis Delgado Zorraquino foi retirado à força da rua com um "mata-leão" por um PM à paisana enquanto tentava impedir a passagem de um trator no Largo dos Guimarães. A confusão acabou na delegacia.
Um vídeo enviado ao VC no G1 mostrou o artista já imobilizado (veja acima), com uma ativista gritando "covardes". Após a publicação da reportagem, o Governo do Estado entrou em contato com a equipe de reportagem do G1 e enviou um outro vídeo (assista ao lado), gravado por um PM, que mostra os momentos antes da imobilização.
Nas imagens, os policiais pedem a retirada dos manifestantes da via por várias vezes, enquanto o grupo senta no chão e grita por resistência. Os PMs avisam que os ativistas serão retirados com "força policial" caso não colaborem. Sem sucesso, eles puxam homens e mulheres pelos braços para retirá-los da rua. Uma mulher, cuja identidade não foi divulgada, e o artista recebem voz de prisão por desacato. Após deitar no chão, o homem é retirado e parece dar um tapa na câmera do policial, sendo então imobilizado com uma "gravata".
Segundo os moradores, mais uma intervenção na rua atrapalharia o tráfego na região que anda "caótico". "Ele se jogou no chão para fazer um protesto e o agente deu uma chave-de-braço. Ele nem reagiu, não tinha mais o que fazer", explicou ao G1 nesta quinta-feira (27) a moradora Viviane Codeço, que participou do ato e gravou um dos vídeos.
Segundo o comando do 5º BPM (Centro), o manifestante reagiu à ordem de saída e desacatou os policiais. Após o desacato, o oficial — que voltava de uma consulta e estava à paisana, segundo a PM — encaminhou o manifestante e registrou a ocorrência na delegacia.
Em nota enviada pela assessoria de imprensa, o subsecretário da Casa Civil, Rodrigo Vieira, disse que “o projeto sempre incluiu em seu cronograma a realização de frentes simultâneas de trabalho, com objetivo de reduzir o tempo de execução e, consequentemente, os impactos para o bairro” Segundo ele, desde o início da semana, "cerca de 30 pessoas vêm tentando impedir a realização da obra”.
O subsecretário acusa os ativistas de depredação: "Nos últimos dias, o grupo retirou demarcadores de fechamento da rua, rasgou a faixa de comunicação da interdição, ofendeu e ameaçou verbalmente os funcionários do consórcio e servidores públicos da Central e Casa Civil. Além disso, derrubou e arrastou barreiras de concreto, pichou e furtou a chave da retroescavadeira que estava no local”, diz o texto (leia a íntegra da nota abaixo).
Para a autora das imagens, não há um detalhamento sobre o projeto. Por isso, o trânsito na região estaria cada vez mais confuso. "Quem tem carro não consegue estacionar na rua. Quem deixou os carros na garagem não consegue tirar porque não há acesso. Eu dependo das vans, mas, várias vezes ao dia, elas não podem passar porque os caminhões de obra estão fechando o caminho", lamenta Viviane.
Veja a íntegra da nota enviada pela Secretaria de Casa Civil:
- O projeto sempre incluiu em seu cronograma a realização de frentes simultâneas de trabalho, com objetivo de reduzir o tempo de execução e, consequentemente, os impactos para o bairro.
- O fechamento deste trecho da Rua Almirante Alexandrino foi discutido e estudado juntamente com a CET-RIO e SMTR, que definiram as novas rotas de ônibus e as medidas de comunicação e mitigação de impactos.
- Desde o início da semana, quando os funcionários do consórcio tentaram iniciar os trabalhos no trecho interrompido, cerca de 30 pessoas vem tentando impedir a realização da obra. Nos últimos dias, o grupo retirou demarcadores de fechamento da rua, rasgou a faixa de comunicação da interdição, ofendeu e ameaçou verbalmente os funcionários do consórcio e servidores públicos da Central e Casa Civil. Além disso, derrubou e arrastou barreiras de concreto, pichou e furtou a chave da retroescavadeira que estava no local.
- Durante todo este período, a Polícia Militar esteve presente para garantir a segurança da população e dos funcionários.
- Com relação ao vídeo publicado na matéria, a versão editada não retrata a realidade dos fatos. O efetivo da PMERJ no local solicitou, por diversas vezes, a liberação da pista, não tendo sido atendido. Após inúmeros pedidos, os policiais informaram que utilizariam a força policial, e só então levantaram os manifestantes que ainda se recusavam a deixar o local. O Sr. Luis Delgado Zorraquino foi levantado e novamente sentou-se e deitou-se, desafiando a ordem da autoridade policial. Ao tentar levantá-lo novamente, o Sr. Luis desferiu golpes contra a câmera da polícia militar e contra o oficial responsável, tendo, por isso, recebido voz de prisão e sido imobilizado.
Cabe esclarecer ainda que o mesmo grupo tem tentado impedir e prejudicar o andamento dos trabalhos, Em anexo, seguem imagens  onde é possível verificar que o veículo utilizado para danificar o trecho de trilhos em fixação pertence a um dos participantes do protesto.
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