Proibir, incentivar, ignorar. Como encontrar um ponto de equilíbrio respeitando todos os envolvidos?
Beijos, abraços. "tô ficando".
"Tô namorando". A expressão da sexualidade na escola é perceptível no diálogo dos estudantes e, claro, natural, principalmente quando se é adolescente. Mas algumas manifestações podem gerar constrangimentos. Assim, professores, alunos e funcionários entram numa polêmica que envolve os limites da vida social. O que se pode ou não fazer quando se está em lugares públicos? O namoro deve ou não ser permitido dentro da escola?
A busca para encontrar um ponto de equilibrio que respeite a posição de todos os envolvidos não é fácil e exige reflexões sobre os vários aspectos que permeiam o tema. Algumas instituições educacionais criam regras para tornar saudável a convivência no ambiente escolar, mas seria esse o caminho ideal?
Para Maike Kohls, coordenadora pedagógica regional da Editora Positivo,o grande desafio da escola em relação à sexualidade é "definir fronteiras, romper tabus, enfim, refletir sobre relações humanas na sociedade". Ela explica que, segundo a proposta dos parâmetros Curriculares Nacionais, os estudos escolares devem estar em consonância com a vivência da cidadania do momento histórico no qual se vive, de maneira que o cotidiano escolar permeie questões sociais. Desse modo, de acordo com ela, " é possível citar estatísticas e trazer dados reais de como a sexualidade tem sido vivida pelos adolescentes dentro e fora da escola, mas cabe, nesse espaço, comentar questões que possam auxiliar a escola em sua reflexão", orienta.
Vários são os aspectos que precisam ser levados em consideração no momento de reflexão sobre o namoro na escola, tais como: comportamento, valores morais, mídia, entre outros. Segundo Maike, o comportamento é um fator de grande relevância, e uma das possibilidades de melhorá-lo no ambiente escolar é gerar diálogos constantes entre os alunos e o corpo docente. " Essa atitude poderá trazer soluções e debates de temas que vão além do comportamento, como a ética, a moral, entre outros", ressalta.
A coordenadora sugere também uma atenção especial à postura da equipe escolar. Para ela, definir uma postura única entre todos que estão envolvidos com a educação na escola permitirá coerência e auxiliar na unidade das ações esperadas e aceitáveis no contexto escolar.
Namoro na escola também está relacionado com valores, ética e moral, pois são várias as famílias envolvidas. De acordo com Maike, debater essas questões permite que a escola considere essa diversidade e torne saudável a convivência entre alunos, professores e funcionários. Da mesma forma, a família precisa estar ciente das condutas consideradas adequadas dentro da escola. Ela ressalta também qua a escola tem um papel valioso de traduzir as influências externas que ocorrem na vida dos alunos, principalmente advindas da mídia. "uma das funções da escola é traduzir, refletir sobre informações que ela transmite e a forma como essas informções são captadas pelos alunos. A escola poderá fazer um trabalho nesse sentido". orienta.
DIÁLOGO SEMPRE
Na adolescência a expressão da sexualidade torna-se mais intensa e explícita. De acordo com Maiker, debater e realizar projetos sobre esse tema ajuda a romper com tabus e pode abrir um espaço de reflexão e vivências. A coordenadora explica que isso favorece a interpretação de valores e conceitos, contribuindo para a ação formadora, além de abrir um canal de comunicação entre escola e alunos. "Discutir e oportunizar a expressão da afetividade e o diálogo sobre questões que envolvem o afeto, podem se tonar fortes aliados na elaboração coletiva das condutas aceitáveis no espaço escolar", afirma.
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