Pesquisador do Cepta diz que migração para desova começa a acontecer.
No Piracicaba, um dos 'escalados' por espécies, vazão garante fenômeno.
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Cheia do Rio Piracicaba permitiu a migração de
peixes para piracema (Foto: Reprodução/EPTV)
peixes para piracema (Foto: Reprodução/EPTV)
A migração dos peixes que sobem o Rio Piracicaba
para desova, o fenômeno da piracema, já é possível com os atuais níveis
do manancial, segundo o pesquisador e biólogo Paulo Sérgio Ceccarelli,
do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Peixes Tropicais
(Cepta). A vazão por volta das 12h30 desta quinta-feira (25) era de 205
mil litros de água por segundo, com nível de 2,71 metros, conforme dados
do Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee).
O período de reprodução das espécies ficou ameaçado pela seca histórica
que deixou o rio com apenas 3,4 mil litros por segundo em novembro, a
pior vazão dos últimos 30 anos, conforme o Daee. Na segunda-feira (22),
no entanto, a profundidade do Piracicaba passou dos 4 metros e a
quantidade de água que passava pela região da Rua do Porto chegou a
481,7 mil litros por segundo.
"A piracema começa atrasada devido à estiagem, mas agora já dá para
dizer que vai ter desova. Os peixes já começaram a subir o rio, então
ainda é uma parte da migração. É importante que continue chovendo para
que os níveis se mantenham e permitam que outros cardumes consigam
migrar para a reprodução", afirmou Ceccarelli.
Ele destacou também que, como no ano passado não houve piracema e neste
ano houve mortandade, o processo de recuperação total das espécies pode
demorar ainda de dois a três anos. A reportagem da EPTV, afiliada da TV
Globo, flagrou cenas de peixes 'escalando' as águas (assista ao vídeo
acima). O período de reprodução vai até fevereiro de 2015.
Já o pesquisador Fábio Sussel afirmou que, mesmo após a vazão do Rio Piracicaba ter aumentado e permitido a migração dos peixes, a piracema neste ano não será completa. "Se continuar chovendo, a piracema vai ser possível, mas não vai ser a ideal por conta da estiagem severa e da mortandade de peixes dos últimos meses. A reprodução vai acontecer, mas para voltar ao normal, só em dois ou três anos", disse.
Já o pesquisador Fábio Sussel afirmou que, mesmo após a vazão do Rio Piracicaba ter aumentado e permitido a migração dos peixes, a piracema neste ano não será completa. "Se continuar chovendo, a piracema vai ser possível, mas não vai ser a ideal por conta da estiagem severa e da mortandade de peixes dos últimos meses. A reprodução vai acontecer, mas para voltar ao normal, só em dois ou três anos", disse.
Volume do Rio Piracicaba dobrou nos últimos dias (Foto: Claudia Assencio/G1)
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