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sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Fazenda encaminhará 40 mil devedores do IPVA para o Serasa

Os devedores já notificados terão seus débitos inscritos na dívida ativa estadual.
Biaman Prado / O Estado
SÃO LUÍS - A Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz) enviará, em fevereiro, novos arquivos com lotes de 40 mil certidões de devedores do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) para inscrição no serviço de proteção ao crédito (Serasa). Os devedores já notificados terão seus débitos inscritos na dívida ativa estadual para a cobrança executiva, além do lançamento junto ao cadastro restritivo da Serasa.
Para facilitar a verificação das informações de débitos por pessoas e empresas que possuam veículos com registro de propriedade em seu nome ou razão social, foi disponibilizado um sistema de consulta na página da Sefaz (http://portal.sefaz.ma.gov.br/portalsefaz/jsp/principal/principal.jsf).
O interessado deve acessar o ícone IPVA e depois a opção ‘IPVA – Notificados/Serasa’. É necessário informar o número do CPF ou CNPJ. Com o número do Renavam, que é exibido no rodapé da página, o interessado pode fazer uma consulta no ícone ‘IPVA – Débitos’ onde o Serasa identificará de que veículo se trata.
Constatada a existência de débitos, o interessado poder emitir o Documento de Arrecadação (Dare) no site e realizar o pagamento nos correspondentes do Banco do Brasil.
Anistia de multa e juros
Os proprietários de veículos com débitos devem aproveitar a medida provisória expedida pelo Governo do Estado que concedeu a redução de 100% das multas e dos juros moratórios dos débitos de IPVA referentes aos exercícios de 2014 e anteriores, desde que pagos em cota única até o dia 5 de junho deste ano.
O contribuinte com débito deve emitir o documento de arrecadação com o código de barras na página da Sefaz. O interessado deve clicar no ícone ‘Dare’, marcar a opção ‘Contribuinte do IPVA’ e informar o Renavam do veículo. Com o documento impresso, o contribuinte poderá efetuar o pagamento no Banco do Brasil e nos seus correspondentes.

Explosão de gás mata adultos e bebês em maternidade na Cidade do México

Áreas mais atingidas foram as dos berços, administrativa e a de leitos.
Foto: Reprodução/Twitter
MÉXICO - A explosão de uma tubulação de gás do Hospital Materno Infantil de Cuajimalpa, na Cidade do México, causou a morte de peso menos sete pessoas e deixou mais de 50 feridas, incluindo 22 crianças. De acordo com as autoridades locais, com base em informações das equipes de resgate, entre os mortos estão três adultos e quatro bebês.
As áreas mais atingidas foram as que abrigavam os berços, a administrativa e a de leitos. Praticamente toda a estrutura do hospital, no entanto, desmoronou com a explosão. De acordo com a polícia, o cenário está repleto de pedaços de concreto e ferros retorcidos.
Estima-se que, no momento da explosão, havia no hospital mais de 100 pessoas, entre servidores e pacientes. A maioria conseguiu sair sem ajuda das equipes de resgate. Além de equipes locais, agentes federais trabalham no resgate. Exército e Marinha também participam auxiliando as vítimas e com ambulâncias.

Petrobras tentará manter os combustíveis com preços atuais, diz Graça Foster

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Declaração foi feita pela presidenta da companhia, Graça Foster.
Reprodução / Internet
RIO DE JANEIRO - A presidenta da Petrobras, Graça Foster, disse, nessa quinta-feira (29), que os preços dos combustíveis no Brasil estão acima dos valores do mercado internacional, mas estiveram abaixo durante os últimos meses e a intenção é manter o patamar atual.
“Vou trabalhar intensamente para que a gente mantenha esses preços, porque é muito importante para o caixa da companhia. Sabemos que perdemos parte do nossomarket share (participação no mercado), porque alguma gasolina e diesel vão entrar no Brasil através de outras distribuidoras, mas, ainda assim, é extremamente importante para o caixa da companhia, principalmente nos anos de 2015 e 2016, que a gente tenha essa diferença a favor para o caixa da Petrobras”, explicou Graça Foster em coletiva na sede da empresa, após participar de teleconferência com investidores e analistas para detalhar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, sem revisão da auditoria externa.
Graça Foster considerou compreensível a preocupação do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, que pretende suspender o regime especial de recolhimento de impostos da Petrobras, por causa de queda na arrecadação do estado. A executiva adiantou que vai ter um encontro com o governador para discutir a questão, que segundo ela, foi levada à reunião que teve nessa quarta-feira (28), em Brasília, com a presidenta Dilma Rousseff.
“É compreensível a preocupação do governador Pezão. Nós conversamos recentemente, por telefone, e tenho uma agenda na semana que vem com o governador, e é compreensível. A gente paga menos participações especiais. Preço do petroleo a US$ 50, US$ 48 dólares por barril, entendo que os estados estarão todos fazendo esforços para que fechem suas próprias contas. Nós temos uma reunião na próxima semana para conversar inclusive sobre o Comperj”, adiantou.
Graça Foster afastou qualquer desentendimento com o governador sobre a questão. “Não há estranhamento com o governo do Rio. A Petrobras e o governo do estado sempre foram parceiros, em especial, talvez, nos últimos dez anos. Tenho certeza que vamos encontrar soluções interessantes para os dois lados”, completou.
Enquanto a conferência e a coletiva aconteciam na sede da empresa, do lado de fora do prédio uma manifestação organizada por integrantes do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio de Janeiro pedia que a empresa resolvesse o atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas, por parte da empresa Alumini Engenharia, a empregados das obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), da Petrobras, em Itaboraí.
A Petrobras já se posicionou em relação ao caso, dizendo que a dívida é da Alumini, mas o diretor do sindicato Brayer Grudka Lira contestou. Ele explicou que no acordo coletivo dos petroleiros, de 2013, foi estabelecida a criação de um fundo garantidor para separar o percentual de até 5% destinado a cobrir eventuais problemas que possam surgir em contratos com outras empresas. “A Petrobras teria que acionar este fundo, que vem do dinheiro do contrato”, disse.
Na manifestação, colocaram nas grades do prédio uniformes de empregados da Alumini e um caixão representando a morte da empresa.

Reuso de água de esgoto pode ajudar indústrias afetadas no RJ

Secretário do Meio Ambiente detalhou estratégias para reaproveitar água.
Empresas podem usar esgoto ou água para limpar filtros da Cedae. 

Do G1 Rio
O secretário de Estado do Meio Ambiente André Corrêa acredita que a água de esgoto, após o tratamento adequado, pode ser reutilizada para abastecer as empresas afetadas pela crise hídrica no estado. Em entrevista ao Bom Dia Rio nesta sexta-feira (30), o secretário detalhou algumas estratégias de reuso da água e fez um apelo para que a Agência Nacional de Águas (ANA) não reduza o volume captado do Rio Paraíba de Sul para a Região Metropolitana do Rio.
"Uma água hoje que é usada pela Cedae para limpar seus filtros, que hoje é descartada, pode servir para as indústrias afetadas. Nós temos também a possibilidade de usar água de esgoto que depois de tratada pode ser usada para essas empresas", explicou.
A secretaria firmou nesta quinta-feira (29), um acordo com as indústrias do Rio de Janeiro para que elas reduzam o consumo. As empresas terão que fazer mudanças no sistema de captação do Rio Paraíba do Sul e reaproveitar água. O compromisso foi firmado após dois dos reservatórios que abastecem o estado atingirem o volume morto.
“Nós já estamos operando em uma situação crítica. A Cedae nunca operou tanto tempo nas condições que está operando hoje. Então, nós estamos fazendo um apelo, mas é a Agência Nacional de Águas que tem a caneta para decidir isso, ela está ouvindo os estados, tendo uma postura democrática”, explicou.

Nesta quinta, o nível da bacia do Rio Paraíba do Sul – a média do volume dos quatro reservatórios que abastecem o Rio – chegou a 0,5%, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), que pretende diminuir ainda mais o volume captado do Paraíba do Sul para abastecer o estado do Rio. A vazão seria reduzida de 140 mil litros por segundo para 110 mil.  A decisão final será tomada no dia 5 de fevereiro, mas o governo do Rio já adiantou que não concorda com esse novo número, e que essa redução poderia afetar o abastecimento.

Reservatório de funil está com menos de 4% de sua capacidade (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)Reservatório de funil está com menos de 4% de sua capacidade (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)
Na reunião com as indústrias, foi discutida a construção de uma adutora de 14 quilômetros de extensão ligando a estação de tratamento do Guandu ao Complexo Industrial de Santa Cruz. As 14 empresas instaladas ali deverão usar mil litros por segundo de água de lavagem de filtros e máquinas da Cedae, que hoje são descartados. Mas esta obra não ficaria pronta antes de junho. Uma reunião técnica marcada para esta sexta-feira (30)x1' deverá definir os custos e o prazo da obra.

