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quarta-feira, 15 de julho de 2015

'Se fosse para abandonar, tinha sido no hospital', diz mãe de quadrigêmeas

Mulher disse que marido não abandonou filhas e negou agressão agrediu.
Marido foi preso suspeito de abandonar quatro bebês de 10 meses em casa.

Gabriela Pavão Do G1 MS
Marido e mulher ainda no hospital onde quadrigêmeas nasceram (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)Marido e mulher ainda no hospital onde quadrigêmeas nasceram (Foto: Gabriela Pavão/G1 MS/Arquivo)
Mãe das quadrigêmeas indígenas, que teriam sido abandonadas pelo pai, no fim de semana em Anastácio (MS), Denir Campos, também negou o abandono das filhas e disse que não foi agredida pelo marido. Em entrevista ao G1, por telefone, Denir afirmou que nunca abandonaria os filhos, independente da situação.
"Deus me livre de abandonar meus filhos. Se fosse para abandonar, tinha sido no hospital. Nunca a gente faria isso, ainda mais depois de tudo que a gente sofreu com elas logo depois do nascimento, antes de ter a casa e as coisas que temos hoje. Jamais faria isso", ressaltou.
O pai das crianças, Odair Cândido, 32 anos, foi preso e indiciado por abandono de incapaz e vias de fato. Ele foi solto após pagar fiança de R$ 300 e nega os crimes. A indígena da etnia terena não considera abandono o fato do marido ter deixado as quadrigêmeas em casa com as filhas mais velhas e também nega que tenha sido agredida por ele, como informou a Polícia Civil.

Quadrigêmeas indígenas estão juntas em quarto de maternidade em MS (Foto: Cláudia Gaigher/ TV Morena) 
Quadrigêmeas indígenas quando estavam na
maternidade (Foto: Cláudia Gaigher/ TV Morena)
"Não foi abandono. Ele só foi atrás de mim. Eu tinha ido na casa da minha irmã e deixei as crianças com o Odair. Como eu demorei a voltar, ele foi atrás de mim. Não era festa nenhuma, eu fui na casa da minha irmã e a vizinha dela que estava escutando som. Era umas 19h. Ele não me bateu, só discutimos, mas não teve agressão", ressaltou.
O Conselho Tutelar foi chamado e esteve na casa da família no domingo à noite. Segundo a instituição, o imóvel estava em boas condições de higiene e as quadrigêmeas estavam dormindo, sob os cuidados das irmãs mais velhas. As bebês estavam bem vestidas e tinham tomado leite na mamadeira antes de dormir.
Ainda conforme o Conselho, a mãe foi advertida e orientada a não repetir a situação e a família será acompanhada de perto pelos conselheiros. Além das quadrigêmeas, o casal tem outras quatro filhas, com idades entre 4 e 13 anos, e Denir tem outros três filhos, de 18, 19 e 22 anos, de um relacionamento anterior. Ela também é avó de quatro crianças e conta com a ajuda da mãe para cuidar dos filhos.
Denir não trabalha, por isso, a renda da família depende do marido, que está chateado com a situação, segundo ela. "Ele está muito triste com isso que estão falando, de abandono e eu também. Se a gente tivesse em uma festa, a gente teria errado de largar as crianças, mas deixei em casa com ele e fui na casa da minha irmã, e ele só foi atrás de mim", relatou.
Surpresa
Elizabete, Eliza, Elizangela e Elizete são quadrigêmeas univitelinas e nasceram de 31 semanas, no dia 28 de agosto de 2014. A mãe descobriu que estava grávida de quadrigêmeas na sala de cirurgia da maternidade, durante o parto normal.
Para os pais, que já tinham outros sete filhos, foi uma surpresa a gestação de quatro bebês iguais (univitelinos).
O casal acreditava estar esperando apenas dois bebês, porque o ultrassom feito durante o pré-natal em Anastácio apontava para gêmeos. Na época, o G1 visitou a casa da família, que morava em um barraco improvisado de dois cômodos, às margens da BR-262.
Quando ainda estavam no hospital, esperando alta médica das bebês, a família recebeu doações de roupas, fraldas, brinquedos e leite, através de uma campanha feita pela maternidade e voluntários. Parte das doações foi roubada do barraco da família pelo menos duas vezes, em outubro de 2014.
No mês seguinte, em novembro, eles ganharam uma casa em um conjunto habitacional popular no bairro Altos da Cidade. O imóvel foi doado pela prefeitura de Anastácio e tem dois quartos, sala, cozinha e banheiro. Em dezembro, as bebês tiveram alta médica depois de 102 dias internadas.

Casal tem outras quatro meninas (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS)Casal tem outras quatro meninas (Foto: Gabriela Pavão/ G1 MS/ Arquivo)

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