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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Veja questões sobre o volume 'extra' de 40 bilhões de litros no Alto Tietê

DAEE autorizou uso para abastecimento de quantia descoberta em represa.
Sabesp nega erro em conta e diz que relevo acidentado dificultou medição.

Do G1 São Paulo

A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) passou a contar com mais 40 bilhões de litros de água no Sistema Alto Tietê no domingo (14) para abastecimento de moradores da capital e Grande São Paulo. A companhia afirma que desconhecia esse volume da Represa Ponte Nova até então, nega que houve erro no cálculo da capacidade do reservatório e diz que essa nova quantidade de água não pode ser classificada como volume morto. Veja abaixo as questões sobre o assunto.

Onde estão os 40 bilhões de litros?
Segundo a Sabesp, os 40 bilhões de litros foram descobertos após um novo estudo de capacidade na Represa Ponte Nova, em Salesópolis. O volume está na superfície, mas não era contabilizado porque relevo acidentado da região impedia o cálculo da capacidade real do reservatório. Quando a represa baixou, foi feita uma batimetria (medição da profundidade de oceanos, lagos e rios) e alterada a capacidade.
Por que a reserva não é volume morto?
A companhia de abastecimento diz que os 40 bilhões de litros não podem ser classificados como volume morto porque já estavam no volume útil da represa, na superfície, mas não eram contabilizados. Somente depois do teste de profundidade, os cálculos foram ajustados e o novo volume de água acrescido à capacidade do sistema. Como a água está na superfície (volume útil), não é necessário o bombeamento, como é feito com o volume morto do Sistema Cantareira.
Por que o volume só foi descoberto agora?
O teste que apontou a existência de 40 bilhões de litros foi feito em novembro. De acordo com a Sabesp, o volume só foi descoberto porque a represa baixou e permitiu que a medição de profundidade fosse feita de maneira mais exata, já que o relevo na região é acidentado.  A companhia garante que os estudos são realizados constantemente, mas não informou ao G1 a periodicidade com que isso é feito.
Sabesp admite erro no cálculo?
A Sabesp também nega erro no cálculo e defende que foi feito um ajuste após a realização do novo estudo. A companhia, no entanto, não divulgou o volume da Represa Ponte Nova antes das novas medições. Com capacidade total de 520 bilhões de litros, o Alto Tietê é composto por cinco represas - Ponte Nova, Paraitinga, Biritiba, Jundiaí e Paiaçupeba- e abastece a capital paulista e Grande São Paulo.
Por que o DAEE tem que autorizar o uso do novo volume?
O Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE) é o órgão gestor de recursos hídricos do estado de São Paulo. Mesmo que os 40 bilhões de litros já façam parte do volume útil da represa, o DAEE precisa autorizar o uso para abastecimento.
O governo tem data para uso desse novo volume?
Segundo o governador Geraldo Alckmin (PSDB), a reserva não deve ser usada. O tucano acredita que o período de chuva ajude a elevar o nível dos reservatórios. “Nós entendemos que não vamos utilizar, acho que é pouco provável que utilize, porque você ainda tinha 4 metros cúbicos por segundo e a tendência daqui pra frente é de aumentar o Alto Tietê”, afirmou Alckmin.
Nesta segunda-feira (15), o nível das represas está em 10,7%, já com o uso dos 40 bilhões de litros adicionais autorizado pelo DAEE. No domingo, sem o acréscimo, o nível era de 4,1%.
O que ainda é dúvida?
O G1 questionou a Sabesp sobre a periodicidade dos testes de profundidade feitos nas represas que abastecem a capital e a Grande São Paulo, das medições antes do novo estudo e a possibilidade de realização em outras represas, mas até esta publicação a companhia não havia respondido as questões.

Bombas são usadas em represa de Biritiba Mirim (Foto: Reprodução/TV Diário)Bombas são usadas em represa de Biritiba Mirim, que faz parte do Alto Tietê (Foto: Reprodução/TV Diário)

 

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