Alana Gandra/Agência Brasil
Dor e inchaço nas pernas, além de vermelhidão são alguns sintomas.
RIO
DE JANEIRO - Nessa quarta-feira (16), o presidente da Sociedade
Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular do Rio de Janeiro
(SBACV-RJ), Julio César de Peclat de Oliveira, chamou a atenção da
população para a trombose, que se caracteriza pela formação de trombos,
ou coágulos, no sistema circulatório, afetando principalmente as veias
dos membros inferiores e da região pélvica.
“É uma doença
multifatorial”, disse o especialista. Ela acomete, em especial, mulheres
jovens que tomam pílulas anticoncepcionais, pessoas que fazem viagens
prolongadas terrestres ou aéreas acima de oito horas de duração,
pacientes acamados em recuperação de cirurgias, portadores de câncer e
tabagistas. “Nesse grupo de pacientes, o cuidado deve ser redobrado,
principalmente na prevenção da trombose venosa profunda (TVP)”.
De
acordo com Peclat de Oliveira, 50% das tromboses não apresentam
sintomas. Quando a pessoa chega a ter sintomas, como dor e inchaço nas
pernas, além de vermelhidão, deve procurar imediatamente um angiologista
ou cirurgião vascular para que seja feito o diagnóstico da trombose,
por meio de um exame de ecodoppler. Segundo a SBACV, a cada 100 mil
habitantes, 60 casos de TVP são diagnosticados por ano.
As formas
de prevenção da trombose incluem o uso de meia elástica durante viagens,
movimentação das pernas, levantar, caminhar, tomar bastante líquido. No
caso de mulheres, procurar intercalar o uso de anticoncepcionais e dar
preferência a produtos adequados, sob a orientação da ginecologista. O
médico recomendou que as pessoas façam atividades físicas regulares,
“porque o sedentarismo leva à obesidade e ao aumento da incidência da
trombose”.
O médico chamou a atenção,ainda, para pessoas que se
alimentam mal, com comidas com muito sal e gordura. “Isso tudo é muito
ruim. Elas devem procurar ter uma alimentação saudável e ingerir
líquidos de forma regular, principalmente no verão, quando a
desidratação é muito comum em crianças e idosos”. Os idosos são um grupo
de risco para a trombose venosa profunda.
Julio César de Peclat
de Oliveira informou que, na população de risco, a incidência de
trombose pode atingir entre 10% e 20%, dependendo do tipo de patologia
que leva a esse quadro. O médico alerta ainda sobre a necessidade de
atenção em relação à trombofilia, que é uma doença do sangue que se
caracteriza por aumentar a formação de coágulos. Existem vários tipos de
trombofilia: “Mulheres jovens que usam anticoncepcionais e têm
trombofilia são seríssimas candidatas a ter uma trombose venosa profunda
e, em consequência, uma embolia pulmonar que é, na verdade, a migração
daquele coágulo da veia da perna para uma artéria pulmonar. Isso é muito
grave; é uma complicação da trombose”.
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