Polo industrial em Resende terá que alterar captação de água (Foto: Marcelo Elizardo/ G1) 
Polo industrial em Resende terá que alterar
captação de água (Foto: Marcelo Elizardo/ G1)
 
Entre as indústrias que terão que adaptar suas captações de água estão as de Volta Redonda e Resende, no Sul Fluminense. Os municípios concentram um polo automobilístico, metalúrgico e químico. Entre as montadoras que têm fábrica na região estão a Hyundai, Peugeot, Man e Nissan.
Das empresas automobilísticas, apenas a Man, montadora de caminhões da Volkswagen, se pronunciou. A companhia afirmou que possui um poço artesiano próprio e não capta água do Rio Paraíba do Sul.
A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou que não foi notificada sobre mudanças na captação. Mas informou que 98% de toda a água captada é devolvida ao Rio Paraíba do Sul.
Represas
Os reservatórios de Paraibuna (SP), Santa Branca (SP), Jaguari (SP) e Funil (RJ) são responsáveis por abastecer o estado. Todos ficam dentro de hidrelétricas e, além de produzir energia, armazenam água para abastecimento do Rio Paraíba do Sul – que passa pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Ao todo, quase 16 milhões de pessoas recebem água do Paraíba do Sul. A maioria do estado do Rio, incluindo a Região Metropolitana.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o nível do reservatório de Funil, em Itatiaia, no Sul Fluminense, está em 3,92%, e o de Jaguari, em Jacareí (SP), em 1,72%. As usinas de Paraibuna (SP) e Santa Branca (SP) estão com -0,45% e -1,22%, respectivamente. O volume morto é considerado abaixo de 0%.
Veja como funciona o abastecimento A crise hídrica que atinge o Rio é causada pela falta de chuva dos reservatórios que abastecem o estado. Uma peça-chave para entender o abastecimento não só do Rio, mas de todo o Sudeste, é a Bacia do Paraíba do Sul, que abastece 77 municípios, sendo 66 no Rio – 57 e mais 9 da Região Metropolitana – e 11 em São Paulo. O sistema leva água diretamente para 11,2 milhões de pessoas.
O Rio Paraíba do Sul resulta da confluência dos rios Paraibuna e Paraitinga, que nascem no Estado de São Paulo, a 1.800 metros de altitude, na Serra da Bocaina.
O curso da água percorre 1.150 km, passando por Minas Gerais e Rio de Janeiro, até desaguar no Oceano Atlântico em São João da Barra (RJ). Os principais usos da água na bacia são: abastecimento, diluição de esgotos, irrigação e geração de energia hidrelétrica.
As águas de Funil também abastecem o reservatório de Santa Cecília, em Piraí (RJ), que integrado a outros reservatórios de Ribeirão das Lajes, vai abastecer o Sistema Guandu.
As reservas do Paraibuna, principal  reservatório do Rio Paraíba do Sul, ficaram abaixo do nível das hidrelétricas e, segundo a ANA, o reservatório passou a operar o volume morto – que não tem capacidade para gerar energia.
Mas ainda há volume suficiente para ser transposto para a bacia hidrográfica do Rio Guandu, que abastece de água mais de nove milhões de consumidores da Região Metropolitana do Rio.

Jovem de 24 anos muda dieta, larga a cerveja com os amigos e perde 54 kg

Para Guilherme, maior dificuldade foi parar de beber aos fins de semana.
Ele mudou radicalmente o estilo de vida e saiu dos 140 kg para os 86 kg.

Mariana Palma Do G1, em São Paulo
Para um jovem de 24 anos, geralmente não tem nada melhor do que aquela cerveja com os amigos quando chega o fim de semana. O empresário Guilherme Mascarenhas, no entanto, precisou deixar esse programa de lado por um tempo para conseguir sair dos 140 kg. “Foi minha maior dificuldade porque eu trabalhava a semana toda e queria relaxar depois. Tive que parar com tudo isso e acabei percebendo que dá para se divertir sem exageros”, lembra.
A decisão de abandonar esses e outros prazeres veio aos 23 anos, quando Guilherme percebeu que o excesso de peso estava começando a atrapalhar sua vida. “Minhas roupas, que eram gigantes, já não serviam mais. E eu não tinha mais fôlego para subir uma escada”, conta. Porém, o início não foi tão simples por causa da correria do dia a dia – Guilherme trabalhava o dia todo em sua cidade, Santo André, e fazia faculdade à noite em São Paulo, então tinha dificuldades para comer bem e quase não tinha tempo para a academia.

Guilherme perdeu 54 kg após mudar radicalmente o estilo de vida; fotos mostram o jovem antes e depois (Foto: Arquivo pessoal/Guilherme Mascarenhas)Guilherme perdeu 54 kg após mudar radicalmente o estilo de vida; fotos mostram o jovem antes e depois (Foto: Arquivo pessoal/Guilherme Mascarenhas)
 
Raio X Guilherme - VC no Bem Estar (Foto: Arte/G1)
“Eu ficava para lá e para cá o dia todo, então só comia besteira na rua. Era fritura, salgadinhos, coxinha, esfiha, cachorro quente, refrigerante e muito doce”, diz.
Em 2013, ele até se arriscou na academia, mas por causa da correria, não conseguiu fazer do jeito certo. “Meus amigos do trabalho me incentivaram a malhar com eles, mas eles iam muito cedo. E eu, que chegava depois da meia noite em casa, não conseguia acordar para ir junto”, conta.
A mudança definitiva só aconteceu em janeiro de 2014, depois que o empresário se formou. “Eu tinha tempo à noite, então comecei direito na academia”, lembra.
Para driblar as tentações ao longo do dia, Guilherme começou também a levar marmitas para o trabalho, com opções muito mais saudáveis do que as que costumava encontrar na rua. “Levava frutas, pão integral com requeijão e meus pratos, que eram sempre com arroz integral, legumes e frango”, diz.
Além de ter abandonado totalmente a cerveja, o jovem cortou relações também com os doces, frituras, refrigerantes e sorvete – e no lugar, entraram seus mais novos amigos: frutas, legumes, verduras e integrais. “Nunca tinha comido salada. Eu comia feijoada e deixava a couve. Depois, comecei a comer a couve e deixava a feijoada”, brinca.
Nos dois primeiros meses, Guilherme já havia perdido 12 kg, resultado que funcionou como uma motivação. “Eu percebi que conseguia, então continuei. Minha meta era perder sempre 5 kg por mês”, conta.
Em abril, ele saiu do emprego e abriu seu próprio negócio, uma gráfica, o que ajudou ainda mais no novo estilo de vida. “Tirei um peso das costas e fiquei muito menos estressado. E como minha empresa é em casa, tinha mais tempo para ir à academia e era muito mais fácil seguir a dieta”, lembra.
De lá para cá, seguindo à risca a rotina de alimentação saudável e atividade física, ele conseguiu chegar aos 86 kg, 54 kg a menos na balança. “Muita coisa mudou. Durmo melhor, respiro bem e minha autoestima aumentou. É outra vida”, afirma.
Com o novo corpo, ele trocou também as calças 52 por 40 e as camisetas 4G por G. “Não dá mais para usar as roupas de antes. Agora estou muito mais confiante também”, acredita.
Depois de cerca de um ano, Guilherme agora se permite uma cervejinha de vez em quando, mas não como antes. “Se eu tomo, é uma só e não 10 como eu tomava”, diz. E ele agora garante que vai levar o novo estilo de vida para sempre. “Se eu parar, em 2 meses chego aos 100 kg de novo. Vou continuar firme e forte pra atingir minha meta, que é 80 kg”, afirma. Para quem também precisa emagrecer, ele dá a dica: “tem que começar e acreditar em si mesmo. É possível, sim”, conclui.

Depois de cerca de um ano, ele agora continua na luta para atingir a meta de 80 kg (Foto: Arquivo pessoal/Guilherme Mascarenhas)Depois de cerca de um ano, ele agora continua na luta para atingir a meta de 80 kg (Foto: Arquivo pessoal/Guilherme Mascarenhas)

Espírito Santo vive a pior seca dos últimos 40 anos, aponta governo

Estado declarou existência de 'cenário de alerta'.
Estiagem pode causar fechamento de hidrelétrica e alteração em carnaval. 

Victoria Varejão e Naiara Arpini Do G1 ES
Roberto Brum, 27, produtor rural, na comunidade de Recreio, na barragem do Rio Bonito (Foto: Fernando Madeira/A Gazeta)Roberto Brum, 27, produtor rural, na comunidade de Recreio, na barragem do Rio Bonito (Foto: Fernando Madeira/A Gazeta)
 
O Espírito Santo vive a pior seca dos últimos 40 anos. A estiagem que já dura 47 dias levou o governo do estado a declarar a existência de 'cenário de alerta', nesta terça-feira (27). Uma série de ações que visam minimizar os efeitos da falta de chuva foram anunciadas pela Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag). As consequências da estiagem vão desde o provável fechamento da hidrelétrica em Santa Maria de Jetibá, na região Serrana, até a redução da programação do carnaval em Piúma, no Sul do estado.
Uma das medidas anunciadas pelo governo é voltada para a agricultura: estão proibidas novas instalações de irrigação, assim como a liberação de crédito para equipamentos desse tipo. Outra determinação é que as companhias de abastecimento de água priorizem o atendimento à população e revisem seus contratos com o setor industrial.

Período longo de estiagem deixa órgãos de fiscalização em alerta no Espírito Santo (Foto: Reprodução/ TV Gazeta) 
Período de estiagem deixa órgãos de fiscalização
em alerta (Foto: Reprodução/ TV Gazeta)
 
O setor de agricultura do estado consome 70% dos recursos hídricos. Com a escassez, o presidente da Agência de Recursos Hídricos do Estado, Paulo Monteiro, reforçou o comprometimento que as companhias de água devem ter com a legislação e a população.
"Tanto a legislação, quanto a política industrial de recursos hídricos, quanto a política nacional coloca que o abastecimento humano é o prioritário. Portanto diante do cenário de escassez, a resolução sinaliza claramente que essas companhias revejam seus contratos de fornecimento com essas indústrias. Do tipo, de reduzir a vazão para esses consumidores e de modo a manter o atendimento prioritário para a população", ressaltou Monteiro.
Municípios
Os municípios de Cachoeiro de Itapemirim, Alegre e Itaperimim, na região Sul do Espírito Santo, decretaram situação de emergência devido a estiagem que atinge o estado. A seca provoca prejuízos para a agricultura, a pecuária, além de reduzir a capacidade de abastecimento à população.
Em Itapemirim, segundo o secretário de Agricultura, Luciano Henriques, houve quebra na produção de cana-de-açúcar, leite, abacaxi, café, mandioca e feijão devido à seca. “O município apresenta 50% de perda tanto na pecuária quanto na agricultura”, disse.
Em Cachoeiro de Itapemirim, segundo o prefeito Carlos Casteglione, mais de 600 propriedades sofrem com a seca. Houve perda de lavouras inteiras e córregos secaram. Não é diferente em Alegre. Em Guaçuí, desde o ano passado a prefeitura está notificando quem desperdiça água.
Na Grande Vitória, um exemplo dos estragos da seca está no leito do Rio Jucu. Em Caçaroca, Vila Velha, ele não consegue ultrapassar a barragem feita pela Cesan, que aumentou a altura do dique para criar uma lagoa que permita o abastecimento. “Pela primeira vez, em 30 anos, o curso do rio foi interrompido. Abaixo do dique não há água doce, só salgada, voltando do mar”, relatou o ambientalista Eduardo Pignaton.

