Do G1, em São Paulo
Meninos e meninas tomaram iniciativas para melhorar a vida da sociedade.
Seleção tem criador do Braile e luta contra o trabalho infantil.
Apesar da pouca idade, muitas crianças ao redor do mundo tomaram
iniciativas que melhoraram a vida da sociedade e em muitos casos
permitiram que milhares de outras pessoas tivessem acesso a itens
básicos, como água potável, comida e educação. Na véspera do Dia das
Crianças, o G1 listou algumas que fizeram a diferença no mundo com suas ideias e determinação.
Dylan mobilizou mais de 3 milhões de crianças
pelo mundo (Foto: Divulgação/Dylan Mahalingam
website)
pelo mundo (Foto: Divulgação/Dylan Mahalingam
website)
Dylan Mahalingam
Natural de New Hampshire, nos Estados Unidos, Dylan Mahalingam fundou aos 9 anos a Lil’ MDGs, uma organização sem fins lucrativos que visa desenvolver e dar poder aos jovens. O objetivo da fundação é utilizar o poder das mídias sociais para incentivar os jovens a se envolverem na luta para alcançar os Objetivos do Milênio das Nações Unidas. Mais de 3 milhões de crianças já foram mobilizadas ao redor do mundo, trabalhando em diversos assuntos, com mais de 24 mil voluntários regulares em 41 países.
Dylan tem atualmente 16 anos e já organizou diversas campanhas para
ajudar a diminuir a pobreza no mundo. Ele é um dos jovens palestrantes
das Nações Unidas, e já recebeu diversos prêmios e reconhecimentos ao
redor do mundo.
Iqbal Masih foi morto por lutar contra o trabalho
infantil (Foto: Divulgação/World’s Children’s Prize)
infantil (Foto: Divulgação/World’s Children’s Prize)
Iqbal Masih
O paquistanês Iqbal Masih tinha 4 anos quando foi vendido para uma fábrica de tapetes por sua família e forçado a trabalhar em um regime de escravidão, por mais de 12 horas por dia, sofrendo maus-tratos e privação de comida. Aos 10 anos, Iqbal conseguiu escapar e passou a lutar pelo fim do trabalho infantil em todo o mundo.
O menino se tornou um ativista público do fim da escravidão e do
trabalho forçado de crianças, encorajando diversas delas a escaparem. Em
1994, ele recebeu o Prêmio Reebok de Direitos Humanos, que reconhece o
papel de jovens ativistas no mundo. Um ano depois, em 1995, ele foi
assassinado no Paquistão, aos 13 anos. Muitos creditam a morte aos donos das fábricas de tapetes.
Iqbal se tornou um símbolo da luta contra o trabalho infantil. Em 2000,
ele recebeu postumamente o Prêmio das Crianças do Mundo, que reconhece
os jovens cujas iniciativas tiveram um impacto na sociedade. O
Departamento de Trabalho dos EUA criou um prêmio com o nome do jovem
paquistanês que reconhece esforços na redução do trabalho infantil.
Katie coordena hortas para doação de alimentos
nos EUA (Foto: Divulgação/Katie's Krops )
nos EUA (Foto: Divulgação/Katie's Krops )
Katie Stagliano
Em 2008, Katie Stagliano, então com 9 anos, levou para casa sementes de repolho que ganhou de um programa na escola. Ela as plantou no quintal e cuidou da planta, que cresceu até alcançar 18 quilos. A menina doou o repolho gigante para uma instituição de caridade que preparava refeições para pessoas carentes, e conseguiu alimentar mais de 270 pessoas com o vegetal.
Katie ficou impressionada com a experiência, e percebeu que muitas
outras pessoas poderiam ser beneficiadas pela doação de alimentos
frescos. Katie decidiu então criar hortas cujos produtos eram doados
para aqueles com necessidades.
Atualmente, a fundação que leva seu nome coordena 60 hortas mantidas
por outros jovens em diversas partes dos Estados Unidos, e já doou
toneladas de alimentos. A menina tem atualmente 14 anos e vive na
Carolina do Sul, nos Estados Unidos.
Louis Braille desenvolveu o método de leitura para
cegos entre os 12 e 15 anos (Foto: Guilherme
Martins/G1)
cegos entre os 12 e 15 anos (Foto: Guilherme
Martins/G1)
Louis Braille
O francês Louis Braille tinha 3 anos quando sofreu um acidente na oficina de seu pai e furou um de seus olhos. Ele sofreu durante semanas com infecções, que se espalharam para o outro olho. Aos 10 anos, ele foi enviado a um instituto para jovens cegos em Paris, onde continuou estudando.
Aos 12 anos, ele conheceu um sistema de escrita para leitura no escuro
desenvolvido por um capitão da Marinha francesa. Braille se interessou e
decidiu aprimorá-lo – o sistema era rudimentar e não oferecia pontuação
ou permitia a identificação da maneira correta de escrita das palavras -
era baseado nos sons que cada uma delas representava.
