Campo da Esperança disse que houve confusão em sepultamento anterior.
Família registrou ocorrência; cemitério de Taguatinga é o segundo maior.
Coveiro
do cemitério Campo da Esperança de Taguatinga tenta identificar corpo
em cova (Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)
O servidor público Faerisson Lima Souza, de 30 anos, foi pego de
surpresa ao tentar enterrar a avó no cemitério Campo da Esperança de
Taguatinga, no Distrito Federal: o corpo de outra pessoa já ocupava a cova comprada pela família. A administradora informou ao G1
que ofereceu outro jazigo, sem custos, para o sepultamento. O caso,
ocorrido em 29 de dezembro, é investigado pela Polícia Civil.
De acordo com Souza, a sepultura foi adquirida pela família em 2004,
quando o marido de Ivone Leite morreu. A idosa comprou duas gavetas.
“Iam fazer a exumação para enterrar minha avó junto com o meu avô. Aí,
na hora que abriram, havia um corpo lá. O coveiro estranhou, porque já
tinha duas pessoas ali. Foi aí que a gente percebeu o erro.”
Como o enterro teria ocorrido há menos de cinco anos, os funcionários
foram impedidos de continuar mexendo no local. Os coveiros decidiram,
então, abrir o jazigo ao lado. A suspeita era de que os restos mortais
do avô pudessem estar nesta outra cova e que apenas os números que
identificam as lápides estivessem trocados. No local, no entanto, havia o
caixão de uma mulher.
“Foi muito constrangedor, um transtorno geral. Ficaram remexendo na
nossa frente, vimos a caveira, ficaram procurando. No início eles tinham
uma postura meio de desdém, mas, depois disso, parece que começaram a
ficar mesmo preocupados”, afirma o servidor público.
Enquanto isso, cerca de 80 familiares e amigos permaneciam com o corpo
da idosa na sala de velório. A mulher morreu aos 79 anos, vítima de uma
pneumonia, e deixou sete filhos.
Ivone Leite, que foi enterrada em Taguatinga
(Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)
(Foto: Faerisson Lima Souza/Arquivo Pessoal)
“A pior parte é lá, quando você fica vendo o corpo parado e não sabe o
que vai fazer”, declarou Souza. “Muito difícil. A gente tenta ficar com a
família, com as que estão mais fracas, como minhas tias e minha mãe, e
passa por isso.”
Em nota, o cemitério informou que identificou por meio de documentos
que o corpo enterrado no jazigo da família deveria estar na sepultura ao
lado. Os parentes serão informados para que possam reconhecer os restos
mortais. Depois disso, o corpo da idosa será transferido para o local.
O cemitério de Taguatinga é o segundo maior do DF e tem 136 mil pessoas enterradas. A taxa de sepultamento é de R$ 40.
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