 Um decreto da prefeitura de Guarapari, litoral do Espírito Santo, proíbe o uso de água potável da rede pública para lavar veículos, calçadas, frentes de imóveis, ruas, encher piscinas, e outras situações que não sejam o consumo humano, a partir da última quarta-feira (28). De acordo com a administração municipal, foram considerados vários fatores antes da imposição da medida, tais como a prolongada estiagem, o clima seco e a atual falta de água. A prefeitura ainda acrescentou que os infratores poderão ser multados.
Além das proibições já citadas, os estabelecimentos comerciais especializados em lavagem de veículo e indústrias que dependam da utilização de água em seu processo produtivo deverão adotar sistema de captação de água subterrânea e sistema de reúso.
Redução do Carnaval
A estiagem que assola o Espírito Santo também atingiu um dos principais carnavais do estado. O município de Piúma, que costumava reservar 10 dias de festa para o feriado, este ano tem programação do dia 14 ao 17 de fevereiro.

O prefeito Samuel Zuqui confirmou que o motivo é evitar a falta de água. Ele disse que a medida foi tomada para atender ao pedido do governo do estado para que os municípios adotem medidas para economizar e inibir o desperdício de água. “Apesar de Piúma estar equilibrada, temos que mostrar que estamos no mesmo barco”, disse o prefeito.

 Prejuízos

Com a seca e o calor, o prejuízo no campo pode chegar a R$ 1,4 bilhão. As lavouras de café são as mais prejudicadas. As folhas estão caindo e os grãos amadurecendo antes da hora. Nas Centrais de Abastecimento do Espírito Santo (Ceasa), as medidas para conter os estragos do verão começam com o resfriamento das frutas mais sensíveis ao calor, como o caqui.
De acordo com o Incaper, em todo o estado as perdas nas lavouras de café variam de 20% a 32%; na produção de leite entre 23% e 28%; e na fruticultura entre 20% e 30%. Isso representa perda de cerca de R$ 960 milhões na cafeicultura, R$ 300 milhões na fruticultura, e R$ 130,7 milhões na pecuária de leite, com base na produção e no faturamento dos produtores rurais no ano de 2014.
Na olericultura, a oferta do tomate já apresenta significativa diminuição na Ceasa. No dia 5 de janeiro, a entrada do produto na unidade superou 310.7 mil quilos, enquanto que no dia 19 de janeiro caiu para 229.9 mil kg.
Rios
O nível dos rios que abastecem a Grande Vitória  – o Jucu, o Santa Maria da Vitória e o Benevente, está abaixo do esperado para o mês de janeiro. Nos últimos dias, o volume diminuiu e os rios estão com apenas 37% da vazão esperada, de acordo com o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Robson Monteiro.


Arte Rio Jucu (Foto: Arte/ TV Gazeta)
Em Guarapari, o rio Benevente vem dando suporte ao abastecimento da cidade, já que os rios que garantem água ao município, Jabuti e Conceição, estão no limite.
Além disso, o baixo volume de água no Rio Santa Maria da Vitória pode levar ao fechamento da segunda usina existente no local, a de Rio Bonito. Pelo mesmo motivo, segundo informações da EDP Escelsa já foi fechada a Usina Suíça.

O presidente do comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Santa Maria da Vitória, Roberto Dias Ribeiro, informou que já tinha sido comunicado do fechamento da usina, a partir do pró
ximo dia 30. “A EDP nos comunicou que a geração de energia na unidade seria suspensa”, disse.

Arte Rio Santa Maria (Foto: Arte/ TV Gazeta)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

De olho no Sport, Oliveira Canindé deve poupar titulares

O Sampaio não deve ter força máxima diante do Santa Quitéria, pelo Estadual.
Divulgação / Site oficial do Sampaio Corrêa
SÃO LUÍS – Com o astral renovado pela campanha na Supercopa Nordeste, quando foi campeão após bater Moto Club e Náutico, o Sampaio Corrêa segue com os treinamentos no CT José Carlos Macieira, visando as estreias no Campeonato Maranhense e na Copa do Nordeste. Pelo Estadual, competição em que defenderá o título, a Bolívia Querida visitará o Santa Quitéria, enquanto o primeiro duelo no Nordestão será contra o Sport, atual campeão.
Diante da maratona de compromissos logo no início da temporada e sabendo da importância de bons resultados nos dois torneios, o técnico Oliveira Canindé confirmou que alguns atletas devem ser poupados no jogo em Santa Quitéria. Além disso, o treinador elogiou o Sport, oponente na Copa do Nordeste, e pediu atenção do elenco para os dois compromissos importantes que terão pela frente.
“A gente tem que buscar esse caminho, porque é quase impossível você jogar no final de semana e no meio da semana com a mesma equipe, sem ter muito desgaste, sabendo que você vai pegar uma equipe muito qualificada, muito equilibrada taticamente, tecnicamente uma das melhores equipes do Brasil atualmente, tanto que não correu riscos de rebaixamento no Brasileiro, pela força que tem”, destacou Canindé, em entrevista à rádio Mirante AM. “A gente não pode brincar com o Santa Quitéria, que é um adversário forte dentro do nosso estado, e nem podemos, em hipótese alguma, baixarmos a guarda contra o Sport, por ser uma das equipes mais fortes do Nordeste”.
Nesta sexta-feira (29), Oliveira Canindé deve definir a equipe que enfrenta o Santa Quitéria. O atacante Robert, principal contratação do Bolivão para a temporada, é nome quase certo entre os atletas poupados, já que ainda se recupera de uma entorse no tornozelo. A partida de estreia no Maranhense será disputada neste domingo (1º), às 15h30, no Estádio Rodrigão. O duelo contra o Sport, pelo Nordestão, será na quarta-feira (4).

Suspeito de latrocínio de médico é preso na Ilhinha

Anderson Silva é acusado de participação na morte de Luiz Alfredo Guterres.
Divulgação
SÃO LUÍS – Uma operação das polícias Civil e Militar resultou, na tarde desta quarta-feira (28), na prisão de sete pessoas na comunidade da Portelinha, que fica localizada na região da Ilhinha, em São Luís. Entre os detidos, está Anderson Silva Gonçalves, de 27 anos, conhecido como ‘Aranha’, que é suspeito de ter envolvimento no latrocínio do médico Luiz Alfredo Guterres, diretor do Hospital do Câncer (antigo Hospital Geral), em novembro de 2014.
Anderson, que já tem mandado de prisão na justiça e é acusado por vários assaltos em São Luís, foi autuado por formação de quadrilha. Todos os detidos foram encaminhados ao 9º DP, no bairro do São Francisco.
Entenda o caso
Na manhã do dia 9 de novembro, uma quadrilha invadiu a casa de Luiz Guterres, localizada no bairro Jardim Eldorado. O médico teria reagido ao assalto e foi atingido por dois tiros no pescoço, com os bandidos fugindo do local logo em seguida, levando dois celulares. No dia seguinte, três suspeitos de participação no latrocínio foram detidos.

