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quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Dilma promete 'extremo empenho' do Brasil no combate ao Aedes aegypti

'Vai ser casa a casa', disse presidente em entrevista concedida em Quito.
Ela também falou sobre desenvolvimento de uma vacina contra o zika vírus.

Do G1, em São Paulo

A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira (26) que o Brasil vai iniciar "um verdadeiro combate ao vírus da zika" e que além do governo, o trabalho também deve ser da sociedade. A declaração foi dada nesta terça-feira (26) em Quito, no Equador, onde participa da Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribe (Celac).
Dilma também falou sobre o possível desenvolvimento de uma vacina contra o vírus. "Se ainda hoje nós não temos uma vacina, tenho certeza que iremos ter, mas vai levar um tempo. A maior vacina contra o vírus da zika é um combate de cada um de nós", pontuou.

Ela ainda prometeu "extremo empenho" por parte do governo e afirmou que o objetivo deve ser acabar com os criadouros do mosquito Aedes aegypti. "A fêmea, por exemplo, ela põe 400 ovos. Quanto mais água parada mais esse mosquito se reproduz e nós não podemos deixá-lo nascer. Então, vai ser um combate casa a casa", disse.

Segundo o Blog do Camarotti, o governo federal já foi informado que os casos de microcefalia relacionados ao zika vírus já superaram a marca de 4 mil no país. Os números já foram levados ao Palácio do Planalto e devem ser divulgados em breve.
Os números indicam que, a cada semana, são contabilizados 200 novos casos de microcefalia. Até o dia 16 de janeiro, tinham sido contabilizados 3.893 casos e o Ministério da Saúde informou, destes, 230 tiveram confirmação de microcefalia, e outros 282 foram descartados. Os demais casos continuam em investigação.

Gestantes do Bolsa Família
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, afirmou na segunda-feira (25) que o governo distribuirá às grávidas cadastradas no programa Bolsa Família repelentes para que possam se proteger do mosquito Aedes aegypti. A pasta informou que agendou uma reunião com fabricantes de repelentes para ver a quantidade que eles podem fornecer. Para as grávidas que não estão no programa, o ministro recomendou que usem os repelentes aprovados pela Anvisa.

Castro disse também que na próxima sexta (29) a presidente Dilma participará de videoconferência com governadores para discutir medidas de combate ao Aedes aegypti, classificado pelo ministro de “inimigo número um do Brasil”. Segundo o ministro, o governo já está fazendo o “máximo que pode” para combater o mosquito, e é preciso que a sociedade se conscientize sobre as formas possíveis para evitar que o Aedes aegypti se prolifere.

Durante a entrevista, Marcelo Castro disse também que o Ministério da Saúde recomenda às mulheres que “andem sempre protegidas, de mangas compridas, calças compridas, meias, sapatos, cobrindo todas as partes do corpo para evitar que elas sejam picadas pelo mosquito.”

Expansão pelo mundo
Além do Brasil, onde a situação é mais grave, o zika vírus já tem transmissão local em 23 países ou territórios na América, África e Oceania. Um número alto de infecções já chegou também à Colômbia, El Salvador e Cabo Verde.

Na segunda-feira (25), a Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que o vírus deve se espalhar por todo o continente americano, atingindo todos os países e territórios na região onde existem mosquitos Aedes aegypti.

O aumento rápido do número de casos tem levado as autoridades das regiões atingidas a tomar medidas extremas como recomendar que as mulheres não engravidem. Na Colômbia, onde foram notificados 13.524 casos, entre confirmados e suspeitos, o governo recomendou que os casais evitem a gravidez pelo menos até julho.
Recipiente com mosquitos Aedes aegypti é fotografado no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP)  (Foto: AP Photo/Andre Penner)

Recipiente com mosquitos Aedes aegypti é fotografado no Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de São Paulo (USP) (Foto: AP Photo/Andre Penner)
Mosquito transmissor
Os vírus da dengue, chikungunya e zika são transmitidos pelo mesmo vetor, o Aedes aegypti, e levam a sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Zika e dengue são do gênero Flavivirus, já o chikunguna é do gênero Alphavirus.
As doenças têm gravidades diferentes. A dengue, que pode ser provocada por quatro sorotipos diferentes do vírus, é caracterizada por febre repentina, dores musculares, falta de ar e moleza. A forma mais grave da doença é caracterizada por hemorragias e pode levar à morte.
O chikungunya caracteriza-se principalmente pelas intensas dores nas articulações. Os sintomas duram entre 10 e 15 dias, mas as dores articulares podem permanecer por meses e até anos. Complicações sérias e morte são muito raras.
Já a febre por zika vírus leva a sintomas que se limitam a no máximo 7 dias. Apesar de os sintomas serem mais leves do que os de dengue e chikungunya, a relação do vírus com a microcefalia e a possível ligação com a síndrome de Guillain-Barré tem trazido preocupação.

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