Governo tem até sexta (22) para anunciar valor do corte no Orçamento.
Para Dilma, valor será o necessário para contas públicas 'entrarem nos eixos'
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (19) que o
contingenciamento, nome técnico para o corte no Orçamento da União, não
será "excessivo" nem "flexível demais".
O governo tem até a próxima sexta (22) para anunciar o valor do
contingenciamento. O corte consiste em retardar ou inexecutar parte da
programação de despesas previstas na Lei Orçamentária.
Nesta segunda (18), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse que o bloqueio
deverá ficar entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões. O tamanho do corte
tem a ver com a tentativa do governo de reequilibrar as contas públicas e
atingir a meta do superávit primário - economia feita para pagar juros
da dívida pública -, fixada em 1,2% do PIB para este ano.
Em entrevista após se reunir com o primeiro-ministro da China, Li
Keqiang, a presidente declarou que o bloqueio será do tamanho
“necessário” para garantir que as contas públicas “entrem nos eixos”.
“Nós faremos o contingenciamento necessário. Ele é um contingenciamento
que tem de expressara situação fiscal que o país vive. Será o
contingenciamento necessário, vocês podem ter certeza. [O corte] não
será nem excessivo, porque não tem porquê, e nem flexível demais, no
sentido de ser frágil demais. Será aquele necessário para garantir que
as contas públicas entrem nos eixos”, declarou a presidente
O Orçamento deste ano
prevê receita líquida de R$ 1,2 trilhão (21,9% do PIB) e as despesas
primárias totais – sem contar gastos com juros e amortização da dívida –
são de R$ 1,1 trilhão (20,9% do PIB).
Divergências
A presidente Dilma tem feito reuniões com a equipe econômica do governo para definir o tamanho do corte. Dentro do próprio governo, há divergência sobre o valor que deverá ser bloqueado.
A presidente Dilma tem feito reuniões com a equipe econômica do governo para definir o tamanho do corte. Dentro do próprio governo, há divergência sobre o valor que deverá ser bloqueado.
Aqueles que defendem um corte maior, alegam que a economia é necessária
para equilibrar as contas publicas. Os defensores de um bloqueio menor
temem que o contingenciamento excessivo possa paralisar programas e
investimentos do governo.
Após reunião do conselho político no Palácio do Planalto nesta
segunda-feira (18), o líder do governista no Congresso, senador José
Pimentel (PT-CE), afirmou que a cúpula do governo fará reuniões até a
quinta para definir o valor do corte.
Segundo o Blog da Cristiana Lôbo,
a reunião deste fim de semana evidenciou o embate entre o titular da
Fazenda, Joaquim Levy, e o chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, em
torno do tamanho da tesourada.
Levy se esforça para ampliar ao máximo o corte, enquanto que o ministro
da área política tenta reduzir o contingenciamento.Inicialmente, Levy
defendia um corte de R$ 80 bilhões, e Mercadante, R$ 60 bilhões.
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