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terça-feira, 7 de julho de 2015

'Eu não vou cair. Isso é moleza, é luta política', afirma Dilma a jornal

Presidente disse que não há base para um pedido de impeachment.
Oposicionistas afirmaram que governo Dilma poderia acabar antes de 2018.

Do G1, em São Paulo
A presidente Dilma Rousseff (Foto: Reprodução) 
A presidente Dilma Rousseff (Foto: Reprodução)
A presidente Dilma Rousseff afirmou, em entrevista ao jornal “Folha de S.Paulo”, publicada nesta terça-feira (7), que não vai deixar o cargo. Ela desafiou os que defendem seu afastamento  a provar que está envolvida em corrupção. “Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou”, disse a presidente.
Em convenção do PSDB no domingo (5), diversos tucanos fizeram ataques à gestão Dilma e disseram estar “preparados” a assumir o governo. Integrantes do partido disseram que o governo Dilma pode acabar "talvez mais breve do que imaginam".
Na entrevista para a "Folha" Dilma disse que não há base para um pedido de impeachment.
“Não tem base para eu cair, e venha tentar. Se tem uma coisa que não tenho medo é disso”, afirmou.
“Não me atemorizam”, continuou a presidente. “Vão provar que algum dia peguei um tostão? Vão? Quero ver algum deles provar. Todo mundo neste país sabe que não. Quando eles corrompem, eles sabem quem é corrompido”, acrescentou.

De acordo com Dilma, o PMDB não está entre as forças que tentam miná-la. “O PMDB é ótimo”, disse. “Quem quer me tirar não é o PMDB. De jeito nenhum. As derrotas que tivemos podem ser revertidas. Aqui tudo vira crise”.
Em uma das perguntas, a "Folha" afirmou que parece que está todo mundo querendo derrubar a presidente. Dilma respondeu que enfrenta uma luta política e que não teme seus adversários. “O que você quer que eu faça? Eu não vou cair. Eu não vou, eu não vou. Isso é moleza, isso é luta política. As pessoas caem quando estão dispostas a cair. Não estou. Não tem base para eu cair. E venha tentar, venha tentar. Se tem uma coisa que eu não tenho medo é disso. Não conte que eu vou ficar nervosa, com medo. Não me aterrorizam”.
A presidente falou sobre a aposta que oposição faz ao prever que ela não terminará seu mandato. “Isso do ponto de vista de uma certa oposição um tanto quanto golpista. Eu não vou terminar por quê? Para tirar um presidente da República, tem que explicar por que vai tirar. Confundiram seus desejos com a realidade, ou tem uma base real? Não acredito que tenha uma base real. Não acho que toda a oposição seja assim. Assim como tem diferenças na base do governo, tem dentro da oposição”. E desafiou: “Alguns podem até tentar. Não é necessário apenas querer, é necessário provar”.
Dilma falou sobre a operação Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção na Petrobras. “Falam coisas do arco da velha de mim. Óbvio que não [tenho nada a ver com o esquema]. Mas não estou falando que paguei conta nenhuma também. O Brasil merece que a gente apure coisas irregulares. Não vejo isso como pagar conta. É outro approach. Muda o país para melhor. Ponto. Agora excesso, não [aceito]. Comprometer o Estado democrático de direito, não. Foi muito difícil conquistar. Garantir direito de defesa para as pessoas, sim. Impedir que as pessoas sejam de alguma forma ou de outra julgadas sem nenhum processo, também não [é possível]”.
A presidente afirmou que achou “estranho” a prisão dos presidentes da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. “Não costumo analisar ação do Judiciário. Agora, acho estranho. Eu gostaria de maior fundamento para a prisão preventiva de pessoas conhecidas. Acho estranho só. Não gostei daquela parte [da decisão do juiz Sergio Moro] que dizia que eles deveriam ser presos porque iriam participar no futuro do programa de investimento e logística e, portanto, iriam praticar crime continuado. Ora, o programa não tinha licitação. Não tinha nada”.
Dilma disse que não entende a razão de doações à sua campanha estarem ligadas a alguma propina. “É uma coisa estranha. Porque, para mim, no mesmo dia em que eu recebo doação, em quase igual valor o candidato adversário recebe também. O meu é propina e o dele não?”.

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