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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Mais de 2/3 dos discursos de senadores são favoráveis ao impeachment

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  • O julgamento será retomado nesta quarta-feira, às 11h, quando os 81 integrantes da Casa vão votar de forma decisiva o impedimento da presidente

Nesta manhã, a Casa vai votar de forma decisiva.
Nesta manhã, a Casa vai votar de forma decisiva. (Foto: Jonas Pereira / Agência Senado)
BRASÍLIA - Dos 63 senadores que discursaram na sessão que começou ontem no início da tarde encerrou às 2h36 da madrugada de hoje, 43 se declararam favoráveis ao impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Embora não tenha havido nos pronunciamentos um mínimo 54 apoios para condenar Dilma por crime de responsabilidade, proporcionalmente houve manifestações entre os senadores para considerá-la culpada.

O quorum para retirar Dilma do cargo - o maior de votações do Congresso - é de dois terços, ou 66,66% dos votos. Nos discursos, houve um aval ao afastamento definitivo de Dilma de 68,25% dos senadores.

A sessão de pronunciamentos durou 12 horas e encerrou com 43 manifestações favoráveis de senadores ao impedimento, 18 contrárias e dois não declararam explicitamente seus respectivos votos (veja quadro abaixo). Ao todo, 18 senadores não participaram da dessa fase de pronunciamentos. Ao final da sessão, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, que comanda o processo de impeachment, declarou suspensa a sessão e afirmou que o julgamento será retomado nesta quarta-feira, às 11h, com a última etapa.

Votação

Hoje no fim da manhã, os 81 integrantes da Casa vão votar de forma decisiva o impedimento da presidente e decidir se a petista merece ser condenada à cassação de seu mandato por crime de responsabilidade. Os 54 votos necessários para afastar Dilma já são dados como certos pelo governo do presidente interino, Michel Temer. O Placar do Impeachment, feito pelo Grupo Estado, mostra que 55 senadores já anunciaram que vão votar pelo afastamento. Se ela for condenada, Temer assume efetivamente o País até o final de 2018.

Na sessão que começou na terça-feira, os debates ficaram polarizados. Os parlamentares apoiadores de Dilma repetiram a tese de que há um golpe de Estado para destituir a petista. Já os críticos da presidente afastada disseram que ela não dialogou com o Parlamento, cometeu ilícitos e que o processo é legitimado pelo STF, já que o presidente da Corte é também presidente do trâmite no Senado.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse em seu discurso que Dilma não assumiu em seu discurso ao Senado "seus erros" e culpou a oposição pela desestabilização do País no período de seu governo. "Quiséramos nós poder ter essa força, não para desestabilizar, mas para ajudar o governo a corrigir rumos. Não, não é a oposição que é responsável pelos delitos cometidos", disse o tucano.

O líder do PMDB, Eunício Oliveira (CE), um dos senadores mais próximos do governo Michel Temer a discursar, assumiu a mesma linha do tucano. "A presidente não veio ontem, aqui, diante desta Casa, fazer uma autocrítica. Apesar das mais de dez horas em que aqui esteve e permaneceu neste plenário, falou com o seu público apenas para completar e concluir a sua brilhante biografia. Não inovou; ao contrário, repetiu os argumentos que já vinham sendo usados. Portanto, sem surpresa tanto em relação à coragem da presidente, quanto em relação ao seu distanciamento permanente deste Parlamento", disse o peemedebista.

Os aliados da petista saíram na defesa. O líder da oposição, Lindbergh Farias (PT-RJ), afirmou que a história vai reservar a Dilma "um lugar de honra". "A senhora nunca vai precisar esconder o seu rosto, como esses que votam pelo impeachment. Viva Dilma Rousseff, viva a democracia", disse.

Golpe

Primeiro a falar, o senador Gladson Cameli (PP-AC) anunciou o voto a fator da condenação da petista e reacendeu a discussão: "Não vejo como golpe lutar pelo cumprimento das leis e da constituição. (...) Golpe é mentir para ganhar as eleições". O último a se pronunciar, o senador Romário (PSB-RJ), fez um curto discurso e também defendeu a saída definitiva de Dilma.

