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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Ex-Seleção põe suas fichas em Ana Paula: 'faz a diferença'

Atleta olímpica, maranhense Sílvia Helena crê em medalha na Rio 2016.
Ex-Seleção põe suas fichas em Ana Paula: faz a diferença
Sílvia Helena atuou pela Seleção Brasileira por mais de uma década. (Foto: Photo&Grafia)
SÃO LUÍS – O Imirante Esporte continua sua série de entrevistas exclusivas com os atletas maranhense que defenderam o Brasil em alguma edição dos Jogos Olímpicos e que irão disputar a edição de 2016 no Rio de Janeiro. Ana Paula (handebol), José Carlos Moreira (atletismo), Phillip Morrison (natação) foram alguns dos atletas já entrevistados. Agora, chegou a vez de Sílvia Helena, ex-jogadora da Seleção Brasileira de Handebol, que disputou a edição de 2012 das Olimpíadas, em Londres.
Dona de incontáveis títulos pelo mundo afora, Sílvia Helena fez parte da geração que começou a transformar o Brasil em uma potência nos últimos anos, culminando com o título mundial em 2013.
Agora mãe, Sílvia Helena, que defendeu a Seleção Brasileira por mais de uma década, conta, com exclusividade ao Imirante Esporte, as dificuldades vivenciadas ao longo da carreira, palpita sobre as chances de ouro para as meninas do Brasil na Olimpíada do Rio de Janeiro e aposta todas as suas fichas no sucesso de Ana Paula na Rio 2016. Confira, abaixo, a entrevista completa.

Arte: Imirante Esporte
IMIRANTE.COM: Sílvia, você começou no handebol ainda criança e não demorou muito para sair de São Luís. O que o handebol significou para você?
SÍLVIA HELENA: O handebol foi tudo para mim porque tudo o que eu tenho foi graças ao handebol. Eu comecei a jogar desde os 14 anos e dediquei toda a minha vida para o handebol. Tanto que parei só para ter a minha filha no ano passado. Conheci muitos países, muitas culturas, morei dez anos fora do Brasil, fiz muitas amizades, aprendi outros idiomas e então sou muito agradecida ao handebol.
IMIRANTE.COM: Você é uma atleta vitoriosa, possui títulos em todos os lugares que jogou. Ao olhar a todas estas conquistas, como você analisa esta sua trajetória? Você sente que faltou algo a ser conquistado? E destas medalhas todas, qual foi a que mais te marcou?
SÍLVIA HELENA: Em termos de handebol, eu conquistei quase tudo porque eu joguei todos os campeonatos que um atleta almeja jogar. Não posso falar que me faltou algo. O que me faltava era minha filha e hoje ela está aqui. Mas sobre as medalhas, todas para mim são importantes. Todas têm uma lembrancinha que me traz um sentimento muito bom. Pra mim são todas importantes e eu consigo me lembrar de todas quando eu vejo.

Maranhense sempre foi considerada uma guerreira dentro de quadra. (Foto: Photo&Grafia)
IMIRANTE.COM: Aos 14 anos, quando você iniciou no handebol no Colégio Cema, você imaginou que poderia alcançar isso tudo?
SÍLVIA HELENA: Não. Sair do Maranhão para mim foi difícil porque na minha época não tinha ninguém que eu me espelhasse. Hoje em dia é totalmente diferente. As pessoas têm aí a Ana Paula, a Iziane, o China, eu e outros atletas que saíram do Brasil. Na minha época, não tinha ninguém, então eu não sabia nada. Eu saí de supetão de São Luís. Fui para Santa Catarina e, chegando lá, fui para a Seleção Brasileira e, cinco anos depois, fui para a Europa e, ainda assim, sem ter noção do tão grande que era aquilo.
IMIRANTE.COM: Como você se definiria dentro de quadra?
SÍLVIA HELENA: Uma atleta de muita raça, que não tem medo. Pode ter só um segundo, mas, se a bola vier na minha mão, eu sempre assumia a responsabilidade.
IMIRANTE.COM: Você integrou a Seleção Brasileira por mais de uma década e ajudou no crescimento do handebol feminino brasileiro. Até o Brasil ser campeão mundial em 2013, vocês passaram por algumas dificuldades. O que passa pela sua cabeça ao lembrar que não foi fácil chegar ao topo do mundo?
SÍLVIA HELENA: Antigamente, a gente ficava na arquibancada dentro do ginásio. A gente ia para as fases de treinamento e dormia na arquibancada em um colchão assim no chão. Agora mudou. Eu consegui viver estas duas fases: tanto a da pobreza quanto a de depois da vitória, de ficar em hotel, ganhar tênis, uniforme. Antes, a gente não ganhava nada. Depois, a gente já ganhava diárias, dinheiro. Consegui ter a minha casa graças ao handebol, não só pela Seleção Brasileira, mas jogando por outros clubes da Europa.

Na Seleção Brasileira, Sílvia Helena usava a camisa 15. (Foto: Photo&Grafia)
IMIRANTE.COM: Como você analisa esta atual Seleção Brasileira, que foi campeã mundial em 2013 e que, no torneio seguinte (2015), caiu nas oitavas? E qual a sua análise sobre as Olimpíadas do Rio?
SÍLVIA HELENA: Mundial é muito difícil. Não tem como você jogar um Mundial e, dois anos depois, voltar com as mesmas jogadoras e tentar fazer a diferença. É muito difícil. A base continua igual para as Olimpíadas e eu acredito no Brasil. Foi feito um grande trabalho naquela época no Hypo (Áustria) com a maioria das atletas da seleção. A gente aprendeu muito ali. Por isso, eu acredito na medalha.
IMIRANTE.COM: O que o público maranhense e brasileiro pode esperar da maranhense Ana Paula, que hoje é considerada uma das melhores jogadoras do mundo? Como definir sua ex-companheira de Seleção Brasileira?
SILVIA HELENA: A gente sempre falava para que ela pudesse jogar para a equipe e não só para ela. Jogar também para ela e fazer a equipe jogar. Isso vai ajudar muito porque a Ana Paula é uma grande jogadora. A Ana Paula é a jogadora que faz a diferença na Seleção Brasileira.

Ana Paula e Sílvia Helena juntas na Seleção Brasileira. (Foto: Photo&Grafia)

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