Revalida, exame para
médicos de fora, será aplicado a alunos do Brasil
Teste é única porta de entrada para formados no
exterior trabalharem aqui.
Hoje, Revalida reprova 91%. Inep quer saber como brasileiros se sairiam.
Hoje, Revalida reprova 91%. Inep quer saber como brasileiros se sairiam.
Ana
Carolina Moreno e Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo
O Ministério da Educação decidiu aplicar o
Revalida, exame obrigatório para quem cursou medicina fora do Brasil poder
atuar como médico no país, também para estudantes da carreira matriculados em
instituições brasileiras, de acordo com pessoas ligadas à área médica ouvidas
pelo G1.
Procurado,
o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)
confirmou nesta quinta-feira (11) que uma edição do exame será aplicado para
uma amostra de estudantes do sexto (e último) ano de cursos de medicina no
Brasil como um "pré-teste", mas não deu mais informações. O G1 apurou
que a prova deve ser aplicada ainda neste semestre.
TAXA DE APROVAÇÃO NO REVALIDA SEGUNDO A
NACIONALIDADE DOS CANDIDATOS INSCRITOS
|
||||
País de origem
|
Nº de inscritos
|
Nº de aprovados
|
||
2011
|
2012
|
2011
|
2012
|
|
Venezuela
|
7
|
11
|
3 (43%)
|
3 (27%)
|
Cuba
|
16
|
16
|
3 (19%)
|
4 (25%)
|
Argentina
|
20
|
10
|
6 (30%)
|
2 (20%)
|
Peru
|
46
|
39
|
3 (6%)
|
5 (13%)
|
Colômbia
|
22
|
30
|
6 (27%)
|
3 (10%)
|
Brasil
|
393
|
560
|
31 (8%)
|
42 (7%)
|
Bolívia
|
119
|
156
|
4 (3%)
|
10 (6%)
|
Países
da Europa
|
13
|
20
|
2 (15%)
|
4 (20%)
|
Outros
países
da América Latina |
35
|
38
|
2 (17%)
|
4 (10%)
|
Países
da Ásia
|
3
|
1
|
0 (0%)
|
0 (0%)
|
Países
da África
|
2
|
2
|
1 (50%)
|
0 (0%)
|
Países
da América
do Norte |
1
|
1
|
0 (0%)
|
0 (0%)
|
TOTAL
|
677
|
884
|
65
(10%)
|
77 (9%)
|
Fonte:
Inep/MEC
|
Como o
índice de reprovação do exame é muito alto (veja tabela ao lado), a
intenção do governo é aplicar entre os alunos brasileiros que estudam no país
para testar habilidades e competências.
O Revalida é um exame nacional criado pelo Ministério de Educação que representa a porta de entrada tanto para estrangeiros quanto brasileiros que se formaram no exterior exercerem a medicina no Brasil. Ele é uma exigência para que o diploma seja válido no páis.
O Revalida é um exame nacional criado pelo Ministério de Educação que representa a porta de entrada tanto para estrangeiros quanto brasileiros que se formaram no exterior exercerem a medicina no Brasil. Ele é uma exigência para que o diploma seja válido no páis.
Pelo
exame, enquanto o médico não for aprovado e não obtiver a revalidação do
diploma pelas instituições do ensino público, ele fica impedido de atuar no
país. Se um médico for reprovado no Revalida, ele pode se inscrever para fazer
o exame do ano seguinte.
Em 2012,
884 pessoas de várias partes do mundo se inscreveram para o Revalida, e apenas
77 (menos de 9%) conseguiram a aprovação no exame (veja na tabela ao lado).
O Brasil
respondeu pela grande maioria dos inscritos (560), mas apenas 7% dos candidatos
foram aprovados. O país ficou na sexta colocação no ranking de índices de
aprovação. Os países que obtiveram o maior êxito neste quesito foram Venezuela
(27%) e Cuba (25%), apesar de o número absoluto de inscritos ter sido pequeno.