Do G1 Ribeirão e Franca Facebook Após promessa de novo emprego, Ana sonha em comprar casa própria (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Após promessa de novo emprego, Ana sonha com casa própria para família (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) A catadora de recicláveis Ana dos Santos Cruz, de 23 anos, completa nesta quinta-feira (29) quatro meses na cooperativa de material reciclável em que trabalha atualmente. Quase uma semana depois de devolver R$ 250 mil em cheques de doações encontrados no lixo ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), ela ainda espera ser chamada para ser contratada pela unidade e mantém as esperanças de melhorar suas condições de vida. Uma vaga de trabalho num dos principais centros médicos de tratamento oncológico do país foi a promessa, segundo ela, feita pela própria direção na última sexta-feira (23), como recompensa pelo ato de honestidade. "Henrique Prata [diretor do hospital] falou que eu poderia trabalhar lá a qualquer hora que eu quisesse", diz ela. saiba mais Ex-provedor de Santa Casa é alvo de denúncia por apropriação indébita Após beijo gay, jovens dizem ter sido expulsas de bar em Ribeirão Preto O hospital, no entanto, não confirma se haverá ou não contratação. Rotina pesada Encontrar os cheques de alto valor no meio do lixo e devolvê-los pessoalmente ao diretor do hospital, Henrique Prata, surgiu para Ana como uma chance de deixar o que ela hoje considera uma rotina difícil. A catadora, que cuida do filho de 3 anos sem a presença do marido, preso por tráfico de drogas, relata que chega a trabalhar dez horas por dia recolhendo materiais recicláveis em pontos de coleta da cidade. "Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. As mulheres só entram ali quando precisam muito. Eu sou a única mulher que entrou jovem lá", afirma a catadora, que conta que começa seu trabalho às 8h e termina por volta das 18h diariamente. Ana devolveu os R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer de Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Ana devolveu R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) Apesar do esforço, o dinheiro que ganha ainda não foi o suficiente para que tenha sua própria casa para morar com seu filho Maurício, de 3 anos, e recomeçar a vida com seu marido. Atualmente, Ana vive com os pais na mesma casa em que foi criada pela família desde quando nasceu, na periferia de Barretos. "Não tenho condições de pagar aluguel." A catadora afirma que, apesar da promessa que diz ter recebido, ainda não foi procurada pelo hospital e não tem ideia de que tipo de função pode vir a exercer na empresa. "Acredito que as coisas vão melhorar bastante depois dessa honestidade que tive. Eu tenho sonho de ter minha própria casa, onde possa haver um quarto só para mim e outro só para meu filho. Também quero construir uma casa para minha mãe, também penso nos sonhos dela", diz. Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. As mulheres só entram ali quando precisam muito" Ana dos Santos Cruz, catadora de recicláveis Enquanto permanece na espera de conseguir um trabalho novo no hospital, Ana já colhe os frutos pelo gesto através do reconhecimento dos moradores de Barretos. "Quando fui descer para o serviço, um moço veio me pedir autógrafo. No meu Facebook, também tem muita gente falando isso bastante." Sonhos A casa própria é apenas um dos sonhos de Ana, que se diz motivada com a possibilidade de conseguir deixar a periferia com a família e ainda cursar uma faculdade. Ana afirma que não conseguiu concluir o ensino médio porque desde jovem começou a trabalhar como babá, faxineira e garçonete, para ajudar a sustentar a família. "Eu sempre quis ser médica ou enfermeira. Quem sabe agora eu consigo?", planeja. A catadora também espera que possa ajudar o marido a conseguir um emprego depois que ele deixar a penitenciária de Cerqueira César (SP), onde está preso há dois anos. "Ele fala que não é essa a vida que ele quer, está arrependido, chora muito. Agora, vai ter orgulho de mim pelo que fiz. Essa é a hora das oportunidades", afirma. R$ 250 mil no lixo Ao sair do barracão da cooperativa para recolher papelão no Hospital de Câncer de Barretos no último dia 22, Ana não imaginava o que iria encontrar. Em meio ao lixo, um saco transparente com uma agenda e um envelope chamaram a atenção da catadora. Eram R$ 250 mil em cheques, que tinham sido doados ao HC. À noite, o cunhado dela ligou para o hospital, informando que Ana gostaria de entregar o dinheiro pessoalmente ao diretor-geral da instituição, Henrique Prata. Ao ser informada de que Prata estava viajando, a catadora decidiu procurar um canal de TV local. No dia seguinte, ela entregou o dinheiro nas mãos de Prata, oportunidade em que o diretor do hospital teria lhe oferecido um novo emprego dentro da instituição como recompensa pelo ato. "Jamais pensei em ficar com aqueles cheques. Os pacientes do hospital precisam muito mais do que eu", diz Ana. Hospital de Câncer Em nota, o Hospital de Câncer de Barretos esclareceu que os cheques encontrados no lixo da unidade foram doados durante um leilão de gado em São José dos Quatro Marcos (MT). Segundo a instituição, as doações foram descartadas por erro de um funcionário, mas não esclareceu se o trabalhador receberá algum tipo de punição, ou se será aberta sindicância para investigar os fatos. Questionado sobre a contratação de Ana, o hospital também não confirmou. Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais em Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)

Em entrevista ao Bom Dia Rio, governador falou sobre a crise hídrica.
Rio Paraíba do Sul é usado para abastecer outros estados do sudeste. 

Do G1 Rio
O Governador do Rio Luiz Fernando Pezão disse nesta quinta-feira (29) em entrevista ao Bom Dia Rio que reiterou com a presidente Dilma Rousseff a necessidade mínima de água para que a Região Metropolitana do Rio não tenha problemas de abastecimento. Pezão esteve em Brasília nesta quarta (28) para falar com a presidente sobre o uso da água do Rio Paraíba do Sul, de gestão federal, que também é usado para abastecer outros estados da Região Sudeste.
“Ficou combinado o que a gente já vem fazendo nesse fórum, de chegar na vazão mínima que precisa para abastecer a cidade do Rio de Janeiro e a Região Metropolitana. Ali quem controla é a Agência Nacional de Águas, é um rio de regulação federal", afirmou o governador.
Questionado sobre o risco de que os outros estados que dependem do rio - São Paulo e Minas Gerais - extrapolem o consumo e prejudiquem a Região Metropolitana do Rio, Pezão garantiu que os limites foram estabelecidos em uma reunião.
"Não há risco, isso ficou acordado em uma reunião com o ministro Fux [Supremo Tribunal Federal], eu, o governador Geraldo Alkimin [São Paulo] e o governador naquela ocasião de Minas Gerais Alberto Coelho. Ontem, nós reiteramos com a presidente Dilma qual é a vazão que precisa para a cidade do Rio de Janeiro não sofrer problemas", garantiu.
Pressão nas indústrias
Pezão falou que o governo estadual fará pressão para que o setor industrial do estado utilize formas alternativas de consumo. "As empresas do setor industrial de Santa Cruz, nós já vínhamos alertando. A CSN [Companhia Siderúrgica Nacional] desde a instalação já deveria ter feito novas formas de captação de água. A gente vai colocar mais legislações, forçar a Reduc [Refinaria de Duque de Caxias] a fazer reuso de água da Estação Alegria. Chamamos as empresas para se reunir com a Secretaria do Meio Ambiente para discutir novas formas", explicou.
Sobre a possiblidade de racionamento, o governador disse que vai intensificar as campanhas institucionais, de alerta a população, mas que os reservatórios da Região Metropolitana conseguem atender perfeitamente até o mês de maio, caso a estiagem continue.
"Existe uma previsão de chuvas no mês que vem, mas até maio, junho a gente passa bem se continuar desta forma. O racionamento pode ocorrer, mas estamos tomando uma série de medidas há um tempo, estamos fazendo o nosso dever de casa", afirmou.

Catadora que devolveu R$ 250 mil segue rotina dura e aguarda emprego

Jovem disse que recebeu promessa de trabalho ao entregar cheques.
Ela sonha em ter salário melhor para comprar a casa própria.

Do G1 Ribeirão e Franca
Após promessa de novo emprego, Ana sonha em comprar casa própria (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Após promessa de novo emprego, Ana sonha com casa própria para família (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
 
A catadora de recicláveis Ana dos Santos Cruz, de 23 anos, completa nesta quinta-feira (29) quatro meses na cooperativa de material reciclável em que trabalha atualmente. Quase uma semana depois de devolver R$ 250 mil em cheques de doações encontrados no lixo ao Hospital de Câncer de Barretos (SP), ela ainda espera ser chamada para ser contratada pela unidade e mantém as esperanças de melhorar suas condições de vida.
Uma vaga de trabalho num dos principais centros médicos de tratamento oncológico do país foi a promessa, segundo ela, feita pela própria direção na última sexta-feira (23), como recompensa pelo ato de honestidade. "Henrique Prata [diretor do hospital] falou que eu poderia trabalhar lá a qualquer hora que eu quisesse", diz ela.
O hospital, no entanto, não confirma se haverá ou não contratação.
Rotina pesada
Encontrar os cheques de alto valor no meio do lixo e devolvê-los pessoalmente ao diretor do hospital, Henrique Prata, surgiu para Ana como uma chance de deixar o que ela hoje considera uma rotina difícil.
A catadora, que cuida do filho de 3 anos sem a presença do marido, preso por tráfico de drogas, relata que chega a trabalhar dez horas por dia recolhendo materiais recicláveis em pontos de coleta da cidade.
"Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. As mulheres só entram ali quando precisam muito. Eu sou a única mulher que entrou jovem lá", afirma a catadora, que conta que começa seu trabalho às 8h e termina por volta das 18h diariamente.

Ana devolveu os R$ 250 mil em cheques doados ao Hospital de Câncer de Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1) 
Ana devolveu R$ 250 mil em cheques doados ao
Hospital de Câncer (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)
 
Apesar do esforço, o dinheiro que ganha ainda não foi o suficiente para que tenha sua própria casa para morar com seu filho Maurício, de 3 anos, e recomeçar a vida com seu marido. Atualmente, Ana vive com os pais na mesma casa em que foi criada pela família desde quando nasceu, na periferia de Barretos. "Não tenho condições de pagar aluguel."
A catadora afirma que, apesar da promessa que diz ter recebido, ainda não foi procurada pelo hospital e não tem ideia de que tipo de função pode vir a exercer na empresa.
"Acredito que as coisas vão melhorar bastante depois dessa honestidade que tive. Eu tenho sonho de ter minha própria casa, onde possa haver um quarto só para mim e outro só para  meu filho. Também quero construir uma casa para minha mãe, também penso nos sonhos dela", diz.
Eu ganho muito pouco e o serviço lá é muito pesado. Pra falar a verdade, é serviço de homem. As mulheres só entram ali quando precisam muito"
Ana dos Santos Cruz,
catadora de recicláveis
Enquanto permanece na espera de conseguir um trabalho novo no hospital, Ana já colhe os frutos pelo gesto através do reconhecimento dos moradores de Barretos. "Quando fui descer para o serviço, um moço veio me pedir autógrafo. No meu Facebook, também tem muita gente falando isso bastante."
Sonhos
A casa própria é apenas um dos sonhos de Ana, que se diz motivada com a possibilidade de conseguir deixar a periferia com a família e ainda cursar uma faculdade.
Ana afirma que não conseguiu concluir o ensino médio porque desde jovem começou a trabalhar como babá, faxineira e garçonete, para ajudar a sustentar a família. "Eu sempre quis ser médica ou enfermeira. Quem sabe agora eu consigo?", planeja.
A catadora também espera que possa ajudar o marido a conseguir um emprego depois que ele deixar a penitenciária de Cerqueira César (SP), onde está preso há dois anos. "Ele fala que não é essa a vida que ele quer, está arrependido, chora muito. Agora, vai ter orgulho de mim pelo que fiz. Essa é a hora das oportunidades", afirma.
R$ 250 mil no lixo
Ao sair do barracão da cooperativa para recolher papelão no Hospital de Câncer de Barretos no último dia 22, Ana não imaginava o que iria encontrar. Em meio ao lixo, um saco transparente com uma agenda e um envelope chamaram a atenção da catadora. Eram R$ 250 mil em cheques, que tinham sido doados ao HC.
À noite, o cunhado dela ligou para o hospital, informando que Ana gostaria de entregar o dinheiro pessoalmente ao diretor-geral da instituição, Henrique Prata. Ao ser informada de que Prata estava viajando, a catadora decidiu procurar um canal de TV local.
No dia seguinte, ela entregou o dinheiro nas mãos de Prata, oportunidade em que o diretor do hospital teria lhe oferecido um novo emprego dentro da instituição como recompensa pelo ato. "Jamais pensei em ficar com aqueles cheques. Os pacientes do hospital precisam muito mais do que eu", diz Ana.
Hospital de Câncer
Em nota, o Hospital de Câncer de Barretos esclareceu que os cheques encontrados no lixo da unidade foram doados durante um leilão de gado em São José dos Quatro Marcos (MT). Segundo a instituição, as doações foram descartadas por erro de um funcionário, mas não esclareceu se o trabalhador receberá algum tipo de punição, ou se será aberta sindicância para investigar os fatos.
Questionado sobre a contratação de Ana, o hospital também não confirmou.

Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)Catadora conta que divide o quarto com o filho na casa dos pais em Barretos (Foto: Rodolfo Tiengo/G1)

Prazo de inscrição para concorrer às bolsas do Prouni termina nesta quinta

São oferecidas 213 mil bolsas de estudos em instituições particulares.
Mais de um milhão de pessoas já se inscreveram.

Do G1, em São Paulo
Bolsas podem ser consultadas no site do Prouni (Foto: Reprodução/Inep) 
Bolsas podem ser consultadas no site
do Prouni (Foto: Reprodução/Inep)
 
O prazo para a inscrição na primeira edição de 2015 do Programa Universidade para Todos (Prouni) termina às 23h59 desta quinta-feira (29). A inscrição deve ser feita no site do Prouni. O prazo vai até as 23h59 de quinta (29). Mais de 1,2 milhão de pessoas já se inscreveram.
Nesta edição, são ofertadas 213.113 bolsas de estudos em cursos de graduação em instituições privadas, sendo 135.616 integrais (100%) e 77.497 parciais (50). Há bolsas em 30.549 cursos e em 1.117 instituições de ensino superior privadas.
Lista de aprovados
O processo seletivo é constituído de duas chamadas sucessivas: a primeira na próxima segunda-feira (2) e a segunda no dia 19 de fevereiro.
A bolsa do Prouni só poderá ser concedida caso haja formação de turma no período letivo inicial do curso, o que ocorrerá somente se houver o número mínimo necessário de alunos matriculados.
Os candidatos pré-selecionados para cursos nos quais não houver formação de turma serão reprovados, tendo direito à bolsa apenas se já estiverem matriculados no respectivo curso.
Bolsas por estado
São Paulo tem 30,8% do total da oferta de bolsas. São 65.710 bolsas no total de faculdades particulares em São Paulo.
Prouni x Sisu
O Prouni é uma alternativa para os alunos que não são aprovados nas universidades públicas pelo Sisu.
O programa concede bolsas de estudo integrais e parciais (50%) em instituições privadas de ensino superior, em cursos de graduação e sequenciais de formação específica, a estudantes brasileiros sem diploma de nível superior.
Mesmo quem é aprovado no Sisu em uma universidade pública em outra cidade ou estado, mas não pode se mudar, costuma optar por fazer uma faculdade particular em seu município com bolsa do Prouni.
O candidato pode se inscrever no Sisu e no Prouni, desde que atenda aos critérios do programa.
Mas, caso seja selecionado nos dois programas, terá de escolher entre a bolsa do Prouni e a vaga do Sisu.
Critérios
Para concorrer às bolsas do Prouni, o candidato deve cumprir os seguintes quesitos:

1. Renda (Foto: G1)
– Para concorrer às bolsas integrais: renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa.
– Para concorrer às bolsas parciais: renda familiar bruta mensal de até três salários mínimos por pesso
a.

2 - escolaridade (Foto: G1)
– Não ter diploma de ensino superior.
– Ter feito o Enem 2014. A pontuação mínima exigida é 450 pontos na média das notas do exame, e o estudante não pode ter tirado zero na redação.
 

3. Vida escolar (Foto: G1)
– Ter cursado o ensino médio completo na rede pública ou na rede privada como bolsista integral da própria escola OU
– Ter cursado o ensino médio parcialmente em escola da rede pública e parcialmente em escola da rede privada, na condição de bolsista integral da própria escola.

4. Outros casos (Foto: G1)
– Pessoa com deficiência.
– Professor da rede pública de ensino, no efetivo exercício do magistério da educação básica e integrando o quadro de pessoal permanente da instituição pública, pode concorrer a bolsas exclusivamente nos cursos de licenciatura. Nesse caso, não há requisitos de renda.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Instalado sistema de videomonitoramento no Complexo de Pedrinhas

O sistema capta imagens por meio de 28 câmeras de alta resolução.
Foto: Divulgação
SÃO LUÍS - Um serviço de videomonitoramento foi instalado no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Pedrinhas, em São Luís, nessa segunda-feira (26), pela Secretaria de Administração Penitenciária (Sejap). Com os equipamentos, os presos passam a ser monitorados em tempo integral nos pavilhões, pátio para visitas, banhos de sol e nos terrenos de capina e de coleta de lixo.
O sistema, operado por quatro funcionários, capta imagens por meio de 28 câmeras de alta resolução com alcance de até mil metros de distância e perímetro de 360°. Instaladas em pontos estratégicos, garantem a vigilância interna e na área externa do presídio.
O Estado dispõe de 220 câmeras nas unidades prisionais do Maranhão, sendo 150 em presídios da Região Metropolitana de São Luís. Destas, 110 estão no complexo de Pedrinhas.
O superintendente de Estabelecimentos Penais da Sejap, Gustavo Moreira, explicou que até então, quando era detectado um suspeito, os operadores usavam telefone para acionar a segurança em Pedrinhas. Agora, os agentes ganham mais tempo e agilidade.

Acidente de trânsito deixa sete mortos na BR-287 em Santa Maria

Dois carros com placas de São Pedro do Sul colidiram na rodovia.
Seis morreram no local; um homem foi levado ao hospital, mas não resistiu.

Bernardo Bortolotto e Estêvão Pires Da RBS TV e do G1 RS
Acidente em Santa Maria deixou 6 mortos na noite desta terça-feira (27) (Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV)Acidente em Santa Maria deixou 7 mortos na noite desta terça-feira (Foto: Bernardo Bortolotto/RBS TV)
Um acidente de trânsito deixou sete mortos e uma pessoa ferida na noite desta terça-feira (27) em Santa Maria, na Região Central do Rio Grande do Sul. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, dois carros, um Monza e um Twingo com placas de São Pedro do Sul, colidiram na BR-287 por volta das 23h10.
Seis pessoas morreram no local, sendo quatro homens e duas mulheres. Uma sétima vítima chegou a receber atendimento no Hospital Universitário de Santa Maria, mas não resistiu aos ferimentos. O homem de 44 anos, que teve a morte divulgada por volta da 1h50 desta quarta (28) pela instituição, era o único ocupante do Twingo.

Polícia é realizada em local de acidente (Foto: Estêvão Pires/G1) 
Polícia é realizada em local de acidente
(Foto: Estêvão Pires/G1)
 
De acordo com a PRF, as seis vítimas que morreram na hora estavam no veículo Monza, que transportava 7 pessoas. Segundo as autoridades, o motorista não possuía Carteira Nacional de Habilitação, todos os ocupantes estavam sem cinto, e foram encontradas bebidas alcoólicas no carro. Uma menina de 16 anos foi levada ao hospital e passava por exames no início da madrugada.
Segundo informações preliminares, o Twingo invadiu a pista contrária, causando a colisão. Entretanto, as causas do acidente ainda não foram divulgadas oficialmente.
Um homem que mora perto do local diz ter ouvido um forte barulho. "Moro aqui ao lado. Ouvi um estouro e fui até lá. Uma moça gritava pedindo socorro. Não sabia o que fazer. Falava para ela esperar. Nunca vi uma tragédia igual", afirmou o operário Valmor Escobar, 44 anos.
Até as 3h, as identidades de cinco vítimas haviam sido divulgadas pela polícia. João Paulo Pereira da Silva, de 29 anos, era motorista do Monza e morreu na hora. Também morreram no local Lucas Silveira Marques, 20 anos, Luan Patrick Farias, sem idade divulgada, e Luciele Bitencourt Escobar, 29 anos. Já o condutor do Twingo, de 44 anos, se chamava Pierry André de Oliveira.
Viaturas da PRF, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros estão no local. A perícia é realizada. O trânsito foi bloqueado no trecho.

Dilma pede a ministros para reagir a 'boatos' e defender o governo

Presidente fez abertura da primeira reunião ministerial do segundo mandato.
Ela disse que reequilíbrio fiscal é necessário e será feito de forma 'gradual'.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília
A presidente Dilma Rousseff abriu nesta terça-feira (27) a primeira reunião ministerial do segundo mandato determinando aos ministros que enfrentem o "desconhecimento", a "desinformação" e "reajam aos boatos" e à "falsa versão".
Para o encontro, ela reuniu os 39 ministros na Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência. Dilma fez o discurso de abertura, que durou cerca de 35 minutos (veja íntegra ao final desta reportagem). Em seguida, os ministros passaram a fazer exposilções sobre prioridades nas suas pastas.
"Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública, a posição do ministério à opinião pública. Sejam claros, sejam precisos, se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas", declarou a presidente.
Dilma também pediu aos ministros que digam "a cada cidadão" que não houve recuo naquilo que foi apresentado como princípio durante a campanha eleitoral.