Aliados de Dilma reagiram e reforçaram o discurso da presidente afastada, de que ela está sendo julgada pelo "conjunto da obra". "E não adianta ficarem irritados porque nós usamos a expressão "golpe". "Não somos nós apenas, é o mundo inteiro, é a opinião pública mundial, são os grandes órgãos da imprensa do mundo", disse o líder do PT, Humberto Costa (PE). O petista disse ainda que o Congresso "nunca engoliu Dilma".

"Temos um golpe travestido de impedimento, cujo objetivo é tirar uma presidente democraticamente eleita e substituir o projeto que ela defende por uma política que já foi derrotada nas urnas quatro vezes seguidas. Quatro vezes seguidas", disse Costa.

Tucanos como os senadores Cássio Cunha Lima (PB) e Aécio Neves defenderam que o processo de impeachment de Dilma tem respaldo popular, pois o "povo foi às ruas" contra a gestão petista. Cunha Lima argumentou que caso o impedimento não prosperasse no Congresso, Dilma seria cassada pela Justiça Eleitoral. "E é preciso dizer - e dizer desde logo - que, se não fosse o impeachment, a presidente Dilma cairia por decisão do Tribunal Superior Eleitoral. Ela seria cassada pela Justiça Eleitoral, dado o volume de provas que lá já se encontram, provando que a eleição dela foi maculada", afirmou.

Diferente de segunda-feira, quando Dilma respondia perguntas dos congressistas, o plenário do Senado se manteve esvaziado durante os discursos de senadores. Muitos parlamentares permanecem em seus gabinetes ou no chamado 'cafézinho' da Casa e só entram no plenário próximo da hora de seu próprio pronunciamento. As galerias, que já foram ocupadas por uma claque de ex-ministros, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo compositor Chico Buarque também ficaram esvaziadas. (Ricardo Brito, Beatriz Bulla, Julia Lindner e Isabela Bonfim)

Favoráveis

Gladson Cameli (PP-AC)

Antônio Anastasia (PSDB-MG)

Ataídes Oliveira (PSDB-MG)

Lucia Vania (PSB-GO)

Lasier Martins (PDT-RS)

Ronaldo Caiado (DEM-GO)

Alvaro Dias (PV-PR)

Antonio Valadares (PSB-SE)

Dario Berger (PMDB-SC)

José Medeiros (PSD-MT)

Cassio Cunha Lima (PSDB-PB)

Eduardo Amorim (PSC-SE)

Aecio Neves (PSDB-MG)

Magno Malta (PR-ES)

Valdir Raupp (PMDB-RO)

Ivo Cassol (PP-RO)

José Aníbal (PSDB-SP)

Garibaldi Alves (PMDB-RN)

Paulo Bauer (PSDB-SC)

Eunício Oliveira (PMDB-CE)

Cidinho Santos (PR-MT)

Flexa Ribeiro (PSDB-PA)

Ricardo Ferraço (PSDB-ES)

Benedito de Lira (PP-AL)

Zezé Perrella (PTB-MG)

Wilder Morais (PP-GO)

Sérgio Petecão (PSD-AC)

Hélio José (PMDB-DF)

Rose de Freitas (PMDB-ES)

Ana Amélia (PP-RS)

Simone Tebet (PMDB-MS)

Waldemir Moka (PMDB-MS)

Pedro Chaves (PSC-MS)

Reguffe (sem partido-DF)

Fernando Bezerra (PSB-PE)

Cristovam Buarque (PPS-DF)

José Agripino (DEM-RN)

Dalírio Beber (PSDB-SC)

Tasso Jereissati (PSDB-CE)

Eduardo Lopes (PRB-RJ)

Davi Alcolumbre (DEM-AP)

José Maranhão (PMDB-PB)

43 - Romário (PSB-RJ)

Contrários

Jorge Viana (PT-AC)

