- Cristina Indio do Brasil / Agência Brasil
Declaração foi feita pela presidenta da companhia, Graça Foster.
RIO
DE JANEIRO - A presidenta da Petrobras, Graça Foster, disse, nessa
quinta-feira (29), que os preços dos combustíveis no Brasil estão acima
dos valores do mercado internacional, mas estiveram abaixo durante os
últimos meses e a intenção é manter o patamar atual.
“Vou
trabalhar intensamente para que a gente mantenha esses preços, porque é
muito importante para o caixa da companhia. Sabemos que perdemos parte
do nossomarket share (participação no mercado), porque alguma gasolina e
diesel vão entrar no Brasil através de outras distribuidoras, mas,
ainda assim, é extremamente importante para o caixa da companhia,
principalmente nos anos de 2015 e 2016, que a gente tenha essa diferença
a favor para o caixa da Petrobras”, explicou Graça Foster em coletiva
na sede da empresa, após participar de teleconferência com investidores e
analistas para detalhar as demonstrações contábeis do terceiro
trimestre de 2014, sem revisão da auditoria externa.
Graça Foster
considerou compreensível a preocupação do governador do Rio de Janeiro,
Luiz Fernando Pezão, que pretende suspender o regime especial de
recolhimento de impostos da Petrobras, por causa de queda na arrecadação
do estado. A executiva adiantou que vai ter um encontro com o
governador para discutir a questão, que segundo ela, foi levada à
reunião que teve nessa quarta-feira (28), em Brasília, com a presidenta
Dilma Rousseff.
“É compreensível a preocupação do governador
Pezão. Nós conversamos recentemente, por telefone, e tenho uma agenda na
semana que vem com o governador, e é compreensível. A gente paga menos
participações especiais. Preço do petroleo a US$ 50, US$ 48 dólares por
barril, entendo que os estados estarão todos fazendo esforços para que
fechem suas próprias contas. Nós temos uma reunião na próxima semana
para conversar inclusive sobre o Comperj”, adiantou.
Graça Foster
afastou qualquer desentendimento com o governador sobre a questão. “Não
há estranhamento com o governo do Rio. A Petrobras e o governo do estado
sempre foram parceiros, em especial, talvez, nos últimos dez anos.
Tenho certeza que vamos encontrar soluções interessantes para os dois
lados”, completou.
Enquanto a conferência e a coletiva aconteciam
na sede da empresa, do lado de fora do prédio uma manifestação
organizada por integrantes do Sindicato dos Petroleiros do Estado do Rio
de Janeiro pedia que a empresa resolvesse o atraso no pagamento de
salários e direitos trabalhistas, por parte da empresa Alumini
Engenharia, a empregados das obras do Complexo Petroquímico do Rio de
Janeiro (Comperj), da Petrobras, em Itaboraí.
A Petrobras já se
posicionou em relação ao caso, dizendo que a dívida é da Alumini, mas o
diretor do sindicato Brayer Grudka Lira contestou. Ele explicou que no
acordo coletivo dos petroleiros, de 2013, foi estabelecida a criação de
um fundo garantidor para separar o percentual de até 5% destinado a
cobrir eventuais problemas que possam surgir em contratos com outras
empresas. “A Petrobras teria que acionar este fundo, que vem do dinheiro
do contrato”, disse.
Na manifestação, colocaram nas grades do prédio uniformes de empregados da Alumini e um caixão representando a morte da empresa.
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