Heider Matos/Imirante
"Inicialmente, a fuga frustrada desencadeou o motim", afirma Sebastião Uchôa.
Divulgação
SÃO LUÍS - Em entrevista a Rádio Mirante AM,
o Secretário de Estado da Justiça e da Administração Penitenciária
(Sejap), Sebastião Uchôa, falou da rebelião que aconteceu nesta
quarta-feira (9) no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.
O
secretário relatou como se deu o início do tumulto e falou da ação dos
agentes penitenciários. “Em razão do fato que aconteceu, um dos presos
se aproximou da permanência da unidade e disse “isso aqui é coisa nossa,
não é de vocês não”. Os agentes perceberam que estavam havendo disparos
de armas de fogo e resolveram recuar e pedir apoio, e, só com o apoio
puderam intervir. Mas, inicialmente a fuga frustrada desencadeou o
motim, e, logo em seguida, os presos foram para o outro lado do bloco
atrás de seus desafetos”.
Sobre os disparos feitos
por policias aos detentos, o secretário foi enfático em dizer que houve
os disparos. “Sem dúvida houve os disparos, mas, com munições não letais
e todas essas tem a rubrica das armas, isso pode ser comprovado com a
perícia, sem nenhum problema. A possibilidade maior é de que 99 % dos
homicídios ocorridos dentro da casa de detenção foram efetuados com
armas de fogo utilizados pelos próprios apenados”, informou.
Sebastião
Uchôa relatou a quantidade de armas que foram encontradas dentro da
casa de detenção e disse que haverá uma revista a procura de outras
armas. “Os informes que obtivemos relatam que foram encontradas de duas a
três armas. Mas agora que os detentos estão separados, nós vamos fazer
uma reforma geral e um pente fino, a procura de armas dentro da casa de
detenção. Os informes dão conta de que as armas são de calibre 38 a
exemplo do que foi recolhido dentro do CDP”.
Uchôa
disse, ainda, que as ambulâncias que estavam no local agiram
prontamente. “Nossas duas ambulâncias que estavam no local agiram a
pronto-atendimento. Mas, a demanda era muito grande e as informações que
obtive do secretário-adjunto, é de que a Samu havia dito que não era
área de circunscrição e não podia atender. Razão pela qual, que fiz uma
intervenção na Secretária Municipal de Segurança Cidadã pedindo a
intervenção de um colega perante a Secretaria Municipal de Saúde de
forma que eles disponibilizaram, imediatamente, as ambulâncias para o
local. Isso depois de 45 minutos à uma hora” disse.
Por
fim, sobre a possibilidade de a rebelião ter relação com a prisão de
uma quadrilha na semana passada, o secretário disse não haver nenhuma
relação com este acontecimento. “Não tem nada haver, porque o alvo foi a
fuga frustrada e a quebra-quebra possibilitou o encontro dos desafetos.
Eu não vejo ligação técnica, mas sim, antológica com o fato que ocorreu
na APP e no CDP. Criou-se um sentimento de rivalidade, e, revanchismo.
Escutei em uma rádio um dos internos dizendo que isto é coisa de
“alemão”." Alemão" é um termo utilizado para caracterizar um inimigo. O
detendo disse “a briga é entre nós alemão”. De forma que quando ele diz
que a coisa é de alemão fica caracterizado que o acontecimento é
relativo aos acontecimentos na APP, CDP e as disputas entre as gangues
que se encontram dentro do ambiente penitenciário.
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