Praça Deodoro: de área de lazer a mercado aberto

• Grande número de vendedores ambulantes vem transformando o cenário de um dos mais tradicionais e frequentados logradouros de São Luís; além disso, há problemas de infraestrutura

Praça Deodoro se transformou em um mercado sujo, sem higiene e desorganizado (Foto: Biné Morais)

SÃO LUÍS - O descaso e a desorganização há muito tempo tomou conta do centro de São Luís. O reflexo dessa situação pode ser observado na Praça Deodoro, que deveria ser utilizada para o passeio público, mas com o tempo transformou-se em um mercado a céu aberto.

O comércio informal tomou conta da região. Muitas pessoas, como forma de conseguir renda, optam por esse tipo de comércio e escolhem a Praça Deodoro para se estabelecer e vender os seus produtos, tendo em vista as milhares de pessoas que transitam diariamente pela praça.

Alguns serviço de revitalização do logradouro foram realizados, mas atualmente os sinais desses serviços não são mais visto. Contudo, o que é possível observar é o grande número de bancas do comércio informal, que transformou a região em um mercado à céu aberto e compromete a passagem das pessoas.

O comércio que se faz no local é o mais variado possível. Bancas padronizadas pela Prefeitura de São Luís comercializam roupas, bolsas, relógios, bijuteria, sombrinhas, acessórios para celulares e outros tipos de mercadorias que agradam a todos os gostos e bolsos.

Quem não tem uma banca para vender não perde a oportunidade de fazer as suas vendas e expõe os seus produtos sobre o chão. É o que faz muitas vezes os vendedores de bolsas, roupas, CDs e DVDs, que utilizam apenas uma lona ou qualquer outro tipo de coberta.

Alimentos

O comércio de alimentos também encontra um bom lugar na Praça Deodoro para se desenvolver com plenitude. No local, o hábito que muitas pessoas têm de comer na rua se fortalece com a grande quantidade de comidas que são oferecidas no logradouro.

Pode-se encontrar desde o café da manhã, servido com pães, bolos e sucos a refeições mais completas, como as famosas “quentinhas” ou “pratos-feitos”, que são servidos durante o almoço e atraem uma grande quantidade de consumidores para a região.

Muitos comerciantes têm a autorização da Prefeitura outros foram transferidos da Praça da Alegria para a Deodoro quando aquela passou por reforma há cerca de três anos. Há, ainda, comerciantes que se estabeleceram no lugar por conta própria, situação que contribui para o “inchaço” da região.

Trabalho

Elisângela Lima trabalha no Praça Deodoro há quatro anos com a comercialização de lanches, principalmente o café da manhã. Moradora da Vila Cascavel, ela contou que acorda cedo para estar em seus local de trabalho.

“Acordo às 4h30, venho para cá e fico até umas 11h30. Depois volto para casa para fazer tudo de novo”, disse. Ela afirmou, ainda, que com a renda que ganha consegue sustentar a família.

Em frente à uma agência do Banco do Brasil tendas foram montadas para comercialização de produtos com a autorização do Município. Aliada a essa situação, tem-se a presença de outros ambulantes que vendem água, chips para celulares, milho cozido ou assado, que também ocupam o espaço da praça.

Maria Moraes trabalha na região há cerca de dois anos comercializando chips para celular. É um trabalho cansativo, segundo ela, mas que, no fim do mês, consegue ter uma renda satisfatória. “Se não compensasse, não estaria aqui”, disse a comerciante, que vende os seus produtos debaixo de um guarda-sol para se proteger do forte calor.

Infraestrutura

Além do espaço está completamente ocupado por vendedores ambulantes, há ainda diversos problemas de infraestrutura no logradouro. Em diversas partes há buracos no calçamento que oferecem riscos para as pessoas que caminham pelo local. “É feio o estado em que a praça se encontra. Tudo desorganizado e sujo”, reclamou a dona de casa Fernanda dos Santos.

Outro problema é com relação a muitas árvores que se encontram no local. Por causa da falta de cuidados, algumas já estão mortas e seus galhos estão prestes a cair, como já aconteceu outras vezes, situação essa que preocupa os comerciantes.

A Praça do Pantheon, que localiza-se em frente à Deodoro, também necessita de cuidados urgentes. O logradouro foi reformado anos atrás por meio de recursos vindos do PAC Cidades Histórias, mas hoje se encontra abandonado.

São bancos quebrados, pichações nos assentos, piso e canteiros, lixeiras inutilizáveis e mato crescendo sem poda. Os pedestais onde seriam recolocados os bustos continuam vazios e também são alvo de vandalismo. A Prefeitura de São Luís foi procurada por O Estado em busca de soluções para os problemas mostrados, mas até fechamento desta página nenhuma resposta foi obtida.