Contador de visitas

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Praias ficaram vazias no fim de semana com greve de rodoviários

Sem transporte público para se locomover, população teve o lazer prejudicado ontem.

Foto: De Jesus
Bar localizado na praia do Olho d´Água ficou vazio
O fim de semana sem ônibus, devido à greve dos rodoviários, afetou o movimento em praias de São Luís. Torcedores do Sampaio também tiveram dificuldades para chegar ao Estádio Castelão, na tarde de sábado, para assistirem ao jogo do time contra o Ceará. A paralisação completa 12 dias hoje. O movimento grevista teve início no dia 22, com redução da frota nas ruas. Mas desde terça-feira nenhum ônibus do transporte público circula na cidade. Sem perspectiva de acabar, a greve continua hoje, já que nenhum acordo foi firmado entre trabalhadores, empresários e Prefeitura de São Luís.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado do Maranhão (Sttrema), Gilson Coimbra, informou, na noite de ontem, que não havia ainda nenhuma reunião de tentativa de acordo marcada para hoje. Ele também não estipulou prazo para o fim do movimento. “A greve continua amanhã [hoje], com paralisação total”, informou.
Nove tentativas de acordo já foram feitas, mas a categoria não aceitou nenhuma proposta, nem mesmo as apresentadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT), em reunião na sexta-feira. Desde a semana passada, os trabalhadores descumprem decisão da Justiça do Trabalho que determinou a circulação de 70% nos horários de pico e de 30% no restante do dia, sob pena de multa diária de R$ 96 mil. A greve afeta 750 mil passageiros na capital maranhense, segundo a Prefeitura.
Por meio de sua Assessoria de Comunicação, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET) informou que continua sem nenhuma condição de atender os rodoviários e precisa da interveniência da Prefeitura para resolver o impasse.
Lazer prejudicado – Se de terça a sexta-feira a população tever dificuldades para chegar ao local de trabalho, no fim de semana o lazer ficou prejudicado. Os usuários que dependem do transporte coletivo têm se submetido a esperas de duas a três horas para conseguir embarcar em lotações do sistema alternativo, vans e micro-ônibus e até veículos clandestinos. Além dos contratempos, estão gastando mais porque, em vez dos
R$ 2,10 da passagem do ônibus, estão pagando até R$ 5,00 por viagem nos veículos alternativos.
A Praia do Olho d’Água, que nos fins de semana costuma receber um grande número de banhistas – a maior parte deles usuários do transporte coletivo –, estava praticamente vazia no início da tarde de ontem. Poucas pessoas desfrutavam do domingo ensolarado na areia e no mar. A garçonete Cleidiomar Pinheiro, 37 anos, que trabalha na Barraca 3
Irmãs, reclamou do movimento fraco. “Sem ônibus, ninguém vem para cá. É a praia mais próxima de bairros da periferia, das pessoas que geralmente não têm carro”, disse.
Na Barraca Capitão do Mar, poucas cadeiras foram colocadas na areia. “O restante das mesas ficou guardado. Só apareceram três famílias até agora. Não terei o trabalho de colocar as cadeiras e tirar tudo novamente, se os clientes não puderam chegar por causa da falta de ônibus”, explicou o proprietário do estabelecimento, Marcelo da Costa.
Torcida atrasada – No jogo do Sampaio Corrêa contra o Ceará no sábado, o movimento no Estádio Castelão foi grande, mas muitos torcedores tiveram dificuldades de locomoção. Foi o caso de Rubem de Jesus Silva Barros, que ia caminhando da Alemanha para o Outeiro da Cruz na companhia de um irmão e de um amigo. Por sorte, o trio conseguiu carona de outro torcedor, Airton Reis, que seguia em seu carro pela Avenida dos Franceses, com o filho Aírton Reis Júnior.
Apesar dos caroneiros e do sistema de transporte espontâneo que surgiu com o início da greve, sem os ônibus, o caminho para o estádio ficou engarrafado. Muitos torcedores tiraram os carros da garagem para chegar ao Castelão, o que gerou aumento no número de veículos circulando pelas avenidas do entorno e, consequentemente, congestionamento e atraso na entrada da torcida.

Usuários prometem acampar no TRT-MA

A Associação Comunitária de Moradores do Bairro do Monte Castelo ingressou com um mandado de segurança no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para garantir que pelo menos 50% da frota dos ônibus circule durante a greve dos profissionais do transporte público. A paralisação já dura 12 dias e está prejudicando moradores, estudantes e a comunidade em geral. Comunidades ameaçam acampar em frente à sede do TRT para que o impasse seja resolvido e a circulação de ônibus, normalizada.
Segundo o presidente da Associação de Moradores do Monte Castelo, Fernando de Azevedo Vale, a população não pode ficar prejudicada porque os trabalhadores do sistema de transporte coletivo resolveram entrar em greve por tempo indeterminado, até que o sindicato patronal conceda aumento à classe trabalhadora. Ele disse ainda que o movimento está prejudicando mais de 800 mil usuários diariamente, que dependem única e exclusivamente desse serviço essencial.
Ele informou ainda que o movimento é articulado por líderes de diversos grupos comunitários e que, caso não seja resolvido o impasse, as associações prometem acampar na porta do TRT para que possa ser dada por encerrada a greve. “É uma greve ilegal parar 100% da frota da Região Metropolitana de São Luís”, afirmou.

Saiba mais

Os rodoviários reivindicam reajuste salarial de 11% (antes eles pleiteavam 16%), aumento no valor do tíquete-alimentação, que passaria de
R$ 429,00 para R$ 600,00, inclusão de um dependente no plano de saúde e seguro de vida obrigatório no valor mínimo de 10 vezes o valor do salário, conforme determina a Lei Federal 12.619/2012, que regulamenta a profissão de motorista.

Nenhum comentário: