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segunda-feira, 2 de junho de 2014

Rodoviários decidem manter 100% da frota de ônibus parada em São Luís

Decisão do Tribunal Regional do Trabalho foi ignorada pela categoria.
Assembleia ocorreu no fim da manhã desta segunda-feira (2).

Do G1 MA
Gilson Coimbra, presidente do Sttrema, confirmou paralisação total dos Rodoviários (Foto: De Jesus/O Estado) 
Gilson Coimbra, presidente do Sttrema, confirmou
que paralisação continua (Foto: De Jesus/O Estado)
Rodoviários de São Luís decidiram manter 100% da frota de ônibus parada, contrariando decisão da Justiça do Trabalho, que determinou a circulação de 70% dos coletivos. A assembleia da categoria foi encerrada no fim da manhã desta segunda-feira (2), e ocorreu na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários do Maranhão (Sttrema).

"A categoria decidiu manter. Não adianta passar sete dias parados e voltar sem nenhuma mudança. Colocaram o trabalhador em uma 'sinuca de bico'. Se voltarmos, o que vai acontecer? De que adiantou essa paralisação? Ninguém nos chama para negociar, só para nos dar 'porrada'. Já baixamos o pedido de reajuste para menos de 9%, na sexta-feira. Se voltarmos a trabalhar vai resolver essa situação quando? Nunca. É complicado desse jeito", reclamou o presidente do Sttrema, Gilson Coimbra, em entrevista ao G1.
Ônibus circulando pela Avenida Jerônimo de Albuquerque, no bairro do Cohafuma (Foto: Mieko Wada/G1) 
Ônibus circulando pela Avenida Jerônimo de
Albuquerque, no Cohafuma (Foto: Mieko Wada/G1)
Nesta segunda-feira (2), alguns ônibus ainda chegaram a circular pelas ruas de São Luís. "Uma das empresas chamou os motoristas e disse que acabou a greve. Os funcionários, que são mal informados, não assistem a televisão e não escutam rádio, foram trabalhar. Alguns ainda continuam circulando pelo Centro", disse Coimbra.

O Tribunal Regional do Trabalho (TRT-MA) decretou nesse domingo (1º), a ilegalidade da greve dos rodoviários em São Luís. A decisão do TRT atende a um pedido da Prefeitura de São Luís e determina a circulação, a partir desta segunda-feira (2), de pelo menos 70% da frota, que está parada há 12 dias, e a substituição dos trabalhadores grevistas.

A decisão determina que o Sindicato das Empresas de Transporte contrate força de trabalho para substituir, temporariamente, motoristas, cobradores e fiscais. Caso haja descumprimento à decisão emitida pelo TRT-MA haverá multa diária estipulada em R$ 100 mil.
Segundo a desembargadora federal Solange Cristina Passos Cordeiro, a paralisação infringiu o princípio constitucional que proíbe a suspensão completa dos serviços essenciais. “Sua prestação [do serviço público] deve ser adequada, não podendo sofrer interrupção, isto porque, importaria em prejuízos de toda ordem, à coletividade, que dele depende para satisfazer seus legítimos interesses e necessidades inerentes a todo cidadão”, garante.

A desembargadora confirmou que a greve é considerada ilegal. " A Justiça determinou que 70% dos coletivos estivessem nas ruas e eles não estão obedecendo. Eles descumpriram a Constituição e afrontaram uma decisão judicial, desamparando o povo. A greve é ilegal.", enfatizou.

Durante a manhã, a população sentiu na pele o descumprimento da decisão. A ausência dos ônibus foi percebida pelas ruas, avenidas, nos terminais de integração. Na Praça Deodoro, o movimento foi pequeno durante a manhã, contrastando com o que costuma ocorrer. No Anel Viário a aglomeração foi de milhares de pessoas vindas principalmente da área Itaqui-Bacanga. Muitos passageiros acordaram de madrugada.
Empresários e rodoviários não conseguem chegar a um acordo (Foto: Lucas Vieira/G1) 
Empresários e rodoviários não conseguem chegar
a um acordo (Foto: Lucas Vieira/G1)
Paralisação
O movimento grevista foi iniciado no dia 22 de maio, após uma série de reuniões entre os Sindicatos dos Rodoviários e o Sindicato das Empresas de Transporte (SET). Apesar da mediação do Ministério Público do Trabalho (MPT-MA), não houve consenso sobre o percentual de reajuste solicitado pelos trabalhadores.
Os rodoviários reivindicam 11% do reajuste salarial (proposta anterior de 16% foi reduzida), reajuste do vale-alimentação para R$ 500,00 por mês, inclusão de um dependente no plano de saúde, além da implantação de plano odontológico. O SET afirma não ter condições de ceder qualquer aumento, e atribuiu a resolução do caso à Prefeitura de São Luís.
A Prefeitura de São Luís já descartou a possibilidade de aumento no valor das passagens de ônibus. Durante a primeira audiência do dissídio coletivo, realizada no dia 28, o município sugeriu o combate às fraudes nas gratuidades e meias-passagens, o fim da chamada 'Domingueira' (gratuidade), além da redução do ICMS para combustíveis, o que pode representar um ganho de aproximadamente R$ 2.125.000,00 por mês ao setor.

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