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sábado, 17 de maio de 2014

Menina com síndrome tem pelos do corpo removidos, em Goiás

Pai diz que Kemilly está feliz por ver que a pele está igual à das amigas.
Médico afirma que agora ela fará reaplicação de laser em áreas delicadas.

Fernanda Borges Do G1 GO
Kemilly se diverte com o pai após sessão de laserterapia no HMI (Foto: Vitor Santana/G1) 
Kemilly se diverte com o pai após sessão de
laserterapia no HMI (Foto: Vitor Santana/G1)
A menina Kemilly Vitória Pereira de Souza, de 3 anos, que nasceu com o corpo coberto de pelos, já teve 100% das pelugens em excesso removidas, de acordo com o cirurgião Zacharias Calil, responsável pelo tratamento no Hospital Materno Infantil (HMI), em Goiânia.  O pai da criança, o eletricista Antônio de Souza, 34 anos, conta que ela demonstra estar feliz com o resultado. “Você não imagina a felicidade quando ela está brincando com as outras crianças no nosso quintal e percebe que tem a pele igual à delas”, disse ao G1.
Kemilly foi diagnosticada com uma doença genética e hereditária chamada "hipertricose lanuginosa", também conhecida como "síndrome do lobisomem", que a faz ter uma quantidade de pelos no corpo acima do normal. Após dois anos buscando tratamento, a família conseguiu a laserterapia no HMI, onde ela já fez oito sessões.

O médico Zacharias Calil explicou que, a partir de agora, ela precisará fazer a manutenção e reaplicação de laser em áreas mais delicadas, como orelhas, sobrancelhas e buço. “Ela está indo muito bem e todos estão impressionados com os resultados que já tivemos até agora”, destacou.

Para o cirurgião, por se tratar de um caso raro, ainda não se pode afirmar que a remoção dos pelos será definitiva. “Começamos o tratamento com muitas expectativas, mas sem a certeza de que os pelos iriam desaparecer de vez. Uma das vitórias é que na testa dela, por exemplo, que antes era totalmente tomada, as pelugens não voltaram mais. Nas demais áreas do corpo, como pernas e tórax, eles voltaram a crescer em alguns pontos, mas já com uma espessura e em quantidade muito inferior”, ressaltou Calil.
Desde início do tratamento, em dezembro do ano passado, Kemilly passava pelas sessões de laserterapia de 15 em 15 dias. “Agora, ainda vou avaliar se a frequência dessas sessões será mantida assim ou se o período pode ser um pouco maior. O importante é que ela continue com acompanhamento médico e as manutenções aqui no HMI. Felizmente, uma clínica em Goiânia está disposta a nos ajudar a fazer a parte estética do tratamento e isso será importante para o resultado final”, afirmou o cirurgião.
A ajuda citada pelo médico foi oferecida por uma clínica especializada em depilação a laser, situada no Setor Marista. No local, a menina deve passar pela remoção de pelos na área das sobrancelhas, buço, orelhas, e dedos. “Acompanho o trabalho do Dr. Calil e ele já mudou a vida dessa criança. O que falta é a questão estética, que fica difícil de fazer em função do equipamento usado no HMI. Como aqui nós temos todos os aparelhos de ponta para esse tipo de tratamento, decidimos ajudar”, relatou ao G1 a médica Paula Azevedo Costa, que é membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia (SBLMC).
Apenas as palmas das mãos e a planta dos pés de Kemilly não apresentam pelos (Foto: Fernanda Borges/G1) 
Imagem mostra Kemilly antes do tratamento, com
corpo coberto de pelos (Foto: Fernanda Borges/G1)
Segundo Paula, o tratamento na clínica tem duração, em média, de seis sessões. Os custos podem chegar a R$ 6 mil. “Sabemos que essa família não tem condições de arcar com esses valores, por isso, nos dispomos a ajudá-los. A parte mais difícil já foi feita, que foi a remoção da enorme quantidade de pelos por todo o corpo, mas ainda precisamos finalizar esses detalhes para que a aparência dela fique ainda mais natural”, explicou.
O tratamento na clínica deve ser semelhante ao do HMI, com uso de anestesia inalatória. De acordo com a médica, a previsão é de que Kemilly passe pela primeira sessão no local dentro de um mês. “Esse é um caso tão raro que vira até objeto de estudo para a classe médica. Por ter relação genética, não sabemos se a eficácia do laser será a mesma obtida com as demais pessoas, mas as perspectivas são boas”, pondera Paula.

Mudanças
Os pais da menina moravam em Augustinópolis (TO), mas acabaram se mudando para Goiânia no último dia 20 de abril em função das dificuldades de transportes. Agora eles moram em uma casa no Jardim Balneário Meia Ponte, na região norte da capital, onde residem outras duas famílias.
Desde a mudança, o pai da criança estava à procura de emprego. “Felizmente, consegui trabalho em uma construtora em Goiânia. Comecei no último dia 7 e agora tudo está entrado nos eixos de novo. Agradeço muito a todos pela ajuda”, afirmou Antônio.
Sobre o tratamento, o pai ressaltou que as mudanças transformaram a vida da família. “É uma nova etapa para ela e para nós também, que lutamos tanto para conseguir que ela ficasse bem. O HMI sempre nos deu todo o suporte e agora tivemos a notícia de que essa clínica também vai nos ajudar. Estamos muito agradecidos”, concluiu.

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