Caiaques e pedalinhos não funcionam no lago e nos córregos.
Museu Nacional permanecerá fechado até a próxima sexta (23).
Córrego seco impede circulação dos caiaques que eram alugados pelos turistas na Quinta da Boa Vista (Foto: Káthia Mello/G1)
Turistas e moradores do Rio, que têm procurado os parques da cidade em
busca de um "refresco" para o forte calor, se surpreendem com o estado
daquelas áreas que deveriam ter o verde predominando na paisagem. Nos
jardins da Quinta da Boa Vista, em São Cristovão, na Zona Norte,
córregos e lagos estão secos. Caiaques e pedalinhos, atrações de lazer
nas águas do parque, não estão funcionando.
Os caiaques pararam em setembro do ano passado. E há mais de uma
semana, os pedalinhos que circulavam no lago principal também estão
parados. "É tudo muito estranho.Trabalho aqui há mais de 10 anos e
passei verões quentes e isso nunca aconteceu", disse Cristina Maia,
proprietária dos 24 equipamentos que estão parados.
Os lagos secos não são o único problema enfrentado pelos visitantes da Quinta da Boa Vista. O Museu Nacional, fechado desde
a segunda-feira (12), ainda não reabriu as portas. De acordo com a
reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que
administra o museu, o novo prazo para reabertura será a próxima
sexta-feira (23).
Baixo nível da água no lago principal do parque impede passeio dos pedalinhos (Foto: Káthia Mello/G1)
Segundo a assessoria, o Ministério da Educação já liberou a verba de R$
8 milhões para o pagamento dos funcionários que trabalham nas empresas
de serviços do museu. No entanto, trâmites burocráticos atrasaram o
repasse.
Cristina diz que ainda não sabe as razões da falta de água, mas
contabiliza o prejuízo com os pedalinhos parados. "Eu conseguia uma
renda boa no final de semana quando tinha movimento e agora estamos sem
ter o que fazer. São quatro pessoas sem renda". Ela disse que procurou a
administração do parque e foi informada que o problema é causado pela
falta de chuva.
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há quinze dias não chove na Região Metropolitana do Rio. A última chuva ocorreu no primeiro domingo do ano, dia 4 de janeiro, segundo o instituto.
Museu Nacional da Quinta da Boa Vista está fechado desde segunda-feira (12) (Foto: Káthia Mello/G1)
Os motivos da falta de água dividem opiniões entre outros comerciantes.
Segundo eles, o problema começou em setembro de 2014, atingindo
primeiro o corrego que fica próximo à entrada do Jardim Zoológico, ponto
de saída dos caiaques. "Havia um cano que jorrava água das rochas no
início do córrego e esse cano está seco", disse o dono de uma barraca
que pediu para não ser identificado. Segundo ele, o problema começou
depois das obras de desvio do Rio Joana, realizada pela Prefeitura do
Rio desde 2012.
"Há 35 anos trabalhando aqui eu nunca vi essa água secar", disse José
Figueiredo, dono de uma barraca de lanches dentro do parque.
O G1 procurou a prefeitura para saber os motivos da
falta de água nos córregos e no lago da Quinta da Boa Vista. Até a
publicação desta reportagem, a assessoria não havia retornado com a
resposta.
Famílias visitam parque para se refrescar do calor
(Foto: Káthia Mello/G1)
(Foto: Káthia Mello/G1)
Apesar de forte, o calor não afastou os frequentadores do parque na
tarde desta segunda-feira (19), véspera do feriado. Famílias da Baixada
Fluminense e da Zona Oeste enfrentaram horas de viagem de trem para
fugir do calor.
Rafael e Magali Teixeira, moradores de Nova Iguaçu, aproveitaram o
feriado para levar a filha de 6 meses para aproveitar a sombra das
árvores centenárias da Quinta da Boa Vista. "Eu estou de férias e trouxe
a criança para sair um pouco. Estamos gostando e achando tudo
tranquilo", disse.
Não é a mesma opinião do servidor público Antonio Marques, que saiu de
Campo Grande. Acompanhado de nove pessoas, ele reclamou da terra
esturricada. Apesar disso, ele disse que era vantajoso ir até a Quinta,
já que na praia o tumulto é muito grande.
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