Formamos opinião sempre que afirmamos para o outro qual é o nosso conceito e nossa avaliação sobre determinado assunto ou situação. Ocorre que, dependendo da posição que ocupamos o impacto daquilo que é dito por nós será maior ou menor, sendo que essa posição pode ser física, tal como o lugar onde estamos, ou, ainda, psicológica, tal como a posição social ou familiar que assumimos, pois há nítida e forte diferença em uma pessoa dizer o que pensa em casa para sua família e expressar o mesmo conteúdo numa entrevista que será veiculada num grande jornal ou revista.
O impacto de um ou de outro é totalmente diferente e, por isso, é importante refletirmos e ponderarmos muitos pontos antes de falar o que pensamos, mesmo num país em que há liberdade de expressão. É conveniente também pensarmos no grande poder de impacto da opinião de pais e professores. Aos olhos de muitos jovens e crianças que com eles têm contato diariamente, pais e professores são exemplos daquilo que é certo e adequado fazer e, também, ser. Como pessoas comprometidas com a boa e plena formação de nossos jovens, não podemos fazer vista grossa a essa realidade, ainda que algumas circunstâncias tendem nos desmotivar.
Tais circunstâncias podem ser tanto a indisciplina em sala de aula como o pouco caso que nossos filhos demonstram vez ou outra àquilo que falamos e tantas outras situações que conhecemos bem de perto. Na sala de aula ou em casa, nossas crianças e nossos jovens sempre esperam de nós um comportamento digno de ser copiado e, ainda que não venhamos a desejar tal encargo sobre nós, a verdade é que mesmo assim somos, na figura de pais e professores, as pessoas que mais formam opiniões. Ao dizer isso, o que vem à mente são os poderosos veículos de comunicação, que exercem influência sobra a grande massa populacional, formulando e reformulando opiniões.
Contudo, a verdade é que, mesmo “escondidos” em nossos ambientes, ou seja, em nossas casas ou na escola, somos nós que de alguma maneira moldamos o caráter daqueles que serão os cidadãos da nossa sociedade. O impacto pode não ser tão quantitativo como ocorre com a imprensa, por exemplo, mas a qualidade daquilo que estamos formando dentro de cada um de nossos filhos e alunos é inquestionável, pois é como a propaganda boca a boca, na qual o efetivo é comprovadamente muito mais efetivo. É por tudo isso que precisamos reafirmar diariamente dentro de nós mesmos o nosso papel na vida daqueles que estão em contato conosco, seja em nossas casas ou seja nas salas de aula. Não dá para transmitir apenas conhecimentos didáticos, sem pensar que nossos alunos estão lendo muito mais do que aquilo que está escrito no quadro-negro.
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