Roberto Requião (PMDB-PR)

Angela Portela (PT-RR)

Fátima Bezerra (PT-RN)

Lídice da Mata (PSB-BA)

Gleisi Hoffmann (PT-PR)

Vanessa Graziottin (PCdoB-AM)

Humberto Costa (PT-PE)

Regina Souza (PT-PI)

José Pimentel (PT-CE)

Paulo Paim (PT-RJ)

Armando Monteiro (PTB-PE)

Randolfe Rodrigues (Rede-AP)

Lindbergh Farias (PT-RJ)

Otto Alencar (PSD-BA)

João Capiberibe (PSB-AP)

Roberto Muniz (PP-BA)

18 - Elmano Férrer (PTB-PI)

Não declararam

Fernando Collor (PTC-AL)

2 - Acir Gurgacz (PDT-RO)

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Dólar cai, e Bovespa sobe em dia de defesa de Dilma

WELLTON MÁXIMO / AGÊNCIA BRASIL

  •  O dia também foi de ganhos na Bolsa de Valores.

Quem ganhou com a valorização da moeda norte-americana vendeu um pouco hoje nos mercados internacionais.
Quem ganhou com a valorização da moeda norte-americana vendeu um pouco hoje nos mercados internacionais. - Divulgação
BRASÍLIA – O dólar teve forte queda, e a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu nesta segunda-feira (29), dia em que a presidenta afastada Dilma Rousseff apresentou sua defesa no julgamento do processo de impeachment no Senado. O dólar comercial fechou vendido a R$ 3,232, com queda de R$ 0,039 (-1,21%). A cotação voltou a cair depois de duas sessões seguidas de alta.
A moeda norte-americana começou o dia operando em alta, mas reverteu a tendência ainda durante a manhã, após o discurso de Dilma. A queda ampliou-se à tarde, até a cotação encerrar na mínima do dia. A divisa acumula queda de 0,33% em agosto e de 18,13% em 2016.
Como tem feito diariamente nos últimos meses, o Banco Central vendeu US$ 500 milhões em contratos de swap cambial reverso para tentar conter a queda da moeda norte-americana. Esse tipo de operação equivale à compra de dólares no mercado futuro.
O dia, também, foi de ganhos na Bolsa de Valores. O Ibovespa, índice da Bolsa de São Paulo, subiu 1,55% e fechou aos 58.610 pontos, no melhor nível desde o último dia 19. As ações da Petrobras, as mais negociadas, puxaram os ganhos. Os papéis ordinários (com direito a voto em assembleia de acionistas) encerraram o dia em R$ 15,19, com alta de 1,54%. As ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos) fecharam em R$ 12,87, alta de 2,55%.
Além do julgamento do impeachment da presidenta afastada, o mercado está sendo afetado pelas expectativas em relação aos juros nos Estados Unidos. Na semana passada, declarações de um dos vice-presidentes do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) indicaram que o órgão pode aumentar os juros da maior economia do planeta antes do fim do ano.
Juros mais altos nos países desenvolvidos estimulam a retirada de capitais financeiros de países emergentes, como o Brasil, pressionando para cima a cotação do dólar. No fim da semana passada, o dólar subiu depois dos sinais do Federal Reserve, mas reverteu parte da alta nesta segunda-feira (29), num movimento de realização de lucros. Quem ganhou com a valorização da moeda norte-americana vendeu um pouco hoje nos mercados internacionais.

Cruz Vermelha pede aos governos mais atenção ao problema dos desaparecidos

AGÊNCIA BRASIL

  • Para o presidente do comitê, as causas são tema social e político delicado.

