Suspeito diz ter matado 37 mulheres, três homens e uma criança de 2 anos.
'Quando eu não fazia, eu ficava nervoso. Aí saía pra caçada', afirmou.
Um homem que foi preso em flagrante após matar uma mulher a facadas em
Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, confessou à polícia ser um assassino
em série. Durante o depoimento, Sailson José das Graças, de 26 anos,
disse já ter matado outras 41 pessoas nos últimos anos, sendo 37
mulheres, três homens e uma criança. Com frieza, ele contou como
planejava os crimes.
“Ficava observando a vítima, estudando. Esperava um mês, às vezes uma
semana, dependendo do local. Eu procurava saber onde ela mora, como é a
família dela, se ela passava na rua, via, dava uma olhada na casa,
ficava estudando ela. De madrugada, numa brecha da casa, numa
facilidade, eu aproveitava, entrava”, detalhou o preso na delegacia.
Quando eu não fazia, eu ficava nervoso. Aí saía pra caçada"
Sailson José das Graças
As vítimas preferidas dele eram mulheres brancas e moradoras Baixada
Fluminense. O delegado responsável pelas investigações afirmou que
acredita na confissão e na participação de Sailson nos assassinatos,
pois só uma pessoa que estava nos locais dos crimes poderia relatar tudo
com tantos detalhes.
“A vontade dele de matar era por mulheres e ele não matava mulheres
negras, só brancas. Ele seguia a vítima, estudava passo a passo até
conseguir concretizar o delito”, explicou o delegado Pedro Henrique
Medina, titular da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
Segundo a polícia, Sailson é um psicopata e agora os agentes estão
comparando as informações da confissão com os inquéritos de cada um dos
crimes.
O criminosos contou que ficava mais tranquilo ao praticar os crimes.
“Quando eu não fazia, eu ficava nervoso, andava pra lá e pra cá dentro
de casa. Aí quando eu fazia já ficava mais tranquilo. Fazia uma vítima
ali, aí podia ficar uns dois meses sem fazer, uns três meses. Ficava na
boa, só pensando naquela que eu matei. Aí saía pra caçada, procurava”,
afirmou.
Delegados da DH acreditam na confissão
(Foto: Reprodução / TV Globo)
(Foto: Reprodução / TV Globo)
O homem também revelou o que fazia para não ser identificado e afirmou
que não tinha medo de ser preso, pois gostava de cometer os crimes.
“Eu não matava com preocupação de ir pra cadeia não. Fazia as coisas
bem feito, é por gostar mesmo isso. Preocupava mais com a digital, se o
local tem câmera, se o local não tem câmera. Eu não levava documento,
não levava nada que desse pista para a polícia”, disse.
'Eu gostei e comecei a acostumar', diz assassino
Durante o depoimento, ele ainda confessou a morte de uma criança de dois anos e disse que cometeu o crime porque tinha medo que os vizinhos ouvissem o choro dela depois que a mãe foi assassinada. Sailson falou aos policiais que começou a cometer crimes ainda na adolescência.
“Comecei a roubar coisas pequenas, fazer pequenos furtos. Aí fui
crescendo e tendo outros pensamentos diferentes. O pensamento foi
mudando, entendeu? De roubar, fui começando a pensar em matar. Com 15
anos, roubava bolsa. Depois, com 17, eu matei a primeira pessoa. Deu
aquela adrenalina, a primeira mulher. Aí veio na mente a cadeia. Será
que eu vou preso? As coisas fluíram bem. Aí foi vindo na mente de fazer
mais e mais. E eu gostei e comecei a acostumar”, disse ele, friamente.
O delegado Pedro Henrique Medina ficou surpreso com o relato do
criminoso e afirmou que a riqueza de detalhes do depoimento indica a
participação dele nas mortes.
“Confesso que é a primeira vez que eu vejo um elemento com a psicopatia
de um serial killer. Apesar desses casos serem retomados agora, a gente
pode perceber uma riqueza de detalhes muito grande. Em alguns casos que
ele noticiou aqui e já fizemos uma busca em sistema já evidenciamos
mulheres ou pessoas que ele executou de uma forma em determinada
localidade do cômodo. Sinais que só a pessoa que estaria na cena do
crime teria essa impressão”, afirmou o delegado.
Sem arrependimento
Os assassinatos foram cometidos ao longo de nove anos. Durante o depoimento, ele também disse que mata por encomenda, a pedido de uma mulher e do ex-marido dela, que também foram presos pela polícia. “Ela me bancava. Em troca disso, era água, comida, teto, roupa nova, dinheiro pra mim (sic) comprar as necessidades. Tudo por conta deles e, em troca disso, a alma dos caras”, afirmou.
Os assassinatos foram cometidos ao longo de nove anos. Durante o depoimento, ele também disse que mata por encomenda, a pedido de uma mulher e do ex-marido dela, que também foram presos pela polícia. “Ela me bancava. Em troca disso, era água, comida, teto, roupa nova, dinheiro pra mim (sic) comprar as necessidades. Tudo por conta deles e, em troca disso, a alma dos caras”, afirmou.
Com muita frieza, ele também revelou não ter arrependimentos. “Não me
arrependo não. Pra mim o que fez, tá feito. E não volto atrás, não tenho
nenhum arrependimento. Se eu sair daqui a uns 10, 15 ou 20 anos, eu vou
voltar a fazer a mesma coisa. É a vontade mesmo, não tem jeito. Eu
saio, escolho as minhas 'mulher', as mulheres do meu perfil, e se achar
que tem que ser, vai ser”, afirmou o assassino.
A polícia agora conta com a colaboração dos parentes das vítimas que
foram assassinadas ao longo desses nove anos para obter informações que
colaborem com as investigações. Ele passou a noite na Divisão de
Homicídios e deve ser levado, na manhã desta quinta-feira (11), para um
presídio no Rio de Janeiro.
Tem alguma notícia para compartilhar? Envie para o VC no G1.
Sailson afirma não se arrepender dos crimes (Foto: Reprodução / TV Globo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário