Alteração entrará em vigor nesta quinta-feira (22), segundo Diário Oficial.
Alíquota passará de 1,5% para 3% ao ano.
Crédito ficará mais caro (Foto: Rede Globo)
O governo publicou nesta quarta-feira (21) o decreto que aumenta o
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) que incide nas operações de
crédito para o consumidor.
O crédito fica mais caro a partir de quinta-feira, quando a nova regra entra em vigor, segundo o "Diário Oficial da União".
A alíquota passará de 1,5% para 3% ao ano (o equivalente à alta de
0,0041% para 0,0082% por dia). Esse valor será cobrado além dos 0,38%
que incidem na abertura das operações de crédito. Com essa medida, o
governo espera arrecadar R$ 7,38 bilhões neste ano.
Essa e outras medidas já haviam sido anunciadas no início da semana pelo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Além da alteração do IOF, também foi comunicado o aumento de tributos
sobre combustíveis e sobre produtos importados. A expectativa da equipe
econômica é arrecadar R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.
Essas medidas tendem a tornar o crédito ao consumidor mais caro e, caso
a Petrobras não reduza o preço que cobra das distribuidoras, a gasolina
e o diesel vão subir.
Segundo disse Levy na ocasião, as medidas fazem parte do esforço do
governo para ajustar as contas públicas "com o menor sacrifício
possível". "As medidas têm por objetivo aumentar a confiança da
economia, a disposição das pessoas e dos investidores em tomarem risco, e
dos empresários em começarem a tentar novas coisas", explicou o
ministro, acrescentando que elas tendem a baixar a curva de juros de
longo prazo.
Desde que foi anunciada a nova equipe econômica, no fim de novembro, o
governo vem anunciando medidas para ajustar as contas públicas, que
tiveram forte deterioração em 2014 – ano em que a arrecadação registrou
comportamento fraco, devido às desonerações e ao baixo ritmo de
crescimento da economia, e no qual os gastos públicos continuaram a
avançar.
Veja as medidas anunciadas pelo ministro da Fazenda:
De acordo com o ministro da Fazenda, estão sendo elevados o PIS, a
Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e a
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre os
combustíveis.
Segundo ele, o impacto será de R$ 0,22 para a gasolina e de R$ 0,15
para o diesel. O PIS e a Cofins terão alta imediata, mas o aumento da
Cide só terá validade daqui a 90 dias. A expectativa do governo é
arrecadar R$ 12,18 bilhões com esta medida em 2015.
"Daqui a três meses [quando começar a valer o aumento da Cide], temos
intenção de reduzir o PIS e a Cofins", declarou ele. Questionado sobre
qual será o impacto no preço dos produtos para o consumidor, o ministro
informou que "isso vai depender da evolução do mercado e da politica de
preços da Petrobras".
Nas importações, o ministro informou que está elevando o PIS e a
Cofins. As alíquotas avançarão de 9,25% para 11,75%. O objetivo, segundo
Levy, é compensar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que
excluiu o ICMS das importações. "A gente ajusta a alíquota para que não
se prejudique a produção doméstica. Correção da própria economia",
declarou. A expectativa é arrecadar R$ 694 milhões neste ano. A
incidência começa em maio e a arrecadação em junho.
Um decreto presidencial vai equiparar o setor atacadista e o industrial
no Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre
cosméticos. A medida, informou Levy, não implica em aumento da alíquota e
apenas "equaliza" a tributação ao longo da cadeia de produção e
distribuição desse setor. Mesmo assim, o governo espera arrecadar R$ 381
milhões com a medida neste ano e R$ 653 milhões em 2016. As alterações
entram em vigor em maio e a arrecadação passa a acontecer a partir de
junho.
Meta para 2015
Para este ano, o governo estabeleceu uma meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – que inclui também os estados, municípios e empresas estatais.
Para este ano, o governo estabeleceu uma meta de superávit primário (economia feita para pagar juros da dívida pública) de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), o equivalente a R$ 66,3 bilhões para todo o setor público – que inclui também os estados, municípios e empresas estatais.
Desse montante, R$ 55,3 bilhões correspondem à meta para o governo e R$
11 bilhões são uma estimativa para estados e municípios.
De janeiro a novembro do ano passado (último dado disponível), as
contas do setor público registraram um déficit primário – receitas
ficaram abaixo das despesas, mesmo sem contar juros da dívida – de R$
19,64 bilhões, segundo números divulgados pelo BC.
Foi a primeira vez, desde o início da série histórica do BC (em 2002
para anos fechados), que as contas do setor público registraram um
déficit nos 11 primeiros meses de um ano. É o primeiro déficit e o pior
resultado para este período. Até o momento, o pior resultado havia sido
registrado em 2002 (superávit de R$ 53,73 bilhões).
Medidas anunciadas anteriormente
Nos últimos meses, a nova equipe econômica já tinha anunciado medidas. São elas: mudanças nos benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional. Além disso, também subiram os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor produtivo, como forma de diminuir o pagamento de subsídios pelo governo.
Nos últimos meses, a nova equipe econômica já tinha anunciado medidas. São elas: mudanças nos benefícios sociais, como seguro-desemprego, auxílio-doença, abono salarial e pensão por morte, que ainda têm de passar pelo crivo do Congresso Nacional. Além disso, também subiram os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o setor produtivo, como forma de diminuir o pagamento de subsídios pelo governo.
Outra medida foi a alta do IPI para automóveis no
início deste ano. O Ministério do Planejamento, por sua vez, anunciou a
redução dos limites temporários de empenho para gastos no orçamento de
2015. Na semana passada, o novo secretário do Tesouro Nacional, Marcelo
Saintive, confirmou que não haverá mais repasses do governo ao setor
elétrico, antes estimados em R$ 9 bilhões para este ano, o que deverá
elevar ainda mais a conta de luz.
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