Número exato de desaparecidos ainda não pôde ser calculado.
Número exato de desaparecidos ainda não pôde ser calculado. - Foto: Reprodução
BRASÍLIA - Em declaração pelo Dia Internacional dos Desaparecidos, celebrado hoje (30), o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) fez um apelo para que os governos tratem com mais responsabilidade e urgência a questão humanitária das pessoas desaparecidas durante conflitos armados, desastres naturais, migração ou qualquer outra forma de desaparecimento. Para o presidente do comitê, Peter Maurer, as causas desses desaparecimentos são um tema social e político delicado.
De acordo com Maurer, o número exato de desaparecidos ainda não pôde ser calculado, mas ele estima milhares de pessoas nessa situação. Na sua opinião, a falta de um indicador preciso é um grande problema e gera preocupação.
Segundo Maurer, o governo deve dar respostas à sociedade, tomar medidas para prevenir os desaparecimentos e conseguir dados, visto que um dia esses números serão importantes para ajudar a responder às famílias.
Ele lembrou que o problema tem impacto muito grande. Muitas famílias não conseguem informações a respeito de seus integrantes desaparecidos - por separação na infância, por fugir de casa ou serem forçados a sair, por sequestros, os combatentes desaparecidos em ação ou as pessoas que foram presas e perderam o contato com os parentes.
Peter Maurer pediu às pessoas que têm grande influência que se posicionem e ofereçam ajuda aos que precisam.

Em fala final, Dilma pede que senadores votem com consciência


  • Há a possibilidade que o desfecho do impeachment possa entrar pela madrugada desta quarta-feira (31), com a votação final dos 81 senadores

São necessários os votos de, no mínimo, 54 senadores, para a saída de Dilma.
São necessários os votos de, no mínimo, 54 senadores, para a saída de Dilma. (Foto: Agência Brasil)
Em sua última fala durante a sabatina do processo do impeachment no Senado, a presidenta afastada Dilma Rousseff pediu para que os senadores votem com “consciência”. Dilma voltou a afirmar que não cometeu crime de responsabilidade e que, caso venha a perder o cargo, o país terá uma ferida “difícil de ser curada”. A sessão, encerrada um pouco antes da meia-noite, será retomada nesta terça-feira (30), às 10h.
“Não é possível supor que quando se faz exceções e se tira um presidente eleito, sem crime de responsabilidade, este ferimento será muito difícil de ser curado. Por isso eu peço aos senhores e senhoras senadores que tenham consciência na hora de avaliar esse processo”, disse.
Dilma falou, após o seu advogado de defesa, José Eduardo Cadorzo, que abdicou de fazer questionamentos à presidenta que começou agradecendo a atenção dispensada pelos senadores e dizendo que a disputa política é normal, mas que o processo de impeachment não faz bem para o processo democrático brasileiro. “Tentar inventar crimes de responsabilidade onde não existe e tentar transformar o Orçamento, a execução do gasto público em um espaço de disputa ideológica que não tem consequência para o bem do país, acredito que temos maturidade suficiente para superar esse processo que não faz bem para o país”, disse.
A acusação diz que ela cometeu crime de responsabilidade ao editar três decretos de suplementação orçamentária sem autorização do Congresso e no atraso do pagamento de repasses do Banco do Brasil para programas do agronegócio e da agricultura familiar oriundos do Plano Safra, as chamadas pedalas fiscais.
Maturidade
Dilma disse que é preciso haver compreensão a respeito da situação econômica que o país vive e que o país precisa ter maturidade para buscar uma saída para a crise independente da orientação partidária. “A maturidade de não inventar problemas onde não existem e enfrentar onde eles existem”, disse.
Antes, a petista respondeu a perguntas da acusação e voltou a afirmar que não cometeu crime de responsabilidade e que a edição dos decretos não comprometeu a meta fiscal. Ela disse ainda que os repasses do Plano Safra não configuraram empréstimos, o que é vedado pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Luta pela democracia
Dilma chegou ao Senado por volta das 9h. Logo após subiu na tribuna e fez um discurso que durou cerca de 45 minutos. Nele Dilma disse que não estava lutando por seu mandato, mas pela “democracia, verdade e justiça”. Ela disse que, caso o impeachment venha a ser aprovado, será um golpe parlamentar. “Estamos a um passo da consumação de uma grave ruptura institucional, estamos próximos da concretização de um verdadeiro golpe de estado”, disse.
A presidenta afastada também contestou o argumento de que estaria perdendo o cargo pelo “conjunto da obra” de seu governo. “Não é legítimo. Quem afasta o presidente por conjunto da obra é o povo, e só o povo, nas eleições”.
Dilma chamou de “usurpador” o governo do presidente em exercício Michel Temer e afirmou que, caso ele se torne definitivo, será fruto de uma “eleição indireta”.
No encerramento, a presidente afastada pediu votos aos senadores. “Não aceitem um golpe que, em vez de solucionar, agravará a crise brasileira. Peço que façam justiça a uma presidente honesta que jamais cometeu qualquer ato ilegal na vida pessoal ou nas funções públicas que exerceu.”
Sabatina
No total, 48 senadores se manifestaram com questionamentos ou com manifestações contrárias ou de apoio a Dilma. A sessão de sabatina durou pouco mais de 12 horas.
Na avaliação dos seus apoiadores, Dilma se saiu bem e conseguiu demonstrar que não cometeu crime de responsabilidade. “Acho que o dia foi muito positivo, a presidenta foi muito firme, respondeu a todas as perguntas, mostrou que conhece o Brasil e seus problemas, descontruiu a tese de crime de responsabilidade em relação aos decretos, às pedaladas. Foi altiva”, disse a senadora. Gleisi Hoffmann (PT-PR).
A senadora acredita ser possível convencer alguns senadores que disseram estar em dúvidas a votar a favor de Dilma. “Eu acredito que os senadores que estavam em dúvida e que ainda não tinham manifestado seu voto tem condições de manifestar seu voto contra o impeachment. Ficou mais do que provado, não só aqui dentro do Senado, mas para a sociedade brasileira, que esse processo não é um processo legítimo; é um golpe. Amanhã a gente espera ter uma boa surpresa”, disse.
O líder do governo, senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), também avaliou que Dilma teve um bom desempenho, “sustentou com coragem seus pontos de vista”. Favorável ao impeachment, o tucano disse estar convencido de que houve crime de responsabilidade. Ele disse ainda que não acredita na possibilidade de reversão de votos para a petista. O governo trabalha com um placar de 60 votos favoráveis ao afastamento definitivo. “Na minha opinião está caracterizado só crimes de responsabilidade. Acho que a convicção dos senadores já está formada e, portanto, praticamente nada vai ser alterado”, disse.
Debates e votação
Hoje, estão previstos os debates envolvendo a acusação e a defesa, que poderão fazer uso da palavra por uma hora e meia cada. Ainda poderá haver réplica e tréplica de uma hora para cada parte.
Depois do debate, serão chamados os senadores inscritos, um a um, para discursarem sobre o objeto da acusação, por até dez minutos improrrogáveis. Mais de 60 senadores já se inscreveram. Após os discursos, o presidente do processo de impeachment, ministro Ricardo Lewandowski, deve apresentar um relatório resumido dos fundamentos da acusação e da defesa.
Na sequência, ocorrerá a votação. Com isso, há a possibilidade que o desfecho do impeachment possa entrar pela madrugada de quarta-feira (31), com a votação final dos 81 senadores para condenar ou absolver Dilma. Para a saída definitiva, são necessários os votos de, no mínimo, 54 senadores.

Criminosos explodem agência bancária de Caxias

  • Segundo informações policiais, seis bandidos roubaram a agência.

Criminosos explodem agência bancária de Caxias
Agência ficou bastante danificada. Foto: Divulgação/WhastaApp (99209-2383).
CAXIAS – Uma quadrilha assaltou a agência do Banco do Brasil de Caxias, por volta das 3h30 desta terça-feira (30). Segundo informações policiais, seis bandidos, chegaram em um carro e, armados com fuzis, invadiram a agência e efetuaram explosões.
A agência ficou bastante destruída. Na porta, os estilhaços de vidro ficaram espalhados, e parte do forro do teto veio abaixo.
Não há informação sobre a quantia roubada. Com este caso, o número de assaltos e arrombamentos de agências bancárias no Maranhão chega a 46.
A porta do banco foi quebrada. Foto: Divulgação/

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Tomar aspirina a cada três dias reduz risco de infarto, diz pesquisa

  • No entanto, o uso constante da aspirina pode causar complicações gastrointestinais.

