- Imirante.com, com informações da Agência Brasil
Professores dizem que uso da informática permitiu o acesso a materiais didáticos.
SÃO PAULO - Uma pesquisa feita pelo Comitê Gestor da Internet
no Brasil (CGI.br) revelou que 52% dos alunos de escolas com turmas de
5º e do 9º anos do ensino fundamental e do 2º ano do ensino médio,
localizadas em áreas urbanas, usaram telefones celulares em atividades
escolares no ano passado. Entre os estudantes do ensino médio, o
percentual atingiu 74%. Segundo a pesquisa TIC (Tecnologias da
Informação e Comunicação) Educação 20016, 95% das escolas públicas têm
ao menos um tipo de computador conectado à internet. Entretanto, 45% dessas unidades ainda não ultrapassaram 4Mbps de velocidade de conexão à internet e 33% têm velocidade de até 2Mbps.
A
pesquisa, feita por meio do Centro Regional de Estudos para o
Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), do Núcleo de
Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) mostrou também que os
laboratórios de informática estão presentes em 81% das escolas públicas,
mas, em apenas 59%, esse espaço encontrava-se em uso em 2016, segundo
os diretores. Além disso, somente 31% dos professores de escolas
públicas afirmaram usar computadores no laboratório para desenvolvimento
de atividades com os alunos.
“Apesar de sermos um dos primeiros
países na América Latina a ter uma política de TIC na educação, a plena
adoção de computadores e da internet nas rotinas de ensino e
aprendizagem ainda é limitada, seja por deficiências na infraestrutura
de TIC, seja por limitações na capacitação do professor”, disse o
gerente do Cetic.br, Alexandre Barbosa.
Os dados mostram também que 91% dos professores acessaram a internet
pelo celular para uso pessoal (no levantamento anterior, em 2011, eram
15%) e 49% dos professores usuários da rede declararam usar o telefone
móvel em atividades com os alunos, um crescimento de 10 pontos
percentuais em relação ao ano anterior (39%). Entre os estudantes 31%
disseram entrar na Internet pelo telefone celular na escola, sendo 30%
entre os alunos da rede pública e 36% nas instituições privadas. O baixo
uso está ligado ao fato de 92% das escolas terem rede WiFi, mas 61% não
permitirem acesso aos alunos.
Quanto ao computador, 40% dos
professores da rede pública disseram usar a ferramenta em sala de aula e
26% deles informaram que se conectam à internet para as atividades. Em
escolas particulares, os percentuais são de 58% e 54%. “Apesar dos
avanços registrados na conexão à Internet que chega às escolas, ainda
existem muitos espaços educativos em que não há acesso ou esse acesso é
limitado. É fundamental, portanto, a ampliação do uso da Internet nos
espaços pedagógicos mais utilizados por professores e alunos, como as
salas de aula, bibliotecas e salas de estudo”, disse Barbosa.
Segundo
o estudo, 94% dos professores disseram que o uso da informática
permitiu o acesso a materiais didáticos mais diversificados ou de melhor
qualidade. Além disso, grande parte dos docentes concordaram que a
adoção de novos métodos de ensino (85 %) e o cumprimento de tarefas
administrativas com maior facilidade (82 %) são resultado do uso das
TICs. Os diretores (36%) também disseram que o desenvolvimento de novas
práticas de ensino baseadas no uso de computador e internet é a ação
prioritária para a integração das TICs na escola, opinião de 35% dos
coordenadores pedagógicos entrevistados.
A pesquisa foi foi feita
entre os meses de agosto e dezembro do ano passado em 1.106 escolas
públicas e privadas, com turmas do 5º ou 9º ano do ensino fundamental
e/ou 2º ano do ensino médio localizadas em áreas urbanas. Foram
entrevistados 935 diretores, 922 coordenadores pedagógicos, 1.854
professores de língua portuguesa e matemática ou multidisciplinares e
11.069 alunos de 5º e 9° ano do ensino fundamental e 2° ano do ensino
médio.
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