Humorista teve complicações de saúde após sofrer uma queda.
'Um gênio, um criador', disse Jô Soares, com quem trabalhou por anos.
Max Nunes morreu aos 92 anos (Foto: Memória Globo)
O humorista, roteirista, escritor e
diretor Max Nunes morreu no início na madrugada desta quarta-feira (11)
no Rio, aos 92 anos. Um dos redatores do programa "Balança mas não cai",
sucesso de público nas décadas de 1960 e 1970. O
Hospital Samaritano, em Botafogo, na Zona Sul, divulgou nota informando
que ele estava internado desde o dia 20 de maio e a causa da morte foi
infecção generalizada.
Max Newton Figueiredo Pereira Nunes
teve complicações de saúde após sofrer uma queda e fraturar a tíbia. Ao
lado do apresentador Jô Soares, ele produzia textos para o "Programa do
Jô", da TV Globo, desde 2000.
O velório será realizado a partir das 8h desta quinta-feira (12), no
Cemitério São João Batista, também em Botafogo. O enterro está marcado
para as 12h.
'Um gênio', diz Jô
Jô Soares – que trabalhou por décadas com o humorista – disse estar "profundamente sensibilizado" (leia a entrevista de Jô ao G1).
Jô Soares – que trabalhou por décadas com o humorista – disse estar "profundamente sensibilizado" (leia a entrevista de Jô ao G1).
"Meu
padrinho tão querido. Um gênio, um criador, um amigo querido, uma
pessoa de uma doçura inacreditável, de uma força criativa inesgotável. Sempre
com um humor na ponta de língua. Uma vez eu estava entrevistando um
paraquedista e ele falou para mim: 'É o único meio de transporte que,
quando enguiça, você chega mais depressa'. Era sempre muito afiado. Só
fica uma saudade imensa e o consolo de que ele teve uma vida vitoriosa,
fazendo o que sempre quis fazer e fazendo sucesso", disse Jô, por
telefone, ao programa Estúdio I, da GloboNews (veja no vídeo acima).
Vida e obra
Formado em Medicina, Max escreveu pela primeira vez para a televisão em 1962, quando criou os programas "My fair show" e "Times Square" para a TV Excelsior. Em 1964, foi para a Globo, onde passou a roteirizar e dirigir, ao lado de Haroldo Barbosa, o humorístico "Bairro feliz" (1965), pelo qual passaram figuras como Paulo Monte, Grande Otelo e Berta Loran. O comediante Mussum, com seu conjunto Originais do Samba, também participou do programa, segundo o Memória Globo.
Formado em Medicina, Max escreveu pela primeira vez para a televisão em 1962, quando criou os programas "My fair show" e "Times Square" para a TV Excelsior. Em 1964, foi para a Globo, onde passou a roteirizar e dirigir, ao lado de Haroldo Barbosa, o humorístico "Bairro feliz" (1965), pelo qual passaram figuras como Paulo Monte, Grande Otelo e Berta Loran. O comediante Mussum, com seu conjunto Originais do Samba, também participou do programa, segundo o Memória Globo.
Max Nunes do Programa do Jô, com Agildo Ribeiro e Paulo Silvino (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)
No ano seguinte, dando sequência à
parceria com Haroldo Barbosa, estreou "Riso sinal aberto" e "Canal 0",
que a partir de 1967 se transformou no "TV0-TV1". Apresentado por Paulo
Silvino e Agildo Ribeiro nas noites de quinta-feira, o programa
explorava a paródia da produção televisiva, recurso que influenciaria,
muitos anos depois, humorísticos como "TV pirata" (1983) e "Casseta
& Planeta, urgente!" (1992).
"Balança mas não cai" foi adaptado
para a televisão pela primeira vez na Globo, em 1968. Em 1972, também
teve uma versão produzida pela TV Tupi. Dez anos depois, voltou à grade
de programação da Globo, com novos personagens e cenários. Foi um grande
sucesso de audiência no Rio, em parte por trazer do rádio personagens
conhecidos do grande público, como o Primo Pobre (Brandão Filho) e o
Primo Rico (Paulo Gracindo). O programa também eternizou expressões
populares, como a do personagem Peladinho – "Mengo, tu é o maior!" –,
que deu origem ao apelido do Clube de Regatas Flamengo.
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