Do G1 MA
Movimento de estudantes já dura oito dias.
Medidas acordadas serão apresentadas em duas entrevistas coletivas.
Pela manhã, estudantes interditaram entrada principal da UFMA (Foto: Biné Morais/O Estado)
Representantes da Universidade Federal do Maranhão (UFMA)
anunciaram um acordo para encerrar os protestos que reivindicam a
instalação de uma Casa do Estudante no Campus do Bacanga, em São Luís. A
informação foi repassada no início da tarde desta terça-feira (3) pela
assessoria da UFMA. No entanto, alguns representantes do movimento
afirmam que não houve consenso entre as duas partes.
Sobre o assunto, duas entrevistas coletivas foram realizadas na tarde
desta terça. A primeira foi realizada em frente à construção da casa de
Estudantes da UFMA, local em que os estudantes estão acampando desde a
última terça-feira (26/11), com a presença de representantes do
movimento. A segunda, confirmada pela assessoria da universidade, foi
realizada pelo reitor Natalino Salgado, no Palácio Cristo Rei.
O movimento pelo funcionamento de uma Casa do Estudante dentro do Campus Bacanga, já dura oito dias.
Pela manhã, os manifestantes bloquearam a entrada principal da
universidade. Todos os veículos, inclusive ônibus, foram impedidos de
entrar na cidade universitária.
Os universitários queimaram pneus na entrada da UFMA. Como os veículos
não entraram, muita gente entrou a pé na universidade. O objetivo do
protesto era paralisar as atividades do campus de São Luís. A Polícia Militar acompanhou a manifestação distante.
"Tudo já foi conversado. A comunidade acadêmica já falou muito através
de assembleias e de documentos, mas o que falta, realmente, é a
compreensão do reitor", disse o estudante Dário Pinheiro.
Durante o protesto, eles também denunciaram as condições da casa
mantida pela UFMA no Centro da capital. "Além de problemas de
infraestrutura e problemas de higiene, há também o problema da
segurança", disse o estudante Carlos André.
No fim da tarde o estudante Daniel Ribeiro, que realiza greve de fome,
foi levado para o Hospital Universitário para uma avaliação médica. Ao
todo, são três estudantes universitários que adotaram essa forma de
protesto.
Veja a íntegra da matéria no vídeo acima.
À noite, a UFMA encaminhou nota à imprensa, informando que adotaria
algumas medidas emergenciais para o problema. Entre elas, alugar,
temporariamente, "um imóvel para os estudantes que necessitarem, até que
a UFMA consiga adquirir permanentemente outra residência no Centro
Histórico da Cidade".
Veja a íntegra da nota:
A Administração Superior da Universidade Federal do Maranhão em respeito à comunidade acadêmica, vem esclarecer que:
1) Foi realizada uma reunião nesta terça-feira (3), às 9:30 horas,
no Palácio Cristo Rei, entre representantes da OAB, da Defensoria
Pública, Direitos Humanos da AL-MA, da Casa dos Estudantes, do Diretório
Acadêmico dos Estudantes, do DCE, e os representantes da Procuradoria
Federal junto à UFMA, Pró-Reitores e o Reitor, para resolverem o mais
rápido possível a questão da Residência Estudantil na Cidade
Universitária;
2) Durante a reunião, os procuradores federais junto à UFMA
apresentaram os motivos jurídicos que não permitem que o prédio seja
residência estudantil, assim como os motivos técnicos que foram
apresentados por uma comissão de engenharia. Entre os fatores
apresentados pelos estudantes é o fato do prédio ter sido construído, na
gestão anterior de forma ilegal, sem passar pelo Conselho Universitário
e sem ter orçamento para isso. Após essas considerações, o reitor
Natalino Salgado Filho, voltou a informar que o prédio deverá abrigar o
Centro Multidisciplinar de Assistência Estudantil, cujo objetivo é dar
atenção integral aos estudantes tais como assistência médica,
odontológica, psicológica, pedagógica e cultural.
3) Desta forma e para sanar estas questões, o reitor Natalino
Salgado conversou com os estudantes a fim de encontrar uma solução
rápida e que beneficie a todos. Durante uma longa conversa, a decisão
mais sensata e emergencial foi a de alugar, temporariamente um imóvel
para os estudantes que necessitarem, até que a UFMA consiga adquirir
permanentemente outra residência no Centro Histórico da Cidade.
4) É importante ressaltar que somente agora, após 47 anos de
existência, a UFMA cria oficialmente a residência universitária que
passará a fazer parte do regimento geral da UFMA. Desta forma, o reitor
baixou uma resolução ad referendum, criando uma residência universitária
como uma unidade suplementar e órgão auxiliar da administração superior
que vai para o Conselho Universitário. A resolução aprova e cria a
construção de um imóvel destinado para a residência universitária dentro
da Cidade Universitária , tal como os estudantes sugerem.
5) Por fim, visto que o prédio não tem condição nenhuma para ser
transformado em Residência Estudantil já que o prédio está reformado
para atender o Centro de Assistência Estudantil. Fazer reformas agora,
acarretaria um grande problema administrativo para a UFMA, sem falar no
gasto excessivo que uma decisão dessas acarretaria por conta da
adequação dos espaços ainda em construção.
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