Barragem que abastece duas cidades de Alagoas pode secar em 10 dias

Mais de 3 mil famílias podem ficar sem água e só a chuva resolveria.
Este é o terceiro ano consecutivo que a barragem Limeira seca.

Giovanni Luiz Alagoas

Mais de 3 mil famílias de duas cidades de Alagoas podem ficar sem água. A barragem que abastece as comunidades pode secar em 10 dias e só a volta da chuva mudaria a situação dos moradores de Estrela de Alagoas, no agreste, e de Mirador do Negrão, no sertão do estado, que enfrentam racionamento de água encanada já há alguns anos.

A aposentada Ilza Vieira, que mora em Mirador do Negrão, já está com o reservatório em baixa. “A água que tem só dará para mais dois dias. Já está para mais de um mês que não chega água”, diz.

E a situação pode ficar ainda pior porque a barragem que abastece os moradores das duas cidades está secando. A barragem Limeira fica no município de Bom Conselho, em Pernambuco, na divisa com Alagoas, e está com apenas 10% da capacidade, reflexo da falta de chuvas na região. Este é o terceiro ano consecutivo que a barragem seca.

Caso não chova nos próximos 10 dias, a previsão é que os moradores dos dois municípios abastecidos pela barragem deixem de consumir água encanada e passem a receber água através de carros-pipa.

“Vamos distribuir água nas cidades através desses caminhões. Com isso, a população terá que colocar vasilhames na rua para não ficar totalmente desabastecida”, diz José Joaquim de Oliveira, gerente da Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal).

A dona de casa Débora Leite, que mora em Estrela de Alagoas, sabe que a água na torneira não deve durar muito tempo, assim como aconteceu nos dois últimos verões. “O jeito é economizar ainda mais”, diz.

Para evitar que o problema se repita nos próximos anos, a Companhia de Saneamento de Alagoas pretende fazer uma obra que leve água da barragem Bálsamo, em Palmeira dos Índios, para a barragem Limeira. A previsão é que os trabalhos comecem ainda neste semestre.