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quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Ministra diz ser contra proposta de cortar R$ 10 bilhões do Bolsa Família

Relator do Orçamento 2016 disse que vai propor cortes no programa.
Tereza Campello disse ter 'certeza' que verba será mantida pelo Congresso.

Filipe Matoso Do G1, em Brasília
 
Após o relator do Orçamento 2016 no Congresso Nacional, deputado Ricardo Barros (PP-PR), dizer que irá propor um corte R$ 10 bilhões dos R$ 28,8 bilhões previstos para o programa Bolsa Família no ano que vem, a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, afirmou nesta terça-feira (20) ser contra a proposta do parlamentar. Para ela, o governo tem "convicção" de que os valores previstos foram estimados "corretamente".
Uma das principais bandeiras dos governos do PT, o programa foi criado durante a gestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e completou 12 anos nesta terça. Desde que foi criado, o programa está sob a gestão do Ministério do Desenvolvimento Social.

Conforme a proposta do relator, caso o corte no Bolsa Família seja aprovado pela Comissão Mista de Orçamento do Congresso, não haverá novos ingressos ao programa no ano que vem. Além disso, quem sair não poderá retornar e quem recebe o benefício não será prejudicado.
"Acredito que a gente precisa conversar muito [sobre o corte] porque nós temos muita convicção de que os recursos do Bolsa Família estão estimados corretamente para o Orçamento do ano que vem", disse a ministra.
"A gente gasta este patamar de recursos e eu tenho muito medo das pessoas ficarem falando em corte [no programa] porque, na verdade, o Bolsa Família está em pleno pagamento e está garantido. O governo federal e a presidenta Dilma têm dito que o Bolsa Família está intacto", acrescentou Tereza Campello.
Segundo Tereza Campello, o governo está “à disposição” do Congresso Nacional para prestar as informações necessárias sobre as projeções feitas para o orçamento do Bolsa Família do ano que vem a fim de garantir recursos para o programa.
Questionada pelo G1 sobre se a proposta do deputado Ricardo Barros prejudica o programa, Campello disse “claro que sim” e acrescentou: “mas eu não acredito que isso [corte] vai ocorrer.”
“Nós vamos mostrar para o conjunto dos deputados os nossos dados e que esse patamar de 14 milhões de famílias [beneficiadas] é compatível com os dados do IBGE. Nós temos dados que têm como comprovar: o Bolsa Família é transparente. […] E é por isso que nós achamos que os recursos serão mantidos. Achamos, não. Temos certeza”, concluiu.
Mais cedo, em entrevista à "TV NBR", emissora oficial do governo federal, a ministra já havia dito que o Executivo projetou "recursos suficientes" para pagar as 14 milhões de famílias que atualmente estão no programa.
Além disso, os líderes do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), e na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), criticaram a proposta do deputado Ricardo Barros. Para eles, o programa de transferência de renda serve como política de inclusão social no país e não como "esmola".
Bolsa Família
Segundo o governo, ao longo dos 12 anos de existência, o Bolsa Família ajudou a retirar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza. Atualmente, diz o Executivo federal, 75% dos beneficiários estão no mercado de trabalho e há 14 milhões de famílias cadastradas. Além disso, 97% das crianças beneficiadas estão com a frequência escolar em dia.
No ano passado, o Brasil foi retirado do Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o governo avalia que estão entre os fatores para a saída os resultados obtidos por meio do programa de transferência de renda.

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