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quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Mercadante se licencia da Casa Civil para atuar em campanha, diz Dilma

Secretário-executivo, Valdir Simão, assumirá pasta interinamente.
Gilberto Carvalho e Miguel Rossetto também atuam em campanha.

Filipe Matoso e Lucas Salomão Do G1, em Brasília
Dilma Rousseff se reúne com governadores recém-eleitos de partidos aliados (Foto: Filipe Matoso / G1)Dilma Rousseff se reúne com governadores recém-eleitos de partidos aliados (Foto: Filipe Matoso / G1)
 
A presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT, informou nesta terça-feira (7) que o ministro chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, se licenciou do cargo para se dedicar exclusivamente à sua campanha. Além dele, Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) e Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) também atuam diretamente no comitê de campanha.
Mercadante faz parte o Conselho Político da campanha, formado pelos presidentes dos partidos que compõem a coligação de Dilma. Ele tem se reunido diariamente com a presidente para auxiliá-la na tomada de decisões referentes à campanha presidencial.

“O ministro está se licenciado hoje”, afirmou a presidente em entrevista coletiva em Brasília. A declaração foi dada após encontro com governadores e senadores aliados eleitos no primeiro turno e candidatos que disputarão o segundo turno.

Durante o período em que Mercadante estiver na campanha, o secretário-executivo da pasta, Valdir Simão, assumirá a Casa Civil interinamente.

Aloizio Mercadante começou o governo como ministro da Ciência e Tecnologia e, em 2012, após Fernando Haddad deixar o Ministério da Educação para se candidatar a prefeito de São Paulo, assumiu o MEC. Neste ano, após a ex-ministra Gleisi Hoffmann deixar a Casa Civil para se candidatar ao governo do Paraná, Mercadante passou a chefiar a pasta.
Desde então, o ministro tem reuniões diárias com a presidente tanto no Palácio do Planalto quanto no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Além de integrar o Conselho Político da campanha, Mercadante acompanhou a presidente em todas as viagens que ela fez durante o período eleitoral e é um dos ministros mais próximos de Dilma.

Debate sobre economia
Na saída da reunião com aliados de Dilma, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, disse que uma das possíveis atribuições de Mercadante na campanha é "fazer o debate" sobre a economia. Segundo Falcão, o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que já foi anunciado pelo candidato do PSDB, Aécio Neves, como o ministro da Fazenda em seu eventual governo, "tem dado entrevistas todos os dias".
"Ele [Mercadante] pode fazer o debate. Todos os dias o Armínio [Fraga] tem dado entrevista e é um debate que nós precisamos fazer, e ele pode fazer isso com mais propriedade", afirmou o presidente da legenda.

Questionado sobre se o afastamento de Mercadante do governo poderia ser um indicativo de que ele assumiria o Ministério da Fazenda num segundo mandato de Dilma, Rui Falcão negou e disse que o atual chefe da pasta, Guido Mantega, continuará falando sobre a economia pelo governo.
"Nenhuma sinalização. O Mantega continuará falando sobre o governo, todos os assuntos econômicos [...] O Mercadante fala da campanha", ressaltou. Falcão disse ainda que não há uma definição sobre um novo ministro da pasta, já que Dilma "ainda não foi eleita".

'Debate de alto nível'
Ao comentar as estratégias que adotará ao longo do segundo turno durante a disputa contra o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, Dilma defendeu que o debate entre os adversários seja de “alto nível”. Ela voltou a defender que o eleitor faça comparações entre os governos de Fernando Henrique Cardoso, entre 1995 e 2002, e os mandatos dela e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 2003 a 2014.
“Nós vamos debater em alto nível os projetos para o país, baseados naquilo que já fizemos e naquelas conquistas que temos a honra de ter dado ao Brasil. Então, o povo vai cortejar esses diferentes projetos”, afirmou.
Marina Silva
Ao ser questionada sobre se espera que Marina Silva dê apoio a ela no segundo turno, Dilma afirmou que “ninguém é dono do eleitor” e que não abre mão de apoio na reta final da disputa presidencial.
“Eu acho que ninguém pode abrir mão de apoio de ninguém, principalmente numa eleição. Agora, também sei perfeitamente, pela experiência política, que também ninguém é dono do eleitor. Eu fico muito feliz quando me apoiam. Agora, sei também, até por uma questão, vamos dizer, de ter noção, que ninguém manda no eleitor”, afirmou.

O governador da Bahia, Jaques Wagner, que será um dos coordenadores da campanha petista no Nordeste, participou da reunião entre aliados da presidente e disse que o PT tem que buscar os votos de eleitores que no primeiro turno apoiaram Marina, além dos que votaram branco e nulo. Ele afirmou que "tem gente do partido" tentando conversar com a ex-senadora mas que, na reunião entre os aliados, não houve conversa sobre o assunto.
"Óbvio que tem gente tentando conversar [com Marina Silva]. Na reunião, não teve conversa sobre isso. Ninguém manda no voto do seu eleitor no segundo turno. Agora, se você me perguntar se eu quero que a Marina declare apoio, lógico que eu quero. Se o governador eleito em Pernambuco declare apoio, óbvio que eu quero. Mas não funciona assim", disse o governador.

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