Reforma costurada pela área econômica do Governo deve ser enviada sem tratar de categorias específicas, porém a classe militar presente no Governo pede parcimônia e cuidado no projeto a ser enviado ao Congresso
Onyx Lorenzoni pretende propor uma reforma "fraterna" e, ao mesmo tempo, agradar a militares e servidores federais Foto: Agência Brasil
O mês de janeiro vai passando e, com o fim dos
dez primeiros dias da nova gestão, o Governo Federal começa a alinhar as
pautas importantes para a economia brasileira que devem ser levadas
para discussão no Congresso. A Reforma da Previdência, carro-chefe para
aprovação do pacote de medidas ainda no primeiro semestre deste ano,
deve ser enviada aos parlamentares, porém, apenas quando um imbróglio
for resolvido: a proposta deve ou não incluir os militares?
De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, a
predisposição do governo Bolsonaro é apresentar apenas uma única
proposta que trate da aposentadoria de todos os servidores federais, sem
tratar de categorias específicas. "Estamos discutindo dentro da equipe
técnica e a tendência é uma única proposta preparando o sistema para o
futuro", sinalizou.
Passos
Na próxima segunda (14), segundo Lorenzoni, ocorrerá uma reunião a
fim de discutir a proposta. Contudo, o texto só deve ser apreciado por
Bolsonaro na semana do dia 21 deste mês. "Vamos apresentar uma reforma
que, ao mesmo tempo, permita o equilíbrio fiscal mas é fraterna, tem
olhar humano para todos os brasileiros", garantiu.
Conforme o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, é
necessário que o projeto seja impactante para resolver a questão. "A
situação é de alto risco e exige comprometimento de todos do governo",
afirmou o economista.
Na mesma linha, o também ex-presidente do Banco Central, Gustavo
Franco, ressaltou que a Reforma deva ser prioridade do governo. "Acho
que já chegamos a um ponto de mudança de agenda que em si é espetacular.
A fase que vai se iniciar em fevereiro, quando o Congresso novo estiver
instalado, é a fase de entrega", afirmou, ressaltando o período para a
proposta iniciar sua tramitação.
Repercussão
O novo comandante do Exército, Edson Leal Pujol, por sua vez,
aproveitou o momento da sua posse, na manhã de ontem, para demarcar
posição contrária à inclusão dos militares na proposta governista.
Na quinta, o novo chefe da Marinha, Ilques Barbosa Junior, também
durante a passagem de comando, pontuou que a discussão sobre a idade
mínima de aposentadoria para militares deva ser tratada com cuidado. O
ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, fez coro à questão e
defendeu o tratamento diferenciado à categoria.
Posse
Ainda ontem, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou que o
decreto que irá flexibilizar a posse de armas de fogo será avaliado pelo
presidente Jair Bolsonaro entre segunda (14) e terça (15). No ano
passado, a Polícia Federal (PF) concedeu, contabilizando pedidos novos e
revalidações, 258.427 registros de posse de arma de fogo para a
população civil de todo o País - o número representa uma média de 708
documentos por dia.
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