Iolando Lourenço e Mariana Jungmann/Agência Brasil
Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, passou a ser o quartel general.
BRASÍLIA
- A expectativa de que a presidenta Dilma Rousseff seja afastada nesta
quarta-feira (11) movimenta os últimos acertos para a formação da equipe
ministerial do vice-presidente Michel Temer. Alguns nomes já estão
definidos, mas os aliados mais próximos ainda trabalham, junto com
Temer, para concluir a tabuleiro do primeiro escalão do novo governo.
Nas últimas semanas, após a aprovação do prosseguimento do processo de impeachment pela
Câmara, o Palácio do Jaburu, residência oficial do vice, passou a ser o
quartel general de reuniões e negociações para abarcar o máximo de
partidos políticos na equipe.
Os primeiros nomes a serem definidos
vieram de dentro do PMDB, partido que é presidido por Temer, e
escolhidos entre os mais próximos dele. Ex-ministro dos governos
Fernando Henrique Cardoso e Dilma Rousseff, Eliseu Padilha foi designado
para o comando da Casa Civil. Considerado braço direito do
vice-presidente, ele deverá cuidar da articulação política com Gedel
Vieira Lima, que será ministro da Secretaria-Geral da Presidência da
República.
Também ex-ministro do governo Dilma, e presidente da
Fundação Ulysses Guimarães, Wellington Moreira Franco foi escolhido para
o cargo de secretário-especial do gabinete presidencial, formando com
Gedel e Padilha o núcleo duro do Palácio do Planalto.
Economia
Outro
que já tem cadeira garantida no novo governo é o senador Romero Jucá
(PMDB-RR), que foi indicado para o Ministério do Planejamento. Além de
ser primeiro vice-presidente do PMDB e substituto de Temer no comando do
partido, Jucá foi líder dos governos Fernando Henrique, Lula e Dilma.
Jucá
formará a equipe econômica com o ex-presidente do Banco Central do
governo Lula, Henrique Meirelles, que comandará a Fazenda. O Banco
Central ainda não tem novo comando definido e a expectativa é que o
atual presidente, Alexandre Tombini, permanece por mais algumas semanas
no cargo.
Após decidir fundir alguns ministérios, Temer escolheu o
deputado Osmar Terra (PMDB-RS) para comandar o Ministério Social, que
vai cuidar das políticas sociais, reunindo na mesma pasta os atuais
ministérios do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social. Ficará a
cargo de Terra cuidar de programas como o Bolsa Família e os
financiamentos à agricultura familiar.
Aliados
O
maior partido de oposição ao governo Dilma no Congresso, o PSDB também
terá vagas no governo Temer. Os tucanos comandarão duas pastas
importantes: Ministério das Relações Exteriores, que ganhará força nas
negociações comerciais para ficar a cargo do senador José Serra
(PSDB-SP); e o Ministério das Cidades, que será entregue ao deputado
Bruno Araújo (PSDB-PE).
Ex-aliado do governo Dilma, o PP deverá
comandar duas pastas de grande relevância. O partido ficará com o
Ministério da Saúde, que será entregue ao deputado Ricardo Barros (PR), e
com o Ministério da Agricultura, que será comandado pelo senador Blairo
Maggi (MT). Atualmente Maggi ainda é filiado ao PR, mas vai trocar de
partido em breve para assumir a pasta.
O DEM será contemplado com o
Ministério da Educação, que deverá ficar a cargo do deputado Mendonça
Filho (PE). O PR vai comandar o Ministério dos Transportes, com o
deputado Maurício Quintela Lessa (AL), ex-líder da legenda. Ao PSB
também foi oferecida participação no primeiro escalão, mas o partido
divulgou nota nesta terça-feira informando que não vai compor o novo
governo e nem chancelar nomes de seus quadros.
Pastas importantes
como Justiça, Defesa e Integração Nacional ainda não têm nomes
definidos, embora alguns nomes estejam sendo cotados. Os ministérios de
Ciência, Tecnologia e Inovação e Comunicações, que serão fundidos, podem
ser entregues a Gilberto Kassab, do PSD. Esporte e Turismo ainda estão
sendo negociados com partidos menores.
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