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quarta-feira, 20 de abril de 2016

Congresso terá 'paralisia' até Senado decidir impeachment, prevê Cunha

Presidente da Câmara cobrou celeridade em processo de impeachment.
Assessoria do presidente do Senado afirmou que ele não comentará.

Fernanda CalgaroDo G1, em Brasília

O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta terça-feira (19) que prevê uma paralisia do Congresso Nacional até o Senado decidir sobre o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Ele voltou a cobrar celeridade na tramitação no Senado sob pena de “causar muitos prejuízos” ao país.
O prosseguimento do processo foi aprovado na Câmara no domingo (17) e, com isso, o caso seguiu para o Senado, a quem compete julgar o teor da denúncia contra Dilma.

“Nesta semana, não vamos ter votação. Semana que vem, o governo não é reconhecido pela Casa. O que vai acontecer a partir da semana que vem: nós temos uma ‘ainda’ presidente da República e ninguém vai reconhecer absolutamente nada para efeito de matérias. Então, há uma paralisia do Congresso Nacional até o Senado decidir. É isso que vai acontecer”, afirmou Cunha.

Consultada, a assessoria do presidente do Senado e do Congresso, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou que ele não iria comentar a declaração de Eduardo Cunha.
Questionado sobre a votação de projetos importantes, como o que altera a meta de superávit primário e o que trata da dívida dos estados, o presidente da Câmara disse que os colocará em pauta, mas que não vê chance de serem votados. “Nenhum projeto aqui será votado, a não ser que seja para derrubar”, afirmou.

Caso o projeto que muda a meta fiscal de 2016, para permitir que o governo consiga fechar as contas no fim do ano, não seja apreciado pelo Congresso meados de maio, o governo teme que será preciso fazer um novo contingenciamento de gastos – o que poderá paralisar a máquina pública, o chamado "shutdown". “Se o Brasil vai entrar em shutdown, mais uma razão para o Senado votar [o processo de impeachment]”.

Senado
A decisão tomada pelos deputados foi lida no plenário do Senado nesta terça, abrindo prazo para que os líderes dos blocos partidários indiquem os integrantes para compor a comissão especial para analisar as acusações. Parlamentares da oposição cobraram a eleição e instalação do colegiado ainda nesta semana, mas o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), informou que deverá ficar para a próxima segunda-feira (25).

O presidente da Câmara não quis se manifestar sobre a decisão de Renan de deixar a comissão para a semana que vem para não “soar como crítica”.

“Eu não quero fazer comentários específicos sobre a metodologia, o rito adotado no Senado porque eu não sou senador nem o presidente do Senado e não quero soar como crítica. Para o país, essa postergação vai causar muitos prejuízos porque, na verdade, a Câmara derrubou o governo, o Senado ainda não confirmou isso ou não. Como é que vão ficar as relações a partir desta semana?”, questionou.

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