O estudo foi coordenado por Gilberto De Nucci, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP).
O estudo foi coordenado por Gilberto De Nucci, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). - Reprodução
SÃO PAULO - O ácido acetilsalicílico (AAS), conhecido como aspirina, é utilizado para prevenir o infarto, a doença vascular periférica ou o acidente vascular cerebral (AVC). No entanto, o uso constante e diário da aspirina costuma provocar complicações gastrointestinais nestes pacientes. Mas um estudo desenvolvido por pesquisadores brasileiros concluiu que tomar aspirina a cada três dias pode ser tão eficiente quanto na prevenção dessas doenças e também evita as complicações gastrointestinais causadas pelo uso diário do medicamento.
O estudo foi coordenado por Gilberto De Nucci, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP). “De uns 35 anos para cá, verificou-se que a aspirina tem um efeito benéfico seja no tratamento do infarto seja como profilaxia do infarto. O problema de usar aspirina é que ela tem um efeito colateral importante, causando irritação no estômago. Essa irritação pode não dar sintomas e o paciente pode apresentar uma hemorragia gástrica”, explicou.
O que se fazia até então para reduzir esses efeitos colaterais, segundo De Nucci, era reduzir a dose de aspirina. “Toda a literatura [médica] dos últimos 35 anos procurava reduzir a dose de aspirina para minimizar o risco da hemorragia gástrica. Mas demonstramos a segurança desse sistema terapêutico”, disse. “Tem pacientes que não tomam aspirina, e que deveriam tomar, porque [a aspirina] apresenta risco de hemorragia muito alto. Mas agora demonstramos que esse esquema terapêutico é tão benéfico quanto os anteriores com a vantagem demonstrada de não causar nenhuma irritação”, ressaltou.
O estudo, desenvolvido por cerca de um ano, teve apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Biolab Farmacêutica e foi publicado no The Journal of Clinical Pharmacology.
A pesquisa
O ácido acetilsalicílico evita que as plaquetas se agrupem e obstruam os vasos sanguíneos. Por isso é que popularmente se diz que o AAS “afina” o sangue. Por outro lado, ao mesmo tempo, a aspirina atua na mucosa gástrica, diminuindo a produção de prostaglandinas – substâncias lipídicas que protegem o estômago e o intestino.
Durante o estudo de doutorado de Plinio Minghin Freitas Ferreira, na USP, sob orientação de De Nucci, 24 voluntários sadios foram divididos em dois grupos. Metade deles recebeu AAS todos os dias durante um mês. A outra metade recebeu o medicamento a cada três dias e, no intervalo dos dias, apenas placebo (substância sem efeito direto em doenças, simulando um medicamento). Neste período, os voluntários passaram por diversos exames como endoscopia, biópsia gástrica, teste de agregação plaquetária e medição do nível de prostaglandina, por exemplo. “Quando fizemos esse estudo, verificamos que, quando tomada a aspirina de três em três dias a eficácia para prevenir a formação do trombo era a mesma. Entretanto, a produção de prostaglandina, quando se tomava [a aspirina] todo dia, havia redução de 50%. Quando tomava de três em três dias, não havia redução da produção de prostaglandina”, disse o coordenador do estudo.

