Sem
liberdade o ser humano se deprime, se asfixia, perde o sentido existencial. Sem
liberdade, ou ele se destrói ou destrói os outros. Por isso o sistema
carcerário não funciona.
A prisão do
exterior mutila o ser humano, não transforma a personalidade de um criminoso,
não expande sua inteligência, não reedita as áreas do seu inconsciente que
financiam o crime. Apenas imprime dor emocional. Eles precisam ser reeducados,
conscientizados, tratados.
Jesus falava
sobre a falta de liberdade interior, que é mais grave e sutil que a exterior.
Vivemos em sociedades democráticas, falamos tanto de liberdade, mas
frequentemente ele está longe do território da psique.
Existem
diversas formas de restrição à liberdade. As preocupações existenciais, os
pensamentos antecipatórios, a ditadura da estética do corpo e a exploração
emocional das propagandas são algumas delas.
Gostaria de
destacar a fábrica de ícones construída pela mídia. Os jovens não têm seus
pais, professores e os demais profissionais que lutam para vencer
profissionalmente com seus modelos de vida.
Seus modelos
são mágicos: atores, esportistas, cantores que fazem sucesso do dia para noite.
Este modelo mágico não tem alicerces, não dá subsídios para suportar
dificuldades e enfrentar desafios. Cria uma masmorra interior, sonhos
inalcançáveis. Cria uma grande maioria gravitando em torno de uma minoria. Para
a psicologia, a supervalorização é tão aviltante quanto a discriminação.
Jesus
discorria sobre uma liberdade poética. A liberdade de escolha, de construir
caminhos, de seguir a própria consciência. Discursava sobre o gerenciamento dos
pensamentos, a administração da emoção, o exercício da humildade, a capacidade
de perdoar, a sabedoria de expor e não impor as idéias, a experiência plena do
amor pelo ser humano e por Deus.
O Mestre da
vida vivia o que discursava. Não impedia as pessoas de abandoná-lo, de traí-lo
e nem mesmo de negá-lo. Nunca houve alguém tão desprendido e que exercitasse de
tal forma a liberdade.
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