Economia
Ao longo da semana passada, a moeda norte-americana se valorizou 3,85%.
Pedro Rafael Vilela e Kelly Oliveira
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BRASÍLIA
- O dólar comercial encerrou o pregão de hoje (21) em queda de 1,35%,
cotado a R$ 3,689. O resultado ocorre após seis altas consecutivas da
moeda norte-americana frente ao real. Ao longo da semana passada, o
dólar se valorizou 3,85% e chegou a valer mais de R$ 3,74 na sexta-feira
(18).
O
dólar turismo, usado para quem vai fazer uma viagem internacional,
estava sendo vendido a R$ 3,83 nas casas de câmbio de São Paulo, no fim
da tarde, já incluídas as taxas de impostos. Na versão cartão pré-pago,
incluindo taxas, a moeda norte-americana estava sendo cotada a R$ 4,03.
O mercado de câmbio reagiu à nova intervenção do Banco Central (BC), que reforçou na manhã de hoje a oferta de swap
cambial, equivalente à venda de dólares no mercado futuro, por meio do
leilão de 15 mil novos contratos e a renovação (rolagem) dos contatos
que vencem no dia 1º de junho. Com a medida, o governo conseguiu manter a
aplicação em moeda norte-americana no país, reduzindo seu valor frente
ao real.
Entenda
Quando há momentos de fortes oscilações (volatilidade) no mercado de câmbio, como atualmente, o BC intervém no mercado. O swap
(troca, em inglês) cambial é um derivativo financeiro (contratos com
variação em função do preço de outro ativo). Nesse tipo de contrato, o
BC se compromete a pagar ao detentor do swap a variação do
dólar, acrescida de uma taxa de juros (cupom cambial), e a receber, em
troca, a variação da taxa básica de juros, a Selic, acumulada no período
do contrato. Assim, quem vende esse contrato fica protegido caso a
cotação do dólar aumente, mas tem de pagar a variação da taxa Selic ao
Banco Central.
Dessa forma, as empresas se
protegem de uma variação excessiva da alta da moeda americana e há
aumento da liquidez no mercado, com injeção de dólares no mercado
futuro.
De acordo com dados da última
sexta-feira (18), o estoque de contratos de swapsestavam em US$ 24,798
bilhões. Desses, US$ 5,650 bilhões vencem no dia 1º de junho deste ano.
Em 2017, esse estoque era menor – encerrou o ano em US$ 23,8 bilhões. Em
2016, o estoque era de US$ 26,6 bilhões e no final de 2015, de US$
108,1 bilhões.
A perspectiva de aumento da
taxa de juros americano ocorre desde 2013. A partir de junho daquele
ano, grandes empresas brasileiras captaram recursos externos, o que
gerou a necessidade de hedge (proteção). Segundo o BC, no
intuito de oferecer estabilidade financeira e econômica, a autoridade
monetária optou por oferecer essa proteção via swaps, atendendo à demanda do mercado.
A partir de abril de 2016, o estoque de swap
cambial começou a cair com a sinalização de que os Estados Unidos não
subiriam muito a taxa de juros no curto prazo. Com isso, o BC aproveitou
o momento para reduzir o saldo desses contratos. Agora, com o
aquecimento da economia americana, a sinalização é de aumento dos juros
daquele país.
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