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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Frota de motos da Ilha já chega a 53% do total de automóveis

Outro dado chama atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo na região metropolitana

Quantidade de motocicletas já  é mais da metade do número de carros na frota da Ilha
Quantidade de motocicletas já é mais da metade do número de carros na frota da Ilha (Foto: Flora Dolores / O Estado)
A frota de motocicletas da Região Metropolita­na de São Luís já representa 53% da quantida­de de automóveis que cir­culam pelas ruas e avenidas da capital, São José de Ribamar, Paço do Lumiar e Raposa, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran). Em apenas quatro anos, de 2012 a 2015, o número de motocicletas passou de 67 mil para mais de 113 mil. No entanto, outro dado cha­ma atenção: o número de condutores habilitados para conduzir motocicletas é menor do que o total de veículos do tipo transitando pelas vias da Ilha.
A cada ano, o número de veículos sobre duas rodas avança pelas ruas e avenidas da Ilha de São Luís. A quantidade de motos nas quatro cidades corresponde a 26,99% da frota total e é mais da metade da quantidade de automóveis, uma diferença de pou­co mais de 100 mil veículos. Co­mo cresceu principalmente nos últimos anos, a frota é relativamente nova.
Em Raposa, o número de motocicletas já superou o de automóveis e representa a metade da frota de veículos do município. Nos demais, o total de carros ainda é superior, mas em São José de Ribamar a diferença é pequena: são apenas 261 carros a mais que motocicletas. São Luís é o município da região metropolitana com a maior diferença entre as duas frotas. O total de motocicletas circulando pelas vias da capital representa 48% do número de carros com que dividem o trânsito.
Sem CNH
Para conduzir motocicletas, é preciso ter Carteira Nacional de Habilitação (CNH) na categoria A, só que nem todo mundo que dirige motocicletas na região metropolitana respeita a legislação de trânsito. Enquanto a frota de motocicletas é de mais de 113 mil, o total de condutores habilitados para esse tipo de veículo é pouco mais de 104 mil. São 8.833 motocicletas a mais.
Paço do Lumiar é o único dos quatro municípios da Ilha em que o número de condutores habilitados corresponde ao número de motocicletas. Raposa é o que tem a menor diferença entre o total de veículos e de condutores habilitados, 683. A capital aparece mais uma vez como a cidade com a maior discrepância: são 5.814 habilitações a menos que o número de veículos.
Desrespeito à lei
O artigo 57 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) diz que as motocicletas devem ser conduzidas sempre pela faixa da direita, sendo proibida sua circulação nas faixas de trânsito rápido ou então sobre as calçadas das vias urbanas. Mas vemos, no dia a dia da Região Metropolitana de São Luís, que os pilotos não respeitam muito essa norma. É comum, por exemplo, ver motociclistas cortando caminho por cima de calçadas, cruzando canteiros centrais, atravessando o sinal vermelho e ocu­parem a faixa de trânsito rápido. Sem falar que muitos an­dam bem acima do nível de velocidade permitido para a via.
E os atos de imprudência resultam no grande número de acidentes envolvendo motociclistas. Os acidentes já são a principal causa de ocorrências de trânsito no país, ultrapassando os atrope­lamentos de pedestres. Em 2015, mais da metade das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS) corresponde a motociclistas, que respondem por três quar­tos das indenizações do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).
Segundo dados do 50º Encontro Nacional de Departamentos Estaduais de Trânsito da Associação Nacional dos Detrans (AND), realizado em Brasília, em setembro de 2015 a motocicleta concentrou 76% das indenizações pagas pelo seguro DPVAT. A maior parte delas (82%) correspondeu a Invalidez Permanente e 4% a Morte. As indenizações pagas por Morte e Invalidez Permanente em acidentes com motocicletas chegaram a mais de 225 mil no Brasil. Os passageiros, depois dos motociclistas, representaram o segundo maior número de vítimas, com 36.376 indenizações pagas por morte e invalidez permanente.
SAIBA MAIS
Em setembro de 2015, Carlos Felipe Correia, chefe do núcleo de motociclismo da Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que o Maranhão representa 10% do total de acidentes que acontecem diariamente em rodovias brasileiras, o que torna o estado campeão em número de acidentes de motocicleta no Brasil.
Números
São Luís
364.299 mil veículos
190.578 mil automóveis
91.857 mil motocicletas
São José de Ribamar
30.272 mil veículos
12.173 mil automóveis
11.912 mil motocicletas
Paço do Lumiar
21.274 mil veículos
9.682 mil automóveis
7.541 mil motocicletas
Raposa
4.037 mil veículos
1.054 mil automóveis
2.021 mil motocicletas

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