Andreia Verdélio/Agência Brasil
Aleitamento está relacionado com a redução das desigualdades sociais.
BRASÍLIA
- Além de fazer bem à saúde do bebê e da mãe, o aleitamento materno
contribui para o desenvolvimento sustentável e a redução das
desigualdades sociais. Essa é a mensagem da campanha deste ano da Semana
Mundial da Amamentação, realizada de hoje (1º) ao dia 7 de agosto. No
Brasil, a ação é coordenada pelo Ministério da Saúde em parceria com a
Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).
Segundo a presidenta do
Departamento Científico de Aleitamento Materno da SBP, Elsa Giugliani, o
aleitamento pode contribuir para o cumprimento de vários Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável (ODS). Os 17 ODS , expressos em 169 metas,
representam o eixo central da Agenda 2030 para o Desenvolvimento
Sustentável, que entrou em vigor no dia 1º de janeiro deste ano. Eles
vão orientar as ações nas três dimensões do desenvolvimento sustentável -
econômica, social e ambiental - em todos Estados-Membros das Nações
Unidas até 2030.
Elsa explica que a amamentação está relacionada,
por exemplo, com as metas que dizem respeito à boa saúde e ao bem-estar,
à redução das desigualdades sociais e a outros objetivos relativos à
ecologia e preservação. “É inegável o aleitamento associado à saúde, não
só no momento [em que está sendo feito], mas no aparecimento de doenças
no futuro”, disse.
Segundo ela, a amamentação previne muitas
infecções no bebê - diarreia, pneumonia, otites, asmas, entre outras
doenças. Contribui também para a prevenção do diabetes, do sobrepeso e
da obesidade. Elsa lembrou que a mãe que amamenta tem menor chance de
desenvolver diabetes e câncer de mama.
“O aleitamento materno
também é muito democrático, acessível a todas as camadas sociais, é
muito igualitário tanto para mulheres pobres quanto ricas. E é tido como
uma das poucas práticas positivas de saúde mais frequentes nos países
pobres, entre as mulheres mais pobres”, disse Elsa, acrescentando que
isso ajuda a reduzir as desigualdades sociais.
Na questão
ambiental, a pediatra ressalta que o aleitamento é ecológico e não
predador de recursos naturais, como as fórmulas infantis e leites
artificiais que envolvem todo um processo de industrialização. “Não
precisa de produção leiteira, não tem resíduos, não usa energia, nem
água, nem precisa de combustível”, argumentou.
Semana Mundial
A
recomendação da Organização Mundial da Saúde é de que o aleitamento
materno seja exclusivo até o sexto mês e se estenda até os dois anos ou
mais, aí já com a introdução de outros alimentos, como frutas, legumes,
verduras e carnes.
Elsa afirma que as políticas públicas e a
conscientização ajudaram a melhorar os indicadores de amentação das
últimas décadas, passando de uma duração de 2,5 meses na década de 70
para mais de 12 meses atualmente.
A Semana Mundial da Amamentação é
comemorada desde 1992 por iniciativa da Aliança Mundial para Ação em
Aleitamento Materno (Waba, a sigla em inglês), órgão consultivo do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Segundo o ministério, a
semana é importante pela mobilização social para a conscientização da
população e de profissionais de saúde sobre a importância do aleitamento
materno para a saúde da mãe e do bebê, e os benefícios que traz para a
sociedade e o país.
Com o tema “Amamentação: uma chave para o
desenvolvimento sustentável” e o slogan“Amamentação: faz bem para o seu
filho, para você e para o planeta”, a cerimônia oficial alusiva à semana
será realizada no próximo sábado (6), às 11h, na Casa Brasil das
Olimpíadas, no Pier Mauá, no Rio de Janeiro.
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