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Com maior percentual de crianças, Região Norte aparece em primeiro.
BRASÍLIA
- A maior proporção de crianças e adolescentes do país está concentrada
na Região Norte, que tem a pior cobertura de saneamento básico e de
acesso à água tratada do país. Cerca de 40% da população que vive na
Região Norte é de crianças e jovens até 18 anos. Eles convivem com uma
realidade onde 67% dos domicílios não têm rede de esgoto ou fossas
sépticas e 45% não têm rede de água.
Os dados são do Censo de 2010
e estão na publicação Cenário da Infância e Adolescência no Brasil
2015, divulgado nessa terça-feira (9) pela Fundação Abrinq - Save the Children.
O livro de bolso reúne para consulta números e estatísticas de órgãos
como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os
ministérios da Educação e da Saúde em áreas como moradia, violência,
mortalidade infantil, acesso a creches, cultura e lazer.
“Temos
divulgações separadas de dados de diversas áreas e ao vê-los reunidos e
detalhados conseguimos enxergar como as vulnerabilidades sociais
combinadas afetam de forma significativa a infância”, disse a
administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloísa Oliveira.
O
Nordeste tem 34% da população de crianças e adolescentes e é a segunda
região com pior acesso a esgotamento sanitário - 54% dos domicílios não
têm rede de esgoto.
“Os números mostram que essa combinação de
vulnerabilidades afeta de maneira mais significativa as crianças do
Norte e Nordeste”, ressalta Heloísa Oliveira.
Em
relação ao acesso à educação, a taxa de cobertura de creches, por
região, em 2012, também deixa o Norte em desvantagem. Essa taxa mostra a
razão entre o número de crianças em idade escolar (0 a 3 anos) e o
número de matrículas nessa etapa do ensino. Na Região Norte, a taxa de
cobertura é de 8%, a menor entre as cinco regiões do país. A melhor
cobertura está no Sudeste, com a taxa de 31%.
No Norte, também,
está a maior taxa de distorção idade-série nos ensinos médio e
fundamental. A publicação apresenta dados de 2013 mostrando que, na
região, 31% dos estudantes do fundamental e 45% do médio estavam
matriculados em séries não condizentes com sua idade. O melhor cenário
está na Região Sudeste com percentuais de 14% e 21%, respectivamente.
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