O jovem trabalhou por três anos no sistema, utilizando todo seu tempo
livre. Em 1824, quando tinha 15 anos, ele apresentou o sistema a seu
mentor no instituto, que encorajou os outros alunos a utilizá-lo.
O sistema, hoje conhecido como Braile, tornou a vida e os estudos dos
estudantes cegos muito mais fáceis e possibilitou seu acesso a uma gama
muito maior de informação. Aos 19 anos, Louis Braille se tornou
professor do instituto, onde permaneceu trabalhando até morrer, em 1943.
Após sua morte, o sistema se espalhou pelo mundo.
A adolescente paquistanesa Malala Yousafzai
(Foto: AFP)
(Foto: AFP)
Malala Yousafzai
A paquistanesa Malala Yousafzai, atualmente com 16 anos, foi baleada na
cabeça em outubro de 2012 em um atentado promovido pelos militantes
islamitas do talibãs. O grupo extremista quis matá-la devido à sua
campanha pela educação das meninas no Paquistão. Malala foi baleada
quando seguia para a escola em um ônibus.
Desde os 11 anos a jovem já era conhecida por seus esforços – ela
escrevia sob um pseudônimo um blog para a BBC falando por sua paixão
pelos estudos e sobre a pressão dos talibãs no Paquistão, contrários à
educação das mulheres.
Após o atentado, jovem foi transferida para o Reino Unido, onde recebeu
tratamento médico e passou a morar. O ataque chamou a atenção do mundo
para a campanha de Malala a favor de mais oportunidades de estudo para
as mulheres.
Desde que se recuperou, Malala usou a atenção recebida após o ataque
para continuar promovendo a educação das meninas pelo mundo. Em seu
primeiro discurso público após o ataque, em julho deste ano nas Nações
Unidas, ela disse que não será silenciada por ameaças terroristas.
Malala foi agraciada em agosto de 2013 com o Prêmio Internacional da
Paz da Infância, e é uma das mais cotadas para receber o Nobel da Paz
2013 – que será divulgado nesta sexta-feira (11).
Ryan (à esquerda) começou a lutar pelo acesso a
água potável aos 6 anos (Foto: Reprodução/
Facebook/Ryan’s Well Foundation)
água potável aos 6 anos (Foto: Reprodução/
Facebook/Ryan’s Well Foundation)
Ryan Hreljac
Ryan Hreljac tinha 6 anos quando descobriu na escola que muitas
crianças na África não tinham acesso a água e precisavam andar
quilômetros todos os dias para obtê-la, correndo o risco de morrer se
ficassem sem água potável por muito tempo. O menino canadense decidiu
então que precisava construir um poço para uma vila local.
O ano era 1998. Com a ajuda de familiares, vizinhos e amigos
encorajados por ele, Ryan conseguiu juntar parte do dinheiro necessário
para construir um poço, e doou a quantia para uma ONG que fazia o
trabalho na África.
O primeiro poço financiado pelo trabalho do canadense foi aberto em
1999 em uma escola de Uganda. No mesmo ano, foi criada a Fundação Poço
de Ryan, que passou a trabalhar pelo acesso a água potável no mundo.
Desde então, mais de 800 projetos foram construídos e quase 800 mil
pessoas foram beneficiadas pela fundação. Atualmente, aos 22 anos, Ryan
continua trabalhando na arrecadação de fundos e viajando o mundo para
angariar mais apoio para seu trabalho.
Samantha é considerada a mais jovem
embaixadora da América (Foto: Divulgação/
Samantha Smith Foundation)
embaixadora da América (Foto: Divulgação/
Samantha Smith Foundation)
Samantha Reed Smith
Samantha Reed Smith era uma estudante norte-americana de 10 anos de
idade quando, em 1982, escreveu uma carta para o então presidente
soviético, Yuri Andropov, questionando se ele iria iniciar uma guerra
nuclear contra os Estados Unidos. Samantha queria entender por que as
relações entre EUA e URSS eram tão tensas e porque a URSS queria
conquistar o mundo.
O texto foi publicado em um jornal soviético, e após o envio de uma
nova carta para o então embaixador soviético nos EUA, a jovem recebeu
uma resposta de Andropov.
Samantha foi convidada pelo governo da URSS para uma viagem ao país, e
se tornou conhecida nos dois países. A iniciativa da menina fez com que
ela fosse considerada uma “embaixadora da boa vontade”, por questionar
as relações entre as duas nações e tentar melhorá-las. A menina ficou
conhecida como a “embaixadora mais jovem da América”.
Samantha chegou a escrever um livro e participar de uma série de TV.
Ela morreu aos 13 anos, em 1985, em um acidente de avião. Os líderes dos
EUA e da URSS, Ronald Reagan e Mikhail Gorbachev, enviaram na época
condolências à família de Samantha.
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