Do G1 CE
Policial suspeito é também vereador e acumula cargos ilegalmente, diz OAB.
Policial suspeito é também vereador e acumula cargos ilegalmente, diz OAB.
Advogada foi agredida quando tentava defender o cliente em uma delegacia.
Advogada teve que passar por cirurgia após agressão
(Foto: TV Diário/Reprodução)
(Foto: TV Diário/Reprodução)
A Ordem dos Advogados do Brasil Ceará (OAB-CE) informou por meio de
nota que vai pedir “punição máxima” ao policial civil João Batista Félix
de Castro, suspeito de agredir com uma cabeçada e quebrar o nariz de a
advogada Elizâgela dos Santos em Canindé, no interior do Ceará. João
Batista também é vereador de Paramoti, um acúmulo de cargos ilegal, conforme a Constituição Federal, lembra a OAB, em nota.
A decisão é do presidente da OAB-CE, Valdetário Monteiro, depois de
tomar conhecimento do caso, apresentado pelo Centro de Apoio e Defesa do
Advogado da Ordem. Valdetário afirmou que o órgão vai pedir também a
cassação de João Batista. O G1 tentou entrar em contato com o suspeito, mas ele não foi localizado na Delegacia Municipal de Caridade nem na Câmara Municipal de Paramoti, locais em trabalha.
“A diretoria da OAB é toda solidária à colega Elizângela, pelo absurdo
que foi a agressão física sofrida, e nós nos sentimos todos atingidos
pela série de desrespeitos descabidos, cometido pelo inspetor contra as
nossas prerrogativas”, afirmou o presidente. “Queremos a punição máxima e
exemplar”, diz o órgão.
Elizângela foi agredida e teve o nariz fraturado por um policial civil em frente à Delegacia Regional de Canindé,
no Sertão Central do Ceará, na sexta-feira (10). O policial suspeito
está afastado do cargo. A advogada Elisângela dos Santos foi chamada por
um cliente para comparecer à delegacia para providenciar a liberação de
um caminhão que havia sido apreendido. De acordo com a advogada, o
veículo havia sido comprado pelo cliente, mas, na hora da abordagem, ele
estava sem a documentação da transação.
Elizângela conta que, mesmo após a delegada Giselle Oliveira Martins
constatar que não havia irregularidades com o veículo, o inspetor
suspeito de agressão tentou impedir a liberação. “Ao retornar para o
local onde estava ocorrendo a discussão, o inspetor cruzou os braços,
veio em minha direção e deu uma cabeçada de cima para baixo, atingindo
em cheio o meu nariz, que começou a sangrar. Voltei, pedi ajuda na
delegacia e fui socorrida pela delegada”, conta. Advogada vai passar por
cirurgia.
João Batista já responde a três processos por abuso de autoridade,
segundo a OAB. Um dos processos aponta João Batista e outros três
policiais de tentar extorquir dinheiro do irmão de um suspeito de
tráfico de drogas; eles exigiram R$ 10 mil para que os irmãos e a mãe do
suspeito não fossem presos, segundo a OAB.
A advogada fez exame de corpo de delito a pedido da delegada de
Canindé, Giselle, que permitiu instaurar um procedimento criminal por
lesão corporal. Segundo a delegada, foi enviado um Ofício de
Apresentação para o CPI pedindo o afastamento do policial civil das
atividades na Delegacia Regional de Canindé.
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