Dilma vai depor hoje em processo de impeachment

Presidente da República afastada foi intimada na semana passada pelo ministro Ricardo Lewandowiski, presidente do STF e que conduz o julgamento no Senado

Foto: Divulgação
BRASÍLIA – A presidente da República afastada, Dilma Rousseff (PT), prestará depoimento hoje no Senado da República, em defesa própria, no processo de impeachment que está em fase de julgamento.
A petista terá 30 minutos para fazer o seu pronunciamento, tempo que poderá ser estendido a critério do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, que é quem comanda os trabalhos na Casa.
Logo após fazer o seu pronunciamento, Dilma passará a ser questionada pelo senadores, que terão 5 minutos, cada, para fazer perguntas em relação as acusações que que constam nos autos do processo de impeachment, mas ela terá a liberdade para escolher quais perguntas responder.
Depois das respostas da presidente, acusação e defesa poderão utilizar a prerrogativa de réplica e tréplica.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanhará a sessão de depoimento de Dilma no Senado Federal.
Julgamento - O julgamento que analisa se Dilma cometeu crime de responsabilidade foi aberto na última quinta pelo presidente do Supremo. A previsão é de que se estenda até a madrugada do dia 31 deste mês.
O mandado de intimação foi entregue em mãos a Dilma, às 17h25 do mesmo dia, no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. A petista assinou o documento confirmando o recebimento.
Na semana que antecedeu o início do julgamento, a assessoria da presidente confirmou que ela pretendia ir ao Senado para se defender no julgamento que pode destitui-la do comando do Palácio do Planalto.
Na semana passada, aliados da presidente afastada apresentaram 10 pedidos para tentar suspender, anular ou retirar trechos da acusação contra Dilma Rousseff. Lewandowski, no entanto, rejeitou todas as questões de ordem.
Ao longo das primeiras quatro horas do julgamento, ainda na quinta-feira (25) senadores que integram a base aliada de Temer bateram boca com aliados de Dilma. Em um dos episódios mais tensos da sessão, os senadores Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e Lindbergh Farias (PT-RJ) trocaram duras acusações, gerando uma discussão generalizada no plenário do Senado.
Após realizarem um intervalo para o almoço, os senadores retomaram o julgamento no início da tarde do mesmo dia. Nesta etapa, teve início a tomada de depoimentos das testemunhas arroladas no processo pela defesa e pela acusação.
Indicado pelos autores do pedido de impeachment, o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, representante do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), passou da condição de testemunha de acusação para a de informante no julgamento do impeachment.
A decisão foi tomada por Lewandowski em resposta a um questionamento do advogado de Dilma, o ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo. O defensor citou a participação de Oliveira em um ato que defendia a rejeição das contas da presidente afastada.
A expectativa é de que a sessão de hoje seja tensa.
Mais
A relação da acusação contra a presidente Dilma Rousseff (PT), com 30 nomes para acompanhar hoje o depoimento da petista. Dentre os nomes, estão Maria Lucia Pereira Wilken Bicudo, filha do jurista Hélio Bicudo, um dos autores do pedido de impeachment ao lado de Janaína Pascoal e do advogado Miguel Reale Júnior. Também estão convidados Kim Kataguiri, do Movimento Brasil Livre (MBL), Rogério Chequer, do Vem pra Rua, e Carla Zambelli, porta-voz do NasRuas.

Brasil defenderá combate à evasão tributária na reunião do G20, na China

  • Um dos pontos será a tributação de multinacionais que burlam a legislação.

