Para polícia, irmã de Thuane é cúmplice do crime de estupro de vulnerável.
Izabela Pimenta deixou a delegacia sob críticas de pedestres.
Izabela Pimenta deixou a Dcav sob críticas de pedestres (Foto: Henrique Coelho/ G1)
A irmã de Thuane Pimenta - mulher suspeita de entregar uma criança de 2 anos ao coronel reformado da PM Pedro Chavarry
- foi encaminhada nesta segunda-feira (19) para o Complexo
Penitenciário de Gericinó, em Bangu, Zona Oeste do Rio. Izabela Pimenta
deixou a Delegacia da Criança e Adolescente Vítima (Dcav) e iria passar
pelo Instituto Médico Legal antes de ir para o presídio.Ao deixar a delegacia, a suspeita foi hostilizada por alguns pedestres que estavam no local. "Acobertou muito ele, né?", disse um dos críticos. "Vai apanhar muito em Bangu", completou. A delegada Cristiana Bento fazia uma reunião ainda nesta segunda-feira com membros do Conselho Tutelar para saber o que seria feito com a filha de Izabela.
Para a polícia, a irmã de Thuane é cúmplice do crime de estupro de vulnerável. Izabela Pimenta de Souza, de 30 anos, foi detida na manhã desta segunda-feira na comunidade Uga Uga, em Ramos, na Zona Norte do Rio.
A polícia apura a participação dela no crime, "já que Izabela foi a primeira a chegar ao local onde o coronel estava com a criança. Ela teria dito aos policiais que o pai da criança estava morto, e a mãe presa, com o objetivo de ludibriar a polícia", informou a Polícia Civil, em nota.
Thuane dos Santos Pimenta, irmã de Izabela, foi presa na última segunda (12), e encaminhada para o presídio para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, no dia 14. O oficial da PM foi preso em um estacionamento de uma lanchonete fast food no último dia 10.
Antes de ser presa, Izabela foi testemunha
A prisão de Thuane dos Santos Pimenta, de 23 anos, abalou a família da faxineira. Segundo a irmã Izabela Pimenta, de 30 anos, o coronel reformado Pedro Chavarry, preso por pedofilia com uma criança de 2 anos no carro, se aproveitou da inocência dela. A acusação de pedofilia, segundo ela, pegou todos de surpresa.
Isabela Pimenta chega à delegacia na manhã
desta segunda. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
"A gente quer provar a inocência da Thuane. Conhecemos ele há 11 anos.
Eu já deixei dois filhos com ele, Thuane também deixou. Como que a gente
ia deixar se soubesse que ele tem essa ficha?", questionou Izabela, que
trabalhou como faxineira na Caixa Beneficente da PM, órgão do qual
Chavarry era presidente.desta segunda. (Foto: Divulgação / Polícia Civil)
"Meu filho que hoje tem 4 anos e minha filha de 10 anos já ficaram com ele. Ele dizia que ia deixar com a babá. Elas nunca comentaram nada, mas eu tenho medo que elas possam ter sido vítima", lamentou ela.
Izabela e a irmã trabalharam nas eleições do órgão e também nas eleições para deputado federal em 2014. "Entregamos panfleto para ele, fizemos uma comitiva para ele na Praça das Nações", disse Izabela.
Mãe conta como Thuane pegou criança
A mãe da menina disse que conhecia Thuane. Após prestar depoimento na delegacia, ela contou como Thuane pegou a criança em casa.
"Ela teve a cara de pau de chegar lá na minha casa, minha filha estava brincando, minha filha estava se divertindo, e ela chegou lá e pediu a minha filha para tirar uma foto, e tenho certeza de que ela vendeu minha filha para esse homem", disse.
A família está muito abalada, segundo a mãe. "Ele é um monstro. Uma pessoa que faz isso com uma criança não é uma pessoa. A minha família tá desmoronada, sem chão", desabafou.
Pedro Chavarry Duarte está em prisão preventiva no Batalhão Prisional, em Niterói, na Região Metropolitana. O G1 não conseguiu contato com a defesa do coronel reformado.
Suspeita de rapto de criança em 2009
Segundo a Polícia, o coronel reformado da PM Pedro Chavarry pode ter sido responsável pelo rapto de uma criança em 2009, segundo uma testemunha que esteve na Dcav na última quinta-feira (15). Em depoimento, a testeminha contou que uma mulher foi levar sua filha para tomar uma vacina e nunca mais a devolveu à mãe. A criança continua desaparecida até hoje.
A mãe, então, teria ido cobrar o coronel Pedro Chavarry ao saber que a mulher em questão era amiga do oficial da PM. A mulher, no entanto, não obteve resposta.
Juiz explica
O Juiz Sérgio Luiz Ribeiro de Souza, da 4ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, explicou em entrevista ao Bom Dia Rio desta quarta-feira (14) o que acontece em alguns casos de pedofilia. Segundo ele, é muito difícil identificar esse crime pois, normalmente, a pessoa que o comete está acima de qualquer suspeita.
“Os crimes sexuais acontecem, em regra, sem a presença de testemunhas, e esse abusador ele é, em regra, uma pessoa do ciclo de confiança dessa família”, disse o juiz.
Sérgio Luiz Ribeiro de Souza também aconselhou que os pais conversem com seus filhos para explicar o que pode ou não acontecer e estar atento aos sinais e a fala dessa criança.
Entre sinais corporais e comportamentais que a criança pode apresentar o juiz explica que ela pode demonstrar medo dessa pessoa e, até mesmo, ficar deprimida.
“Ela começa a ficar muito retraída, ela começa a ficar deprimida, ela começa a ficar muito triste e, às vezes, quando ela sabe que vai estar nesse ambiente que a pessoa vai estar ela já não quer ficar, ela demonstra um sentimento de medo (...). Temos muitos processos contra crianças e adolescentes praticados por padrastos, pais, às vezes mães, irmãos, de todas as classes sociais. Não há classe social para isso, não há questão de nível de escolaridade, até porque a pedofilia é classificada como uma doença", completou o juiz.
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