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terça-feira, 8 de março de 2016

Um em cada três empresários do Maranhão é do sexo feminino

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Mas apesar de estarem avançado e se prepararem mais do que os homens para empreender, elas ainda têm de lidar com os afazeres domésticos

Graciela Feitosa é empresária, lidera equipe com oito funcionários, mas divide o tempo entre a empresa e a família
Graciela Feitosa é empresária, lidera equipe com oito funcionários, mas divide o tempo entre a empresa e a família (Foto: Divulgação)
A rotina de Graciela Feitosa Veras Moraes, 34, começa cedo. As 5h30 da manhã, já está de pé para arrumar o filho de 2 anos para ir para a escola. Ao meio dia busca garoto na aula e ainda arranja tempo se exercitar. As 17h30, assume de novo os afazeres de mãe e de dona de casa. Nos demais horários, Graciela é diretora de contratos de uma das grandes imobiliárias da capital – a Pereira Feitosa imobiliária – e líder de duas equipes que juntas somam oito colaboradores, entre homens e mulheres.
Graciela é uma das 259 mil maranhenses que ganham a vida como empresárias, tocando negócios próprios ou de família. Mas o que é mais significativo é que, de acordo com os dados revelados pela Pesquisa do Sebrae “Dono de Negócios do Brasil: Análise por gênero”, Graciela um bom exemplo da nova empresária maranhense.
De acordo com esta pesquisa, 70% das empresárias maranhenses são mães, 92% ainda tem afazeres domésticos e tem em média dois anos de escolaridade a mais do que os homens, o que demonstra o investimento maior em qualificação e investem em negócios por identificar oportunidades.
Há 13 anos, quando a pesquisa começou a ser feita, A escolaridade das empresárias era menor do que a dos homens e eles tinham uma representatividade muito maior do que a das mulheres: em 2002, elas comandavam apenas 42% dos negócios em estágio inicial (até 1 ano de vida) e agora ganharam sete pontos percentuais chegando a comandar quase metade dos novos negócios.
“Estes dados mostram que a mulher tem avançado no mercado tanto como empresárias. As nossas projeções feitas a partir de nossas pesquisas mostram que nos próximos 10 anos, as mulheres devem se tornar maioria entre os empresários”, observa a diretora de Administração e Finanças do Sebrae, Rachel Jordão.
Hoje elas são 7,3 milhões de empresárias, o que significa que elas representam 30,1% do total de empreendedores ativos no Brasil. No Maranhão, elas avançaram um pouco mais e são 259,7 mil empreendedoras, e representam 33,5% do total de empreendedores ativos no estado.
“Estes números mostram mudança de paradigma. A mulher está cada vez mais ativa no mercado, seja com empregadora ou como empregada. Hoje um em cada três empresários maranhenses são do sexo feminino. E em alguns segmentos importantes para a economia do Maranhão já vemos isso de uma maneira mais enfática, como no varejo de confecções e nos serviços estéticos e de beleza. O Sebrae percebeu estas mudanças no mercado maranhense e está pronto a oferecer produtos e soluções adequadas para este novo cenário”, explica a diretora de Administração e Finanças do Sebrae.
Executiva
Apesar de trabalhar como executiva em uma das grandes imobiliárias, Graciela Feitosa afirma que procura está presente na rotina do filho e que o fato de ser mulher não atrapalha no comando da equipe. “Só não estou presente na hora do almoço, mas quando ele vai dormir a tarde, estou lá. Sei que vai chegar a hora de uma cobrança maior dele, mas hoje tenho horários estabelecidos e os colegas que eu lidero respeitam muito a rotina com meu filho”, explica.
Quanto ao relacionamento com clientes e funcionários, ela diz que a questão de gênero não é um problema. “Como todo bom profissional, tem que se preparar para entender o perfil do cliente para oferecer o que ele precisa para fechar o negócio”, conta.
No tratamento com suas equipes ela também afirma que dar o suporte necessário aos subordinados ajuda a manter a equipe trabalhando com capacidade plena. “Uma das equipes que lidero é a de toda masculina e todas as vezes que há algum impasse na negociação eles ligam para mim e solicitam suporte. E entro na negociação para entender as dúvidas do cliente e por ser mulher há até uma certa facilidade de conversar com o cliente”, ressalta.
Ela ainda falou que precisou se preparar para assumir uma das diretorias da empresa. Apesar de ter começado a trabalhar há 14 anos e ter passado por outros setores da empresa, ela buscou se qualificar para enfrentar os novos desafios. “Antes de trabalhar na área que estou hoje, passei pela diretoria financeira e fiz uma pós-graduação em finanças”, diz.
Este aspecto, a preocupação com qualificação, também foi revelada pelas pesquisas do Sebrae, é que 20% das empresárias têm nível superior, enquanto entre os homens apenas 12% tem nível superior.
Premiação valoriza empreendedorismo feminino
Desde 2004, o Sebrae promove o Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, um incentivo para as mulheres empreendedoras do Brasil contarem suas histórias de superação nos negócios, transformando realidades por meio do empreendedorismo.
A premiação reconhece empresárias nas categorias Pequenos Negócios, Microempreendedora Individual e Produtora Rural e tem como principal objetivo disseminar a cultura empreendedora no país entre o sexo feminino ao mostrar que, mesmo sendo frágil, a mulher não perde em determinação para o seu oposto: quando o assunto é sobrevivência no mundo dos negócios, elas também podem matar um leão por dia e brilhar no caminho do sucesso.
Exemplo disso é a empresária Adriana Vieira, sócia proprietária da Intermídia Comunicação Integrada, vencedora estadual da premiação do Ciclo 2014 na categoria Pequenos Negócios. Com dedicação e muito trabalho, a empresária – que tem como profissão o Jornalismo e como sócia a irmã Danielle Vieira, enfrentou um difícil mercado em São Luís, há 21 anos atrás, para convencer os empresários sobre a importância da Comunicação para a construção e consolidação da imagem de suas empresas.
Ao falar do Prêmio Mulher de Negócios, a empresária destaca que 30% dos negócios privados no Maranhão, são administrados por mulheres. “Portanto, premiar o empreendedorismo feminino é acima de tudo impulsionar a economia brasileira, grande parte dela sustentada, hoje, por mulheres que um dia tiveram a coragem de trocar empregos estáveis por uma carreira empreendedora, gerando mais oportunidades de trabalho e renda na sociedade. O prêmio é mais do que um simples troféu. É a coroação de uma história de vida. Uma trajetória de muitas concessões, muitos sacrifícios em nome do profissionalismo, mas também de vitórias e muita satisfação”, afirma Adriana Vieira.
Mais
- Neste ano, a premiação estadual do Ciclo 2015 do Prêmio Sebrae Mulher de Negócio acontece no auditório Armando Gaspar (Sebrae Jaracaty), às 8h, no dia 15 de março, onde serão divulgados os nomes das vencedoras estaduais Ouro, Prata e Bronze nas categorias Pequenos Negócios e Microempreendedora Individual – não houve finalistas maranhenses na categoria Produtora Rural. O prêmio é uma promoção do Sebrae em parceria da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) e a Federação das Associações de Mulheres de Negócios e Profissionais do Brasil (BPW).

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