Presidente participou de inauguração da usina de Belo Monte no Pará.
Eduardo Cunha foi afastado após pedido do STF nesta quinta-feira (5).
A presidente Dilma Rousseff afirmou que o afastamento de Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) do seu mandato como deputado federal e, consequentemente, da
presidência da Câmara dos Deputados ocorreu "antes tarde do que nunca". A
presidente participou da cerimônia de início da operação comercial da
usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, nesta quinta-feira (5).
"Soube que o Supremo Tribunal Federal tinha afastado o senhor Eduardo
Cunha alegando que ele estava usando seu cargo para fazer pressões,
chantagem etc. A única coisa que eu lamento, mas eu falo antes tarde do
que nunca, é que infelizmente ele conseguiu (...) presidindo na cara de
pau o lamentável processo [de impeachment] na Câmara", disse a
presidente.
O afastamento de Cunha foi determinado nesta quinta
pelo ministro do STF Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato. O
ministro Teori concedeu a liminar em ação pedida pelo procurador-geral
da República, Rodrigo Janot, em dezembro, que argumentou que Cunha
estava atrapalhando as investigações da Lava Jato, na qual o deputado é
réu em uma ação e investigado em vários procedimentos. A decisão de
Teori é liminar (provisória) e deve ser analisada nesta tarde pelo plenário da Corte.
Segundo a presidente, o processo de impeachment começou como uma forma
de chantagem de Cunha. "A base desse impeachment, o incío dele, foi uma
chantagem do senhor Eduardo Cunha, que pediu para o governo votos para
impedir seu proprio julgamento na Comissão de Ética na Câmara. Nós não
demos os votos e aí ele entrou com o pedido de impeachment. É um claro
desvio de poder, pois ele usa seu cargo para se vingar de nós porque nós
não nos curvamos à chantagem dele", disse Dilma.
A presidente voltou a repetir que considera o processo de impeachment
um golpe, pois não cometeu crime de responsabilidade. "O processo do meu
afastamento de impeachment é um processo que é um processo golpista.
(...) O impeachment está previsto na constituição. Só que a constituição
tem outro artigo logo em seguida que diz o seguinte: pra ter
impeachment, tem que ter crime de responbilidade. Quando o impeachment
não é golpe? Quando não tem crime de responsabilidade", afirmou.
"Se não há crime, se é golpe, o que é que eles querem mesmo? Eles não
têm votos para chegar para a população brasileira e pedir para a
população brasileira engolir as politicas que eles querem. Então estão
fazendo uma eleição indireta na qual o povo não participa. (...) Estão
fazendo uma eleição indireta travestida de impeachment", disse a
presidente.
Usina de Belo Monte
A presidente Dilma comentou a grandiosidade da usina de Belo Monte e ressaltou sua importância para o setor elétrico brasileiro. "Ela garante uma coisa importantíssima, que a gente só da valor quando falta, que é energia eletrica. (...) Vocês sabem o tanto de trabalho que vocês investiram para construir esse usina. Ela nos dá segurança. Ela dá segurança para o Brasil", disse a presidente.
A presidente Dilma comentou a grandiosidade da usina de Belo Monte e ressaltou sua importância para o setor elétrico brasileiro. "Ela garante uma coisa importantíssima, que a gente só da valor quando falta, que é energia eletrica. (...) Vocês sabem o tanto de trabalho que vocês investiram para construir esse usina. Ela nos dá segurança. Ela dá segurança para o Brasil", disse a presidente.
A usina terá capacidade instalada de 11.233,1 MW. Segundo o ministro de
Minas e Energia, Marci Antônio Martins Almeida, no total, 146 mil
pessoas foram empregadas na obra.
"Nós sabemos que a usina foi objeto de controvérsias (...) muito mais
pelo desconhecimento do que pelo fato de ela ser uma usina com
problemas. As pessoas desconheciam o que era Belo Monte. Com Belo Monte,
nós evitamos de poluir não só a região, não só o Pará, não só a região
Norte. Evitamos de poluir todo o Brasil, pois ela é uma das mais
importantes hidreletricas do nosso país", afirmou Dilma.
O funcionamento de Belo Monte ocorre após uma década e meia de polêmicas:
desde 2001, o Ministério Público Federal do Pará moveu 26 ações
denunciando irregularidades no licenciamento e descumprimento das
condições mínimas para a instalação, violando direitos das comunidades
da região cuja vida é afetada pela obra.
Dilma Rousseff em Belo Monte (Foto: Fabiano Villela/ TV Liberal)
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