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terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dilma diz que reduzir papel de bancos públicos é 'pleito absurdo'

Para presidente, bancos são importantes para programas sociais.
Marina critica ações do BNDES, mas nega ser contra bancos públicos.

Marcelo Mora e Roney Domingos Do G1 São Paulo

A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, afirmou nesta segunda-feira (29), que considera uma "temeridade" a discussão feita por seus adversários sobre a redução do papel dos bancos públicos. Para Dilma, esta possibilidade é "um pleito absurdo".

Nas últimas semanas, a presidenciável do PSB, Marina Silva, criticou em entrevistas e em seus discursos a concessão de créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao que ela considera ser "meia dúzia grupo de empresários". A candidata, no entanto, nega defender o enfraquecimento de bancos públicos e diz que num eventual governo seu eles devem continuar cumprindo finalidade social.

Dilma afirmou nesta segunda que alterar o funcionamento dessas instituições pode comprometer financiamentos. “Esse é um pleito absurdo, que é tirar o maior instrumento de financiamento de longo prazo do país, comprometendo, dizendo ‘não’... Os dois candidatos, Marina e Aécio, um fala em reduzir o tamanho e um fala em reduzir o papel dos bancos públicos”, disse.

Segundo a presidente, o BNDES está em terceiro lugar no mundo em financiamento público, com US$ 368 bilhões em ativos. Ela disse que a instituição dá lucro e está atrás apenas dos bancos da China e da Alemanha. “O BNDES tem taxa de inadimplência de 0,06%. No primeiro semestre de 2014, deu um lucro de R$ 5,5 bilhões. O BNDES é um banco de grande porte. É uma leviandade tratá-lo como vem sendo tratado nesta campanha.”

A candidata destacou a importância dos bancos públicos, principalmente no financiamento de programas sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida, para programas educacionais e projetos de infraestrutura.

“[São importantes] Porque a preço de mercado você não consegue garantir muitas oportunidades. O exemplo que eu sempre dou é de alguém que for comprar a casa própria ganhando até R$ 1,6 mil. Até R$ 1,6 mil a pessoa só pode comprometer 5% da renda. Significa que a pessoa pode fazer [financiamento graças aos bancos públicos], pode realizar o sonho da casa própria”, declarou.
Ao finalizar, Dilma foi questionada sobre as propostas dela para o público LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros]. "O meu governo e eu pessoalmente, tanto pública quanto pessoalmente, sou contra a homofobia. E acho que o Brasil atingiu um patamar de civilidade que nós sociedade brasileira não podemos conviver com processos de discriminação que levem à violência. Eu acho que a homofobia tem de ser criminalizada."
Dilma se recusou a responder pergunta sobre a formação do palanque para o segundo turno. "Estou no primeiro turno e não fazer aquela precipitação, que é achar que tudo já foi resolvido. Só falo sobre o segundo turno depois que os votos que foram depositados na urna estiverem contadinhos."

Candidata Dilma Rousseff cumprimenta eleitores durante comício no Campo Belo, em São Paulo (Foto: Nelson Almeida/AFP) 
Candidata Dilma Rousseff cumprimenta eleitores
durante em São Paulo (Foto: Nelson Almeida/AFP)
Comício

Mais tarde, em comício no Campo Limpo, bairro da Zona Sul de São Paulo, Dilma lembrou a militantes que faltam poucos dias para as eleições de 5 de outubro. "Eleição é isso. É hora de parar, pensar e ir para a rua disputar o voto. Essa é a hora da onça beber água. A onça vai beber água e a gente vai botar os pingos nos is", disse Dilma. Antes do evento, Dilma teve encontro com representantes da comunidade LGBT.
O evento, que contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, reuniu centenas de pessoas e foi marcado por um pequeno tumulto quando militantes romperam grades que separavam parte da plateia para ficarem mais próximos do palco.
O prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) chegou atrasado ao evento por ter ficado preso no trânsito. Coube ao próprio Lula justificar: "O Fernando deve estar preso no trânsito porque eu fiquei quase uma hora no trânsito", disse Lula. Quando Haddad estava próximo, Lula apressou: "Fernando, corra meu filho."
"Daqui desse lado estão aqueles que querem continuar mudando e avançando e garantir qualidade de vida para o nosso povo. Eu tenho certeza de que cada um de vocês, diante da urna, vai pensar quem tem capacidade, competência, experiência para levar o Brasil no rumo certo. Podem ter certeza de que nesse domingo, uma parte do destino do nosso país vai estar em questão", disse Lula.

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