Brasil defenderá combate à evasão tributária na reunião do G20, na China
BRASÍLIA - A aceleração das discussões sobre o combate à evasão tributária será um dos principais pontos defendidos pelo Brasil na reunião dos presidentes e dos primeiros-ministros do G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta), que ocorrerá nos dias 4 e 5 de setembro em Hangzhou, na China. Segundo o Ministério da Fazenda, o encontro deverá resultar em avanços importantes na tributação de capitais que se aproveitam de brechas internacionais para migrar para países com impostos mais baixos ou para paraísos fiscais – onde não pagam tributo nenhum.
Segundo o ministério, um dos pontos de debate será a tributação de empresas multinacionais que burlam a legislação para não pagar impostos tanto nos países onde estão instaladas quanto nos países-sede. O ministério destaca que as discussões estão avançadas com vários países, ratificando o acordo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) para a troca automática de informações tributárias, de movimentação de recursos e do patrimônio de contribuintes.
Em junho, o Brasil ratificou o acordo da OCDE assinado em 2014. A partir de 2018, a Receita Federal passará a informar automaticamente aos países do grupo sobre movimentações de estrangeiros e, em troca, receberá dados de brasileiros no exterior. O Brasil não integra a OCDE, mas tem acordos de parceria com a organização, que reúne 34 países industrializados.
Além do acordo com a OCDE, o Brasil repassa automaticamente informações aos Estados Unidos por meio do Ato de Conformidade Fiscal de Contas Estrangeiras (Fatca, na sigla em inglês). Ratificado pelo Congresso Nacional em julho do ano passado, o acordo abrange contribuintes de um país com contas-correntes com saldo de pelo menos US$ 50 mil em outro país. Em troca, os Estados Unidos fazem o mesmo.
Fluxo de capitais
Outro ponto importante a ser debatido na reunião de cúpula do G20, de acordo com o Ministério da Fazenda, será a regulação do fluxo internacional de capitais. A OCDE está revisando o código de liberalização do movimento de capitais, que tem 60 anos, para tentar conter a volatilidade dos fluxos financeiros, que podem ser retirados quase instantaneamente de países em momentos de crises internacionais. Segundo o ministério, a volatilidade no capital financeiro cria dificuldades para a economia real de vários países em momentos de turbulência global.
O governo brasileiro defenderá a continuidade das reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI). O Ministério da Fazenda esclarece que a ampliação das cotas dos países emergentes não tem impacto sobre o Orçamento brasileiro, nem sobre a meta de déficit primário – resultado negativo desconsiderando o pagamento de juros da dívida pública. Isso ocorre porque os aportes de capitais do Brasil no FMI saem das reservas internacionais, atualmente em US$ 377 bilhões.
Em vez de aplicar o dinheiro das reservas externas em títulos do Tesouro americano, o Banco Central adquire direitos especiais de saque no FMI. A operação apenas muda a composição das reservas internacionais, sem afetar o volume delas.
Concessões
O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, deve embarcar para a China com o presidente interino Michel Temer na quarta-feira (31). Antes de ir a Hangzhou, Meirelles participará de seminário com empresários chineses na sexta-feira (2), em Xangai, para apresentar os projetos do governo brasileiro de concessões de infra-estrutura.

WhatsApp começa a compartilhar dados com Facebook

IMIRANTE.COM

  •  A mudança acontece para criar a comunicação com                  estabelecimentos.

WhatsApp começa a compartilhar dados com Facebook
Reprodução
SÃO LUÍS - Há alguns dias, os usuários do aplicativo de mensagens WhatsApp receberam uma mensagem sobre a atualização dos termos de uso. A empresa declarou que a mudança acontece para se adequar à possibilidade de comunicação com estabelecimentos comerciais nos próximos meses.
As atualizações também são reflexo das mudanças pelas quais o app de mensagens passou nos últimos anos, como a aquisição pelo Facebook, a chamada de voz, a criptografia ponta-a-ponta e o WhatsApp em navegadores.
Em nota, o aplicativo afirma que a ideia é oferecer um canal de comunicação a estabelecimentos comerciais, no qual o usuário poderá receber notificação de algum problema com sua conta no banco ou atraso em um voo, "sem a exibição de anúncios ou spam".
Uma das principais mudanças diz respeito à criptografia de ponta a ponta, que já causou diversos problemas com a Justiça brasileira. O aplicativo deixa claro que as mensagens não podem ser lidas nem pelo serviço, nem por terceiros. As mensagens que você envia não são armazenadas pelo WhatsApp — elas ficam nos servidores apenas até serem entregues ao destinatário ou por 30 dias, o que acontecer primeiro.
A lógica é a seguinte: ao trocar mensagens com uma loja pelo WhatsApp, a possibilidade de ver uma propaganda desta loja no Facebook aumenta.
O aplicativo também relatou que "Nós também não iremos vender, compartilhar ou disponibilizar o seu número de telefone para anunciantes".