Titular da pasta de ambiente admite que Cedae tem plano de racionamento.
Prioridade é garantir o abastecimento humano.
O secretário estadual de Ambiente do Rio de Janeiro, André Correa,
afirmou na manhã desta sexta-feira (23), que empresas "na ponta" do Rio
Paraíba do Sul podem ter, em curto prazo, o funcionamento interrompido
por causa da estiagem que atinge o estado. Ele admitiu que a Cedae tem
um plano de racionamento guardado para o caso da situação piorar.
“O rio Paraíba do Sul é usado para geração de energia, para irrigação,
para abastecimento industrial, então, por exemplo, podemos ter num curto
prazo, problemas com empresas que estão na bacia do Guandu, no final da
bacia do Guandu, depois de onde a Cedae capta água. Nós podemos chegar
num prazo curto e dizer para ela que elas vão ter que parar de operar”,
alertou Corrêa, enfatizando que o abastecimento humano vai ser
priorizado.
Nesta quarta-feira (21), o nível do
reservatório de Paraibuna, o maior de quatro que abastecem o estado do
Rio de Janeiro, atingiu o volume morto pela primeira vez desde que foi
criado, em 1978. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico
(ONS), a usina hidroelétrica foi desligada após o nível atingir zero.
Técnicos da secretaria do Ambiente dizem que com o volume morto desse
reservatório dá para garantir as operações por, no mínimo, mais seis
meses. “O grande problema é que, na lógica, nós estamos no período de
chuva. O problema é quanto de água nós vamos armazenar para enfrentar o
período de seca”, ressaltou o secretário, enfatizando que o ano de 2015
será de grandes mudanças e, possivelmente, o mais crítico.
Maior crise hídrica dos últimos 84 anos
Segundo o secretário, o Rio esta é a maior crise hídrica de estiagem dos últimos 84 anos, época em que a medição começou a ser feita. “Não descartamos nenhuma possibilidade, dependendo do prazo, de fazer medidas de contenção e de racionamento”, garantiu Corrêa, ressaltando que a Cedae tem todas as medidas de contingência para serem tomadas em casos emergenciais.
Segundo o secretário, o Rio esta é a maior crise hídrica de estiagem dos últimos 84 anos, época em que a medição começou a ser feita. “Não descartamos nenhuma possibilidade, dependendo do prazo, de fazer medidas de contenção e de racionamento”, garantiu Corrêa, ressaltando que a Cedae tem todas as medidas de contingência para serem tomadas em casos emergenciais.
O secretário também atribuiu parte da responsabilidade pela crise
hídrica à má administração dos reservatórios do Paraíba do Sul. Segundo
ele, desde a crise, através de manobras feitas nos reservatórios, já se
economizou 400 milhões de litros d’água.
A não taxação da água de forma individual, como acontece nos
condomínios, será revista a médio e longo prazo. Mas de imediato,
segundo o governo do estado, a única medida é economizar água.
Sobre aumento de tarifa no caso de racionamento de água, ele destacou
que defende a criação de uma tarifa diferenciada para os consumidores.
“Essa é uma discussão que eu estou fazendo. Eu acho que temos que ter um
modelo claro de tarifa. Aquelas que consomem dentro de um parâmetro
técnico que foi estabelecido a partir desse debate, elas têm um
desconto. Agora o cara que é ‘gastão’ têm uma sobretaxa”, defendeu
Corrêa, que está começando a discutir esse assunto com o Governo do
Estado.
O secretário ainda fez um alerta para a população. “Nada tranquiliza.
Nós vivemos um momento crítico. Ou a gente tem essa consciência coletiva
ou a gente não descarta nenhuma possibilidade.
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