Colegiado investiga quebra de decoro parlamentar de Cunha por supostamente ter mentido à extinta CPI da Petrobras.
BRASÍLIA
- Advogados de defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) confirmaram nesta
terça-feira (17) à Agência Brasil que o próprio peemedebista vai
apresentar sua defesa no Conselho de Ética da Câmara na próxima
quinta-feira (19). O colegiado investiga quebra de decoro parlamentar de
Cunha por supostamente ter mentido à extinta CPI da Petrobras sobre a
existência de contas no exterior em seu nome. A presença de Cunha
encerra o período de oitivas do colegiado e abre o prazo de dez dias
para que o relator do processo, deputado Marcos Rogério (DEM-RO),
apresente o parecer, que será lido e votado no Conselho de Ética.
Na
reta final da fase de depoimentos, o conselho ouve hoje (17), às 14h, o
advogado e professor de direito da Universidade de São Paulo (USP)
Tadeu de Chiara, terceira testemunha de defesa no processo de cassação
de Eduardo Cunha. De acordo com a equipe de defesa de Cunha, ouvida
pelaAgência Brasil, Chiara não deve trazer novidades. O depoimento deve
seguir a linha de outras testemunhas indicadas pelo advogado Marcelo
Nobre de tentar dar mais esclarecimentos sobre as suspeitas. Essa
postura das últimas pessoas ouvidas pelo conselho têm levado Marcos
Rogério a descaracterizá-las como testemunhas e classificá-las de
informantes.
Recurso
A expectativa da
defesa de Cunha é que Marcos Rogério entregue o relatório antes mesmo do
prazo final previsto, que seria o dia 30 de maio. Marcelo Nobre tem
afirmado que vai recorrer à Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) da
Casa, presidida pelo também peemedebista Osmar Serraglio (PR), se o
relator decidir incluir no texto a acusação de vantagens indevidas.
Rogério havia indicado que se novas provas surgirem sobre o pagamento de
propina a Cunha em troca de viabilizar contratos e negócios envolvendo
estatais brasileiras, como a Petrobras, pode considerar os fatos no
final da instrução, dando mais tempo para que a defesa se manifeste.
Afastamento
No
último dia 5, o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato
no STF, determinou o afastamento de Cunha do mandato de deputado federal
e da presidência da Câmara. A decisão liminar atendeu a um pedido do
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que acusou Cunha de tentar
interferir na condução das investigações da operação.
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