Depois de oito meses de idas e vindas, o Conselho de Ética da Câmara
dos Deputados aprovou nesta terça-feira (14) parecer que pede a cassação
do mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Casa há
pouco mais de um mês.
No processo mais longo da história do colegiado, o resultado se
manteve incerto até o último minuto da votação graças ao mistério em
torno da posição da deputada federal Tia Eron (PRB-BA).
Contrariando os aplausos de aliados do peemedebista durante a sessão, a deputada baiana votou pela aprovação do parecer.
O que pesa contra Cunha
De autoria do relator Marcos Rogério (DEM-RO), o parecer aprovado
hoje acusa Eduardo de Cunha de mentir à Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Petrobras ao afirmar, em depoimento, não ter contas
no exterior em seu nome.
As investigações da Lava Jato, no entanto, contrariam a versão apresentada por Cunha.
Primeiro político a virar réu no âmbito da operação que apura a
corrupção na Petrobras, o peemedebista é acusado de ter recebido, ao
menos, 5 milhões de dólares de pagamentos em propina para facilitar dois
contratos entre o estaleiro Samsung e a Diretoria Internacional da
estatal.
Acabou?
O processo contra Eduardo Cunha, contudo, ainda está longe do fim. O
relatório aprovado pelo Conselho de Ética deve ser encaminhado para a
Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que deve avaliar os recursos
que questionam os procedimentos adotados pelo Conselho de Ética.
Caso o colegiado rejeite todos recursos, o processo segue para o
plenário da Câmara, que decide pela cassação ou manutenção do mandato do
peemedebista.
A expectativa, no entanto, é de que os aliados do pemedebista se esforcem
para tentar aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a consulta feita pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que altera o rito de votação do processo disciplinar no plenário.
para tentar aprovar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) a consulta feita pelo presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), que altera o rito de votação do processo disciplinar no plenário.
A resposta a esse questionamento determina que a decisão do Conselho
seja remetida ao plenário da Câmara em projeto de resolução que pode
receber emendas somente a favor do representado, o que poderia
significar um abrandamento da pena. A cassação – que é decidida no
plenário por voto aberto – depende de 257 parlamentares.
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