A presidente Dilma Rousseff lidera reunião ministerial em Brasília (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)Dilma em reunião com ministros na Granja do Torto, em Brasília (Foto: Roberto Stuckert Filho/PR)
 
"Vamos mostrar a cada cidadão brasileiro que não alteramos um só milímetro o nosso compromisso com o projeto vencedor da eleição, com o projeto de desenvolvimento que nós estamos implementando desde 2003, um projeto de crescimento com distribuição de renda. O nosso povo votou em nós porque acredita que somos os mais indicados para fazer o que for preciso para o Brasil avançar ainda mais, porque acredita em nossa capacidade e em nossa honestidade de propósitos", afirmou.
Direitos trabalhistas são intocáveis e não será o nosso governo, um governo de trabalhadores, que irá revogá-los."
Sobre a preservação de direitos trabalhistas
Dilma mencionou como exemplo a questão trabalhista, objeto de crítica da oposição, que afirma que o governo está retirando direitos e contrariando o discurso da campanha eleitoral. "Direitos trabalhistas são intocáveis e não será o nosso governo, um governo de trabalhadores, que irá revogá-los", afirmou.
"Vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, sobre nossos acertos", afirmou.
A presidente afirmou que a reforma política será prioridade neste ano e pediu aos ministros  que tenham "muito diálogo" com o Congresso Nacional – a suposta falta de diálogo é uma das principais críticas ao governo de parlamentares da base aliada.
"Espero de cada um das ministras e dos ministros muito diálogo com o Congresso, com governadores, com os prefeitos e os movimentos sociais, tal como eu mesma farei. [...] Espero de todos muita dedicação, muita cooperação entre os ministérios", afirmou a presidente, para quem os ministros devem ter entre si uma "ação cooperativa".

Frase Dilma reunião ministerial (Foto: Arte/G1)
'Reequilíbrio' fiscal

Ela também disse que as medidas econômicas anunciadas recentemente pelo governo têm "caráter corretivo" e que o reequilíbrio fiscal será “gradual”.
“Os ajustes que estamos fazendo são necessários para manter o rumo e para ampliar as oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do governo que iniciamos há 12 anos”, disse a presidente. “Vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual. Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB, um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego”, completou.
Lembro a cada um dos ministros e das ministras que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência no gasto. Estou certa de que todos executarão com excelência e vamos fazer mais, gastando menos"
Sobre cortes no orçamento
Em 19 de dezembro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou o aumento de tributos sobre combustíveis, produtos importados e operações de crédito. A equipe econômica espera arrecadar R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.
Na reunião ministerial, a presidente afirmou que as medidas anunciadas pela Fazenda têm caráter “corretivo”. Aos 39 ministros, Dilma ressaltou que o "reequlíbrio" fiscal é indispensável.
Corte no orçamento
A presidente citou ainda o corte no Orçamento da União, publicado no “Diário Oficial” e que prevê o bloqueio mensal de R$ 1,9 bilhão nos gastos do governo.

“Nós reduzimos em um terço o limite orçamentário de todos os ministérios neste início de ano. Lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência no gasto, tarefa que estou certa, todos executarão com excelência. Vamos fazer mais, gastando menos”, afirmou Dilma.
Ela defendeu ainda a necessidade de aumento da competitividade tanto interna quanto externa, além de desenvolvimento econômico e social “duradouro”.
A presidente ressaltou que o compromisso dos ministros deve ser em torno de medidas que garantam, cada vez mais, que o Brasil seja um país próspero e menos desigual.
“Como disse na cerimônia de posse, as mudanças que o país espera e precisa para os próximos quatros anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia. Nós precisamos garantir solidez dos nossos indicadores econômicos.”
Crescimento
Durante a fala, dominada por temas econômicos, Dilma afirmou que, para recuperar o crescimento da economia “o mais rápido possível”, é preciso criar condições para a queda da inflação e das taxas de juros no médio prazo, além de garantir a continuidade da geração de emprego e renda.

A presidente comentou ainda o anúncio feito pelo governo de tonar mais rigoroso o acesso da população a benefícios previdenciários, em 29 de dezembro. Ela classificou as medidas como “corretivas” e garantiu ter buscado o “aperfeiçoamento” desses benefícios.
“Trata-se do aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e sua justiça. [...] Nós sempre aperfeiçoamos nossas políticas, e o Bolsa Família é um exemplo, eu diria excelente exemplo”, declarou.
Temos de reconhecer que a Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar, temos que saber punir. Isso tudo sem enfraquecer a Petrobras (...)"
Sobre a corrupção na Petrobras
Petrobras e combate à corrupção
A presidente voltou a defender a Petrobras, centro das investigações da Polícia Federal na Operação Lava Jato, que apura casos de pagamento de propinas em contratos e superfaturamento em construção de refinarias.

“Temos de reconhecer que a Petrobras é a empresa mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar, temos que saber punir. Isso tudo sem enfraquecer a Petrobras, nem diminuir sua importância para o presente e para o futuro do país”, afirmou.
No discurso, Dilma disse que o governo lutará contra a corrupção e a impunidade e voltou a defender que os responsáveis por prejuízos a empresas sejam punidos. “Mas nós devemos punir as pessoas, não destruir as empresas. As empresas são essenciais para o Brasil, e nós temos que saber punir o crime.”
Crise da água
Ao comentar a crise no abastecimento de água em estados principalmente da região Sudeste do país, a presidente disse aos ministros para eles lembrarem que desde o início da estiagem, considerada a pior dos últimos 84 anos, o governo federal apoiou medidas tomadas pelos governos estaduais para garantir o fornecimento de água.

No discurso, Dilma citou as ações de apoio ao estado de São Paulo. Nesta semana, o governo incluiu na lista de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) a ligação da bacía do Paraíba do Sul (RJ) ao Sistema Cantareira (SP), responsável pelo abastecimento de água na região da Grande São Paulo.
“Oriento os ministros e os dirigentes de órgãos federais relacionados ao assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais, notadamente no Sudeste, para vencer a atual situação de insegurança hídrica. Quero enfatizar, com especial atenção, para as regiões Nordeste, como sempre, e Sudeste. Ao mesmo tempo, nós estamos tomando todas as ações cabíveis para garantir o suprimento de energia elétrica”, afirmou a presidente.

