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sábado, 17 de maio de 2014

Travesti diz que foi agredida dentro de ônibus em Aracaju

Ela afirma que sofreu agressão sexual, física e moral.
Vítima registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Plantonista.

Fredson Navarro Do G1 SE
Sofia Favero foi agredida dentro de ônibus (Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc) 
Sofia Favero diz ter sido agredida dentro de ônibus
(Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc)
A estudante de psicologia e travesti Sofia Savero diz que foi agredida por dois homens dentro de um ônibus em Aracaju, por volta das 18h30 da quinta-feira (15), quando ia para a faculdade. Ela registrou Boletim de Ocorrência na Delegacia Plantonista em Aracaju e também procurou a Delegacia de Grupo de Vulneráveis.
Sofia afirma que durante o percurso sofreu agressão sexual, física e moral. “O ônibus estava muito cheio e não percebi nenhuma movimentação estranha. Mas, de repente, percebi que um passageiro estava colocando a mão entre as minhas pernas. Gritei e pedi para ele parar. Todos ficaram surpresos e chocados com o assédio sexual. Imediatamente ele negou e até chorou, disse que eu estava desequilibrada, mas eu vi a mão dele”, afirma Sofia.
Sofia mostra ferimentos no cotovelo (Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc) 
Sofia mostra ferimentos no cotovelo
(Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc)
Segundo ela, nesse momento outro passageiro percebeu que não era uma mulher que estava gritando. “Eu estava nervosa e gritei com o agressor, os passageiros perceberam pela minha voz que não sou uma menina. Um deles gritou e me chamou de traveca. Todos riram de mim e fiquei ainda mais humilhada”, conta emocionada.

Quando o ônibus chegou perto da faculdade, segundo Sofia, o passageiro que a chamou de 'traveca' a agrediu fisicamente. “Ele pegou uma faca e ameaçou me ferir. Eu disse para ele parar e lembrei que a câmera de segurança do ônibus estava funcionando. Ele guardou a faca, mas me agrediu fisicamente. Me chutou e eu caí na calçada da faculdade. Duas universitárias que também saíram do ônibus me ajudaram. Fiquei muito ofendida e machucada”, afirma.
Sofia é atendida pelo Núcleo LGBT na S (Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc) 
Sofia é atendida pelo Núcleo LGBT na Sedhuc
(Foto: Maíra Ribeito / Sedhuc)
“É importante denunciar os agressores para que a ação da polícia combata este tipo de crime. A travesti que se sentir agredida fisicamente ou moralmente deve registrar a ocorrência na Delegacia Plantonista e na Delegacia de Grupo de Vulneráveis, além disso deve pedir ajuda ao núcleo de políticas LGBT da Secretaria dos Direitos Humanos de Sergipe”, explica a coordenadora do núcleo, Lohanna dos Santos.

Sofia descreve os agressores: “O primeiro passageiro que me agrediu sexualmente tem entre 27 e 30 anos, é negro, tem cerca de 1,60 m e cabelo curto; o outro tem cerca de 23 anos, é alto, 1,80 m, usa bigode e é moreno. Os dois usavam farda de trabalho, eles podem ser pedreiros ou trabalham na área da construção civil. Acredito que estava voltando do trabalho no horário.”

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