Nenhum candidato com nacionalidade de países da Ásia, África ou América do
Norte conseguiu passar na prova do MEC.
Diplomas
que mais ajudam no Revalida
Os dados do Inep sobre as provas aplicadas em 2012 indicam que os cursos de medicina de Portugal são os que melhor preparam os médicos para a aprovação no Revalida. No ano passado, dos oito diplomados no país incritos na prova, três conseguiram passar, o equivalente a 37%.
No lado
oposto da tabela estão as universidades bolivianas, que expediram a maioria dos
diplomas de quem se inscreveu no Revalida mais recente. Apenas 4% dos 411
inscritos na prova formados em instituições bolivianas conseguiram a permissão
do governo federal para exercer a medicina no Brasil. (veja na tabela
abaixo).
ÍNDICE DE APROVAÇÃO, SEGUNDO O PAÍS DE ORIGEM DO
DIPLOMA DOS CANDIDATOS INSCRITOS
|
||||
País de
origem do diploma |
Nº de inscritos
|
Nº de aprovados
|
||
2011
|
2012
|
2011
|
2012
|
|
Portugal
|
0
|
8
|
-
|
3 (37%)
|
Venezuela
|
16
|
15
|
4 (25%)
|
4 (26%)
|
Argentina
|
56
|
69
|
13
(23%)
|
14
(20%)
|
Espanha
|
16
|
26
|
0 (0%)
|
5 (19%)
|
Peru
|
45
|
33
|
5 (11%)
|
5 (15%)
|
Cuba
|
140
|
182
|
15
(11%)
|
20
(11%)
|
Colômbia
|
19
|
28
|
6 (32%)
|
3 (11%)
|
Paraguai
|
17
|
50
|
1 (6%)
|
2 (4%)
|
Bolívia
|
304
|
411
|
14 (5%)
|
15 (4%)
|
Outros
países da Europa
|
18
|
21
|
2 (11%)
|
5 (24%)
|
Outros
países da Am. Latina
|
42
|
37
|
5 (12%)
|
1 (3%)
|
Países
da África
|
0
|
2
|
-
|
0 (0%)
|
Países
da Ásia
|
2
|
1
|
0 (0%)
|
0 (0%)
|
Países
da Am. do Norte
|
2
|
1
|
0 (0%)
|
0 (0%)
|
Fonte:
Inep/MEC
|
A
Venezuela ficou na segunda posição no ano passado. As instituições do país
aprovaram 27% de seus estudantes que participaram da prova.
Entre os
26 candidatos que se formaram em medicina na Espanha, 19% conseguiram a
aprovação. Na edição de 2011 do Revalida, porém, todos os 16 candidatos
formados em instituições espanholas foram reprovados. Estudantes de
instituições de outros dez países europeus não especificados pelo Inep tiveram
índice de aprovação de 24%.
O Brasil
não figura na tabela porque quem se formou no país não é obrigado a prestar o
exame para exercer a profissão.
Padronização
do teste
O exame foi criado em 2011 com o objetivo de unificar o processo de revalidação em consonância com as diretrizes curriculares nacionais dos cursos de medicina. Antes do Revalida, cada instituição de ensino superior estabelecia os processos de análise seguindo a legislação.
Segundo
informações divulgadas no site do Inep, o exame cobra habilidades e
competências das cinco grandes áreas da medicina: cirurgia; medicina de família
e comunidade; pediatria; ginecologia-obstetrícia e clínica médica. Há níveis de
desempenho esperados para as habilidades específicas de cada área.
O exame é aplicado em duas etapas: avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma prova discursiva. Numa segunda etapa, é realizada a avaliação de habilidades clínicas.
O exame é aplicado em duas etapas: avaliação escrita, composta por uma prova objetiva, com questões de múltipla escolha, e uma prova discursiva. Numa segunda etapa, é realizada a avaliação de habilidades clínicas.
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