Íntegra

Leia abaixo a íntegra do discurso da presidente na abertura da reunião ministerial, segundo transcrição divulgada pela Secretaria de Imprensa da Presidência da República.
Discurso da Presidenta da República, Dilma Rousseff, durante abertura da Reunião Ministerial
Granja do Torto, 27 de janeiro de 2015
...especial a todos vocês, Ministras e Ministros, assessores, porque nós contamos aqui com a presença da Assessoria Especial de Relações Exteriores e também - que é o nosso querido Marco Aurélio, nosso embaixador Marco Aurélio; e, também, a presença da Assessoria de Comunicação, que é o querido Olímpio Cruz; e do Beto Vasconcelos, que é o chefe de gabinete, e do nosso ouvidor - uma espécie de ouvidor, que é o Giles. Agradeço o Giles.
Bom, então a minha primeira recomendação para vocês, que vão compartilhar comigo essa responsabilidade de governar e desse novo mandato, é trabalhar muito para que que nós possamos dar sequência ao projeto político que nós implantamos desde 2003, e que está mudando o Brasil, mudando para muito melhor, porque nós temos menos pobreza, mais oportunidades, temos uma situação de mais igualdade, mais direitos e cada vez mais democracia.
Na campanha eleitoral, como vocês todos se lembram, eu pedi o voto dos brasileiros para conduzir o Brasil a uma nova etapa do processo de desenvolvimento que nós iniciamos em 2003. Mostramos também, durante a campanha eleitoral, que essa proposta estava baseada em uma política econômica consistente e em políticas sociais geradoras de oportunidades e numa conquista extraordinária: a superação da miséria, alcançada ao criarmos as condições para que 22 milhões de pessoas ultrapassassem a linha da pobreza extrema.
Naquela circunstância da campanha, e ao longo do meu mandato, eu deixei claro que o novo mandato, para mim e para nós todos, teria como objetivo principal a preparação do Brasil para a era do conhecimento – com prioridade absoluta para os investimentos em educação, geradores de mais e melhores oportunidades para as brasileiras e para os brasileiros, e da necessária elevação da competitividade da nossa economia, base para um desenvolvimento duradouro. Nessas oportunidades todas, eu propus fazer do Brasil uma Pátria Educadora.
E foi isso... e foi nisso que a maioria do povo brasileiro, dos homens e mulheres deste país deram o seu voto, foi para isso que eles deram seu voto. Este é o meu compromisso, fazer com que o Brasil nos próximos quatro anos, tenha condições de ter as medidas necessárias para manter íntegra a estratégia de construir um país desenvolvido, um país próspero, cada vez mais igual, menos desigual, fazendo tudo o possível para manter e fortalecer o modelo de desenvolvimento que mostrou ser possível conciliar crescimento econômico, distribuição de renda e inclusão social.
A população brasileira, ela votou também por mudanças e nós não podemos esquecer disso. E nós as faremos, esse é o nosso compromisso, fazer as mudanças necessárias. Juntos, nós devemos fazer, nós faremos um governo que é, ao mesmo tempo, um governo de continuidade e também um governo de mudanças. Nossa tarefa será manter o projeto de desenvolvimento iniciado em 2003, mas dar continuidade com avanços, dar continuidade com mudanças que lhe darão, que darão a este projeto ainda mais consistência, mais velocidade.
Os ajustes - e aí eu entro nessa explicação que é essencial - os ajustes que estamos fazendo, eles são necessários para manter o rumo, para ampliar as oportunidades, preservando as prioridades sociais e econômicas do governo que iniciamos há 12 anos atrás. As medidas que estamos tomando e que tomaremos, elas vão consolidar e ampliar um projeto vitorioso nas urnas por quatro eleições consecutivas e que estão, essas medidas, ajudando a  transformar o Brasil.
Como disse na Cerimônia de Posse, as mudanças que o país espera, que o país precisa para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia. Nós precisamos garantir a solidez dos nossos indicadores econômicos.
A economia brasileira, ela vem sofrendo os efeitos de dois choques. No plano externo, a economia mundial sofreu uma redução expressiva nas suas taxas de crescimento com a China apresentando as menores taxas de crescimento em 25 anos e o Japão e a Europa em estagnação, e os EUA só agora começando a se recuperar da crise. Além disso, há uma queda nos preços das commodities - uma queda expressiva nos preços das commodities.
Para vocês terem uma ideia, uma queda de 58%, quase 59% no preço do petróleo, de junho do ano passado, de 2014, até janeiro de 2014 [2015], e de 53% do minério de ferro, de dezembro de 2013 a janeiro de 2014. Além disso, além da queda no preço das commodities, nós temos uma apreciação significativa do dólar.
No plano interno, nós enfrentamos, em anos sucessivos, um choque no preço dos alimentos, devido ao pior regime de chuvas de que se tem registro histórico no Brasil. Essa seca também teve, mais recentemente, impactos no preço da energia em todo o Brasil e na oferta de água em algumas regiões específicas e de forma muito específica na região Sudeste.
Diante destes eventos internos e externos, o governo federal cumpriu o seu papel. Nós absorvemos a maior parte das mudanças, dessas mudanças no cenário econômico e climático em nossas contas fiscais para preservar o emprego e a renda. Nós reduzimos nosso resultado primário para combater os efeitos adversos desses choques sobre nossa economia e proteger nossa população. Agora, atingimos um limite para isso. Estamos diante da necessidade de promover um reequilíbrio fiscal para recuperar o crescimento da economia o mais rápido possível, criando condições para a queda da inflação e da taxa de juros no médio prazo e garantindo, assim, a continuidade da geração de emprego e da renda.
Tomamos algumas medidas que têm caráter corretivo, ou seja, são medidas estruturais que se mostram necessárias em quaisquer circunstâncias. Vamos adequar, por exemplo, o seguro-desemprego, o abono-salarial, a pensão por morte e o auxílio-doença às novas condições socioeconômicas do país. Essas novas condições mostram que, nos últimos 12 anos, foram gerados 20,6 milhões de empregos formais.
A base de contribuintes da Previdência Social foi ampliada em 30 milhões de beneficiários. O valor real do salário mínimo, que é a base de todo o sistema de proteção social, cresceu mais de 70%. Além disso, a expectativa de vida dos brasileiros com mais de 40 anos aumentou, passando de 73 anos e meio para 78 anos e meio, ou seja, quase cinco anos a mais de vida.
Nestes casos, que são corretivos, não se trata de medidas fiscais, trata-se de aperfeiçoamento de políticas sociais para aumentar sua eficácia, eficiência e sua justiça.
Aliás, é importante e eu pediria atenção dos senhores e das senhoras, aliás, nós sempre aperfeiçoamos nossas políticas, sempre. E o Bolsa Família é um exemplo, eu diria um excelente exemplo. No ano passado, por exemplo, ano eleitoral, nós tivemos 1 milhão de famílias, 1 milhão e 290 mil famílias deixando o programa por não mais se enquadrarem, seja por razões cadastrais, seja por aumento de renda. E nós, mesmo em ano eleitoral tivemos o cuidado para não prejudicar a sustentabilidade do Bolsa Família de retirar essas famílias que tinham sido desenquadradas. Outro conjunto de medidas, no entanto, é de natureza eminentemente fiscal, indispensáveis para a saúde financeira do Estado brasileiro. Contas públicas em ordem são necessárias para o controle da inflação, o crescimento econômico e a garantia, de forma sustentada, do emprego e da renda. Nós vamos promover o reequilíbrio fiscal de forma gradual.

Nossa primeira ação foi estabelecer a meta de resultado primário em 1,2% do PIB. Essa meta representa um grande esforço fiscal, mas um esforço que a economia pode suportar sem comprometer a recuperação do crescimento e do emprego.
São passos na direção de um reequilíbrio fiscal que irá permitir preservar as nossas políticas sociais – falo, por exemplo, do Bolsa Família, do Minha Casa, Minha Vida, do Mais Médicos, do Pronatec, das ações para garantir acesso ao ensino superior, do Ciência sem Fronteiras, do combate à violência contra a mulher, por exemplo.

A razão de ser da gestão responsável e consistente da política econômica é estimular o crescimento e dar meios para a execução de políticas que melhorem o bem-estar da população. Esta é a razão de ser das políticas.
Em relação à inflação eu quero lembrar que em nenhum momento no meu primeiro mandato nós descuidamos de seu controle e, por isso, ela foi mantida sempre no limite do  regime de metas. O Banco Central vem adotando as medidas necessárias para reduzir ainda mais a inflação. Decidimos também reduzir, previamente, nossos gastos discricionários, enquanto o Congresso Nacional discute o Projeto de Lei Orçamentária, projeto de 2015. Por essa razão, nós reduzimos em um terço o limite orçamentário de todos os ministérios neste início de ano.
Lembro a cada um dos ministros que as restrições orçamentárias exigirão mais eficiência no gasto, tarefa que estou certa, todos executarão com excelência. Vamos fazer mais gastando menos.
Estamos atuando também pelo lado da receita. Adotamos correções nas alíquotas da Cide sobre combustível e do IOF sobre o crédito pessoal. Também propusemos uma correção do PIS/COFINS sobre bens importados e do IPI sobre cosméticos. Além destas medidas de política fiscal, estamos também, senhores ministros e senhoras ministras, construindo medidas para viabilizar o aumento do investimento e da competitividade da economia.
No campo tributário, estamos finalizando nossa proposta de aperfeiçoamento do Supersimples, que irá estabelecer um mecanismo de transição entre sistemas tributários para enfrentar a barreira hoje existente ao crescimento das micro e pequenas empresas. Estamos preparando a reforma do PIS/Cofins para simplificar e agilizar o aproveitamento de créditos tributários pelas empresas. Vamos apresentar um Plano Nacional de Exportações para estimular o comércio externo. O foco de nossa política industrial, baseada na ampliação da nossa competitividade, será o aumento da pauta e dos destinos de nossas exportações. Se nossas empresas conseguirem competir no resto do mundo, elas conseguirão competir facilmente no Brasil, onde já desfrutam de vantagens locais. A melhora da competitividade depende, entre outras coisas, da simplificação e da desburocratização do dia a dia das empresas e dos cidadãos.
Para avançar nesta direção, lançaremos um Programa de Desburocratização e Simplificação das Ações de Governo. Trata-se de agilizar e simplificar o relacionamento das pessoas e das empresas com o Estado e do Estado consigo mesmo. Menos burocracia representa menos tempo e menos recursos gastos em tarefas acessórias e secundárias, e mais produtividade, mais competitividade. Toda a sociedade ganha.
Já iniciamos também a definição de uma nova carteira de investimentos em infraestrutura.

Nós vamos ampliar tanto as concessões como as autorizações de infraestrutura ao setor privado. Vamos continuar com as concessões de rodovias, com as autorizações e concessões em portos e ampliar as concessões de aeroportos. Realizaremos concessões em outras áreas, como hidrovias e dragagem de portos, por exemplo.
O Minha Casa, Minha Vida irá contratar a construção de mais três milhões de moradias até 2018, ampliando sua penetração em grandes centros urbanos. Com o programa Banda Larga para Todos vamos promover a universalização do acesso a um serviço de internet de banda larga barato, rápido e seguro.
O Brasil, senhoras ministras e senhores ministros, continua sendo uma economia continental, uma economia diversificada, um grande mercado interno, com empresas e trabalhadores habilidosos, versáteis, e nós estamos habilitados a aproveitar as oportunidades que temos diante de nós. Só lembrando alguns números, é importante lembrar alguns números, para que a gente tenha noção do tamanho do nosso país. Somos hoje a 7ª economia do mundo, o 2º maior produtor e exportador agrícola, o 3º maior produtor e exportador de minérios, o 5º que mais atrai investimentos estrangeiros, o 7º em acúmulo de reservas cambiais e o 3º maior usuário de internet. Para as senhoras ministras, só um pouquinho, para as senhoras ministras eu lembro que somos um dos primeiros mercados de cosméticos do mundo. Aliás, somos o primeiro mercado. O Brasil, porque as mulheres brasileiras têm a nossa vaidade intrínseca, o que é muito bom para o país, para as empresas e para os trabalhadores.
Por isso, o Brasil, nós podemos dizer, continua sendo um país com grandes oportunidades de investimento. O Brasil continua sendo um país com instituições sólidas, com regras estáveis, uma sociedade livre e democrática.
Depois de 12 anos de políticas de inclusão social e desenvolvimento, o Brasil é hoje um país melhor. Um país com menos pessoas na pobreza, com mais pessoas na classe média. Um país com milhões de novos estudantes do ensino fundamental à universidade. Um país com milhões de novas pequenas empresas e empreendedores individuais. Um país com milhões de novos trabalhadores no mercado formal. Um país com mais crédito, tanto para as empresas quanto para os consumidores. Nós confiamos na força do nosso povo, nos fundamentos econômicos, sociais, culturais, étnicos de nosso país. Nós sabemos que são essas as características que exigem de nós mudanças, que exigem de nós dedicação às políticas sociais, às políticas econômicas, às políticas macroeconômicas.
Aliás, em 2016, os olhos do mundo vão estar voltados mais uma vez para o Brasil com a realização das Olimpíadas. Nós temos certeza que mais uma vez, como na Copa, nós vamos mostrar a capacidade de organização dos brasileiros e, agora, numa das mais belas cidades do mundo, o Rio de Janeiro. E isso é em cooperação, em cooperação entre a União, o estado do Rio de Janeiro e o município do Rio de janeiro.
Caras ministras e caros ministros,
Nós devemos enfrentar o desconhecimento, a desinformação sempre e permanentemente. Vou repetir: sempre e permanentemente. Nós não podemos permitir que a falsa versão se crie e se alastre. Reajam aos boatos, travem a batalha da comunicação, levem a posição do governo à opinião pública, a posição do ministério, a posição do governo à opinião pública.
Sejam claros, sejam precisos, se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas.
Por exemplo, quando for dito que vamos acabar com as conquistas históricas dos trabalhadores, respondam em alto e bom som: “Não é verdade! Os direitos trabalhistas são intocáveis e não será o nosso governo, um governo dos trabalhadores, que irá revogá-los.”

