Política
Ministro descartou que o governo tenha desistido da reforma, considerada prioritária.
Marcelo Brandão / Agência Brasil
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BRASÍLIA
- O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, afastou a
possibilidade de votação da reforma da Previdência enquanto durar a
intervenção federal na segurança pública do estado do Rio de Janeiro.
Segundo ele, não há segurança jurídica para interromper a intervenção
para votar a reforma e nem mesmo de continuar a tramitação do Projeto de
Emenda à Constituição (PEC) no Congresso. Com isso, o governo não
trabalha mais com a ideia inicial de votar a reforma na Câmara dos
Deputados ainda este mês.
“Eu
até coloco que a votação em fevereiro já está fora de cogitação. Porque
nós teríamos que, para aprovar a PEC, pelo entendimento do presidente
Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e, de certa forma do presidente
Maia [Rodrigo, presidente da Câmara dos Deputados], suspender o
decreto. Uma situação que é controversa, a de suspender o decreto e
depois reeditá-lo”, afirmou o ministro.
O
ministro descarta que o governo tenha desistido da reforma, considerada
prioritária, apesar de admitir que a intervenção federal no Rio é um
impeditivo para a aprovação. “Feliz eu não estou. […] Eu reconheço que
isso cria um óbice jurídico para a continuação da tramitação, para a
evolução da discussão e consequente aprovação da reforma”.
Na
sexta-feira (16), quando o presidente Michel Temer decidiu pela
intervenção federal, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que
quando o governo tivesse os votos necessários para aprovar a reforma,
Temer revogaria o decreto de intervenção e entraria em vigor no Rio uma
operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) ampliada.
Mas
hoje, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que
politicamente, não seria possível revogar o decreto e assinar outro em
seguida a fim de beneficiar a aprovação de qualquer matéria no
Congresso. “As palavras do senador Eunício não são de todo
desarrazoadas. Até porque não temos previsão de suspendermos o decreto
de intervenção nos próximos dias. Nós sabemos que é um trabalho que
demandará tempo e é possível que isso interrompa a tramitação da PEC da
Previdência”, disse Marun.
O ministro foi
questionado por outros integrantes do governo se poderia garantir votos
para a reforma ainda este mês e negou tê-los. Acrescentou que vai
continuar buscando os votos que faltam, mesmo sem ter uma previsão de
data para sua aprovação.
“Infelizmente não
pude oferecer ao governo essa garantia de que teríamos os votos até o
final de fevereiro. Vou continuar buscando o convencimento de que
parlamentares se disponham a votar em prol do que é necessário ao
Brasil. Mas não havia mais condições, em função da agudicidade dessa
questão da segurança pública, que mantivéssemos todos os esforços do
governo concentrados, nesse momento, na questão da aprovação da
reforma”.
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