Quando se levantar a questão da mobilidade urbana em nossas cidades, falem dos R$ 143 bilhões que estamos investindo em 118 municípios de grande e médio porte, em todos os Estados. Quando for mencionada a crise da água, lembrem-se que desde o início desta que é a maior estiagem das últimas décadas, o governo federal apoiou, está apoiando e continuará apoiando, de todas as formas, inclusive com vultosos investimentos, com investimentos elevados, as demandas dos governos estaduais, responsáveis constitucionalmente pelo abastecimento de água.
No Nordeste, nós temos uma carteira de investimentos de R$ 34 bilhões que, além da Integração do São Francisco, inclui a perenização de 1.000 km de rios, novos sistemas de adutoras, açudes e obras que vão assegurar a segurança hídrica na região. Em São Paulo, estamos autorizando, e já tínhamos autorizado, a partir das solicitações do governador, as grandes obras para ampliar a oferta de água e vamos fortalecer ainda mais nosso apoio a São Paulo.
Oriento os ministros e os dirigentes de órgãos federais relacionados ao assunto que se engajem no esforço dos governos estaduais, notadamente no Sudeste, para vencer a atual situação de insegurança hídrica, e quero enfatizar, com especial atenção, para as regiões Nordeste, como sempre, e Sudeste. Ao mesmo tempo, nós estamos tomando todas as ações cabíveis para garantir o suprimento de energia elétrica.
Senhores ministros, senhoras ministras,
Vamos falar mais, comunicar sobre nossos desafios, nossas iniciativas e nossos acertos.
Vamos mostrar a cada cidadão, a cada cidadã brasileira que não alteramos um só milímetro o nosso compromisso com o projeto vencedor na eleição, com o projeto de desenvolvimento que nós estamos implementando desde 2003, um projeto de crescimento com distribuição de renda.
O nosso povo votou em nós porque acredita que somos os mais indicados para fazer o que for preciso para o Brasil avançar ainda mais. O nosso povo votou em nós porque acredita em nossa capacidade e em nossa honestidade de propósitos.
Vamos, a partir da abertura do Congresso, senhoras ministras e senhores ministros, propor uma alteração na legislação para tratar como atividade comum dos entes da Federação as atividades de segurança pública, permitindo à União estabelecer diretrizes e normas gerais válidas para todo o território nacional para induzir políticas uniformes no país e disseminar a adoção de boas práticas na área policial.
Quero fazer alguns comentários sobre um dos maiores desafios vivenciados por nosso país: o combate à corrupção e à impunidade.
Neste segundo mandato, manterei, sem transigir em um só momento, meu compromisso com a lisura do uso do dinheiro público, com o combate aos mal feitos, com a atuação livre dos órgãos de controle interno, com a autonomia da Polícia Federal e com a independência do Ministério Público. Vou chegar ao final deste mandato podendo dizer o mesmo que disse do primeiro: nunca um governo combateu com tamanha firmeza e obstinação a corrupção e a impunidade.

Todos vocês devem atuar sempre orientados pelo compromisso com a correção e a lisura. Espero que enfrentem com firmeza todo e qualquer indício de mau uso do dinheiro público nas áreas sob seu comando. Gostaria de mais uma vez me manifestar sobre a Petrobrás. A  Petrobras já vinha passando por um rigoroso processo de aprimoramento de gestão, a realidade atual só faz reforçar nossa determinação de ampliar na Petrobras a mais eficiente estrutura de governança e controle que uma empresa estatal, ou privada já teve no Brasil.
Temos que apurar com rigor tudo de errado que foi feito, temos, principalmente, de criar mecanismos que evitem que fatos como esse se repitam, voltem a ocorrer. O saudável empenho da Justiça que já disse, inclusive, no meu pronunciamento quando eu fui diplomada, deve também nos permitir reconhecer que a Petrobras é a mais estratégica para o Brasil e a que mais contrata e investe no país. Temos que saber apurar, temos que saber punir. Isso tudo sem enfraquecer a Petrobras, nem diminuir a sua importância para o presente e para o futuro do país. Temos que continuar apostando na melhoria da governança da Petrobras, aliás, de todas as empresas privadas e das empresas públicas em especial. Temos de apostar num modelo de partilha para o pré-sal, temos de dar continuidade à vitoriosa política de conteúdo local. Temos que continuar acreditando na mais brasileira das empresas, a Petrobras.
Gostaria de falar para vocês agora - podia passar mais rápido, por favor? -, que toda vez que se tentou, no Brasil, toda vez que tentaram, no Brasil, desprestigiar o capital nacional estavam tentando, na verdade… Bom, eu vou preferir ler, sabe? Estavam tentando, na verdade, diminuir a sua independência, diminuir a sua concorrência e nós não podemos deixar que isso ocorra. Nós devemos punir as pessoas e não destruir as empresas. As empresas, elas são essenciais para o Brasil. Nós temos que saber punir o crime, nós temos de saber fazer isso sem prejudicar a economia e o emprego do país. Nós temos de fechar as portas para a corrupção. Nós não podemos, de maneira alguma, fechar as portas para o crescimento, o progresso e o emprego.
E queria dizer para vocês que punir, que ser capaz de combater a corrupção não significa, não pode significar a destruição de empresas privadas também. As empresas têm de ser preservadas, as pessoas que foram culpadas é que têm que ser punidas, não as empresas. Nós defendemos um pacto nacional contra a corrupção, que envolve todas as esferas de governo, todas as esferas de poder, tanto no ambiente público como no ambiente privado. E quero dizer para vocês que nós seremos implacáveis no combate aos corruptores e aos corruptos.
Em fevereiro, eu encaminharei ao Congresso as seguintes medidas, que eu disse durante toda a campanha eleitoral: primeiro, transformar em crime e punir com rigor os agentes públicos que enriquecem sem justificativa ou que não demonstrem a origem dos seus ganhos ou do seu patrimônio; segundo, incluir na legislação eleitoral como crime a prática de caixa 2; terceiro, criar uma nova espécie de ação judicial que permita o confisco de bens adquiridos de forma ilícita; quarto, alterar a legislação para apressar o julgamento de processos que envolvem o desvio de recursos públicos; e quinto, criar uma nova estrutura, a partir de negociação com o Poder Judiciário, que dê maior agilidade aos processos movidos contra aqueles que têm foro privilegiado.
Os brasileiros e as brasileiras esperam de nós um comportamento íntegro. Seremos, em cada um dos dias desse novo mandato, gestores públicos absolutamente comprometidos com a austeridade e a probidade. Vamos honrar cada cidadão e cada cidadã com uma gestão exemplar, que executa com celeridade e eficiência as políticas que vão manter o Brasil na trilha do desenvolvimento.
Caras ministras e caros ministros,
Há também uma grande expectativa da sociedade brasileira, e todos nós sabemos disso, pela reforma política. Colocaremos como prioridade, já neste primeiro semestre, o debate deste tema com a sociedade. Sabemos que esta é uma tarefa do Congresso Nacional, mas cabe a nós impulsionar esta mudança, para instituir novas formas de financiamento das campanhas eleitorais, definir novas regras para escolha dos representantes nas casas legislativas, e aprimorar os mecanismos de interlocução com a sociedade e os movimentos sociais, reforçando a legitimidade das ações tanto do Executivo quando do Legislativo.
Espero de cada um e de cada uma das ministras e dos ministros muito diálogo com o Congresso, com governadores, com os prefeitos e com os movimentos sociais, tal como eu mesma farei. Devemos buscar, por meio do diálogo e da negociação, estabelecer os consensos necessários e os caminhos que produzirão as mudanças de que o país precisa. Só assim construiremos mais desenvolvimento e mais igualdade. Enfim, eu espero de todos muita dedicação, muita cooperação entre os ministérios, muito trabalho. Desejo muita sorte e muito sucesso a todos.
Uma das questões mais importantes é a ação cooperativa entre nós. Saibam, ministros e ministras, que cada um de nós tem também o dever de apoiar todo e qualquer ministro ou agente público, fora de sua área, que executa na verdade os programas que nós todos definimos em conjunto. O Brasil sem dúvida nenhuma espera muito de nós, e eu conto com vocês para que nós honremos todas essas expectativas, cada uma delas, sem exceção.
Muito obrigada por todos. Só antes de terminar eu gostaria de destacar as medidas aqui anunciadas, elas, na sua grande maioria, ou já foram anunciadas e estão já sob a forma de decreto de medidas provisórias ou serão encaminhadas no prazo mais curto de tempo ainda dentro desse semestre. Eu agradeço aos senhores e peço, e desejo a todos nós uma boa reunião.

Obrigada.

VERSÃO FINAL - Ministério Dilma (Foto: Editoria de Arte G1)